Ao contrário do que esperava, a primeira impressão é francamente favorável.
Situo-me, não tanto ao nível das intenções e das promessas, mas sobretudo ao nível semiótico: aquilo que perpassa através da comunicação, às vezes até involuntariamente.
A outra ministra, uma inconcebível megera que despertava o que há de mais irracional em toda a gente, tinha sempre como sujeito de todas as frases que proferia a palavra "checolas". Exemplo: "é preciso que as checolas tracem os seus objectivos..."
Quando ouvi os sindicatos usarem também checolas como sujeito das frases, escrevi um email para o SPGL, aconselhando-os a escolherem um sujeito "humano" para as suas frases - isto de sujeito humano é da linguística, digamos da gramática. Quem souber falar e escrever saberá usar sujeitos humanos ou não-humanos conforme a sua intenção. Ou então fala sem saber o que diz. Fiquei seriamente preocupada ao ouvir os sindicatos fazerem eco das palavras e da sintaxe da sujeita. E foram os representantes dos professores, e não os sindicatos, que tomaram todas as iniciativas.
Esta Isabel Alçada colocou sempre, nesta entrevista, como sujeito das frases, os sujeitos professores (no plural) e alunos (no plural); alunos apareceu mais como complemento directo e professores como sujeito. O outro sujeito que usou frequentemente foi: o entusiasmo (dos professores).
Sim. É entusiasmo que falta. No ensino e em toda a parte. E nem a anterior ministra, nem os recentes e decepcionantes acontecimentos da avaliação feita "à Lagardaire" por qualquer idiota, nada disto conseguiu em certos casos coarctar o entusiasmo dos professores, que sabem muito bem o seguinte: à sua volta há mesquinhez e ignorância, mas são os alunos que os irão avaliar no futuro. O que os alunos irão contar durante o resto das suas vidas a respeito dos professores que tiveram, não tem nada a ver com questões institucionais. Muito menos com o poder.
5 comentários:
Há um errinho: «à Lagadère».
Lagardaire é o protagonista de vários romances de aventura de Ponson du Terrail. Despachava tudo a grande velocidade e de qualquer maneira, "à Lagardaire".
Esta expressão saiu-me porque tenho andado a falar deste assunto com uma amiga a quem ardeu a casa e a biblioteca, onde tinha todos os Lagardaires oferecidos pelo pai e lidos no original. Não digam a ninguém, mas vou ver se compro um destes para lhe oferecer, parece que gostava dum chamado "Le Capitaine".
Peço desculpa, Nádia, mas julgo que está enganada: trata-se do chevalier de Lagardère, herói de um par de livros de Paul Féval.
Os livros de Ponson du Terrail (dos quais li uma boa parte) andavam à volta de outro protagonista de seu nome (ou alcunha) Rocambole.
Lembra-se?
Pode ser que esteja enganada, quem me disse isso foi a tal minha amiga. De facto, eu também lhe disse que só conhecia o Rocambole de Ponson du Terrail e nem conhecia o Lagardère. Mas você também escreveu mal o nome, repare! Pensei que se referia à pronúncia e não à ortografia, que deve ser como diz.
Pois deve ser um autor menos conhecido, mas as histórias devem ser semelhantes: ficaram as expressões: rocambolesco, à Lagardère, etc... mas é fácil de descobrir, basta procurar na net ou na Porbase da Biblioteca Nacional.
Obrigada pelo seu comentário, já agora fica isto esclarecido. Como ela perdeu a biblioteca no incêndio não pôde consultar os livros, coitada...
Nota: eu não sou o Anónimo do comentário inicial.
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