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sexta-feira, março 28, 2014

A Próxima Revolução só pode ter Cravos nas Ferraduras - Destas mulas que nos governam

Portugal só evolui por revoluções. Umas exageram para a violência, a última para a não violência.

Corta-se com tudo e pouco depois volta tudo ao mesmo.

Quando é que o povo vai achar que já chega de pagar a este bando de malfeitores que nos governa?

A propósito desta notícia

GRUPO GPS Estado dá 220 milhões a colégios investigados por corrupção (governos de José Sócrates e de Passos Coelho).

terça-feira, janeiro 17, 2012

O Naufrágio de Portugal

Maria de Lurdes Rodrigues vai agora ser julgada num caso de escandalosa corrupção. Estamos mesmo a ver que não se vai provar nada, claro.
E vamos continuar a pagar, do pouco que ganhamos, estes saques a que o país é constantemente sujeito,a utêntica pirataria.
Talvez agora, as pessoas que a elogiavam compreendam com quem os professores tiveram de se haver: uma força da destruição, tal como Sócrates, tal como os agentes das agências de rating e outros.
Mas eles estão sempre bem... Portugal é que não.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Não claro e Não profundo, Não humano, não etc...

Qualquer bom professor de Português ensina aos seus alunos que os adjectivos e os advérbios não podem ser utilizados quando se pretende objectividade.
Mas o Ministério da Educação utiliza até à exaustão adjectivos e advérbios no documento de avaliação dos professores, sendo um adjectivos ou um advérbio o que distingue o Bom do Muito Bom e do Excelente.
Esta situação é simultaneamente gozada e muito rigorosamente indiciada como um óbice a este sistema.
Dou exemplos:


Qual é a diferença entre demonstração clara, que dá direito a Muito Bom, e uma demonstração, que só dá direito a BOM? estão a gozar?
Ou
Entre um profundo comprometimento e um comprometimento que não seja profundo como deve ser medida a diferença?


Este texto é apresentado pela Escola Secundária da Amora. Eu nunca tinha ouvido falar da Amora. Onde é que fica a Amora?
Quero ir para lá!!!

terça-feira, janeiro 18, 2011

Ministras da Educação

Só agora me dou conta destes pormenores. Na avaliação dos professores, que tinha obrigação de ser ainda mais rigorosa e decente que qualquer outra, acontece o que vou expôr.
Existem umas quotas para as notas mais altas. Há vários avaliadores, muitas vezes com menos experiência e menos habilitações que os avaliados. Esses avaliadores entram nas mesmas quotas dos avaliados, ou seja: se só pode haver três notas muito altas, eles só as podem dar a duas pessoas, reservando a terceira para eles mesmos. Mas não é assim tão simples, pois há vários avaliadores, por exemplo, três para três notas altas.
Uma avaliação isenta e rigorosa, não? Isto não é sadismo?
Quem faz estas leis e com que intenção???

domingo, outubro 03, 2010

Política de terra Queimada

É notícia no Expresso desta semana que o aluno que entrou na Universidade com a média mais alta, 20 valores, é um rapaz que não conseguia acabar o Ensino Secundário porque reprovava sempre a Matemática. meteu-se nas novas oportunidades e, de ser um péssimo aluno, passou a ser o melhor do país.
Perguntam-me se isto me parece normal. Parece-me normal que este governo queira destruir tudo, desde o trabalho dos estudantes ao trabalho dos professores, do ensino público aos hospitais públicos, etc. Pelo menos, é o que tem tentado fazer...
Há quem diga que tem interesses nas empresas privadas de Ensino e de Saúde.
Espantaram-se com as manifestações dos professores contra a avaliação: a questão é que os professores sabem até que ponto as avaliações podem ser erradas e injustas, sobretudo quando se estabelece uma relação de poder entre quem avalia e quem é avaliado.
Ou em situações como esta.
Um caso também muito curioso é o seguinte: alguns estudantes não atinam com o Inglês nem com o Francês. Recentemente podem fazer exame de Espanhol, no 12º ano, em vez destas outras línguas.
Resultado: claro que não sabem nada de Espanhol, nem sequer têm aulas ou explicações, mas passam todos com notas razoáveis ou mesmo boas.

E assim vai este país, cem anos após a instauração da República. Quando não existem desigualdades, inventam-se.
E injustiças também.
VER AQUI
A despropósito: este blogue tem agora um seguidor grego. Não me dirijo a ele, pois imagino que não me entenda... (Já tinha um iraniano).
Hello Aleksandr

sexta-feira, novembro 20, 2009

O Sul da Europa

A nova Ministra da Educação queixa-se de que, no Sul da Europa se considera que os estudantes devem repetir o ano para aprender mais. Mas isso, na sua opinião, não deve ser assim, porque no Norte da Europa não é assim.
Claro! Como nós não vivemos no Sul da Europa, nada mais natural do que imitarmos o Norte da Europa. Aqueles que só comem queijo e pão escuro, trabalham como negros e se suicidam como Alentejanos. A nossa mentalidade é completamente diferente, a nossa é contra o trabalho e pelo lazer, a deles é pelo trabalho. e eles têm alternativas para a reprovação, que nós não temos.
Portanto, vamos imitar os nórdicos (que não têm nada para fazer senão trabalhar à semana e embebedarem-se ao fim-de-semana) deixando a criançada fazer (ou melhor, não fazer) tudo o que não lhe apetece, passemo-la todos os anos sem saber coisa alguma em direcção à universidade e esperemos um Futuro Melhor e mais civilizado, claro.
Porque nós aqui e em quase todo o Sul da Europa temos a tentação do sol, da vida ao ar livre, do calor e da praia. São demasiadas tentações para quem quer estudar, se não for obrigado a fazê-lo. Se não houver algo que assuste: notas más, reprovar, repetir...
E nós, os adultos, iríamos todos trabalhar e trabalharíamos muito se não fôssemos obrigados a fazê-lo? Pois é assim que se dá cabo da instrução neste país. Já nem falo de educação...

sexta-feira, novembro 13, 2009

Alçar a Alçada II

E depois do entusiasmo despertado pelo contraste entre a anterior ministra da educação e a nova, surgem as perguntas:

Se quer ser tão diferente da anterior ministra, irá o Sócrates concordar? Andará demasiado distraído com a face oculta? Será melhor limpar a cara? Servem os professores para tudo?
Uma coisa é certa: depois de tanta luta , os professores ainda tinham à sua espera uma SURPRISE!!!!!
É que quem tinha poderes para os avaliar não hesitou, nesta fase final, em avaliá-los à Lagardaire, pensando que tudo é para durar e que não haverá "tudo se paga neste mundo". Avaliar iguais é impossível, a não ser que o ser humano não fosse a besta que é.

quinta-feira, novembro 12, 2009

Alçar a Alçada

Acabo de ver a entrevista com a nova ministra da educação, Isabel Alçada.
Ao contrário do que esperava, a primeira impressão é francamente favorável.
Situo-me, não tanto ao nível das intenções e das promessas, mas sobretudo ao nível semiótico: aquilo que perpassa através da comunicação, às vezes até involuntariamente.
A outra ministra, uma inconcebível megera que despertava o que há de mais irracional em toda a gente, tinha sempre como sujeito de todas as frases que proferia a palavra "checolas". Exemplo: "é preciso que as checolas tracem os seus objectivos..."
Quando ouvi os sindicatos usarem também checolas como sujeito das frases, escrevi um email para o SPGL, aconselhando-os a escolherem um sujeito "humano" para as suas frases - isto de sujeito humano é da linguística, digamos da gramática. Quem souber falar e escrever saberá usar sujeitos humanos ou não-humanos conforme a sua intenção. Ou então fala sem saber o que diz. Fiquei seriamente preocupada ao ouvir os sindicatos fazerem eco das palavras e da sintaxe da sujeita. E foram os representantes dos professores, e não os sindicatos, que tomaram todas as iniciativas.

Esta Isabel Alçada colocou sempre, nesta entrevista, como sujeito das frases, os sujeitos professores (no plural) e alunos (no plural); alunos apareceu mais como complemento directo e professores como sujeito. O outro sujeito que usou frequentemente foi: o entusiasmo (dos professores).

Sim. É entusiasmo que falta. No ensino e em toda a parte. E nem a anterior ministra, nem os recentes e decepcionantes acontecimentos da avaliação feita "à Lagardaire" por qualquer idiota, nada disto conseguiu em certos casos coarctar o entusiasmo dos professores, que sabem muito bem o seguinte: à sua volta há mesquinhez e ignorância, mas são os alunos que os irão avaliar no futuro. O que os alunos irão contar durante o resto das suas vidas a respeito dos professores que tiveram, não tem nada a ver com questões institucionais. Muito menos com o poder.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Contos de fadas (Fadistas?)

A anterior ministra da educação parecia a bruxa má de uma banda desenhada de mau gosto.
Esta agora é dotada para a ficção para crianças.
O que diria o filósofo Sócrates, ou mesmo o Freud sobre estas duas criaturas?
Sobre esta preferência óbvia pelas mulheres ficcionais, ficcionistas e ficcionadas, por parte deste 1º ministro?
Que gosta de contos de fadas? Que vê a política como um conto de fadas? Fadista?

domingo, outubro 18, 2009

Chave de Ouro


Aluno acusa ministra de "tirar credibilidade à democracia CLICAR AQUI
A ministra da educação já tinha percebido que não pode ir às escolas quando lá estão alunos, mas não resistiu a fechar com chave de ouro. Uma chave que agrada a todos: gregos e troianos.


segunda-feira, setembro 21, 2009

Pragmática política



Sejamos pragmáticos: a verdade é que ninguém deseja que a Manuela Ferreira Leite seja primeira-ministra. Mas o Sócrates muito menos. Como não existem outras hipóteses...

Vejamos:
Os comentadores fazem eco da seguinte pergunta: a qual dos dois compraria você um carro em segunda-mão, sem receio de estar a ser enganado? A resposta, óbvia, é:
- À Manuela Ferreira Leite .

Caro amigo(a): você dá menos importância ao seu país, Portugal, que sempre foi mal conduzido, do que a um carro em segunda-mão? Então não há solução possível para esta terra!

Mas vejamos:
Se a senhora ganhar, Sócrates é substituído pelo actual presidente da câmara de Lisboa, ao qual todos compraríamos o carro em 2ª mão. Daqui por dois anos cai o governo minoritário da senhora e talvez ganhe esse novo PS, ou um novo PSD, Bloco, seja o que for.

A JSD fez uma campanha, há quatro anos, perguntando, num cartaz com a cara de Sócrates: você conhece-o? Pois agora conhecemo-lo bem e não lhe compraríamos um carro em segunda mão e ainda há bem pouco tempo se dizia que ia ganhar com maioria absoluta. Dias antes de ter tido uma derrota estrondosa? Porque é que estas coisas só lhe acontecem a ele?

Também há quatro anos decidi ir passar uns dias tranquilos à beira-mar, acompanhada por uma amiga. A amiga azucrinou-me a cabeça contra Sócrates, porque conhecia uns que o conheciam bem e disse-me logo o que ia acontecer. Fiquei irritadíssima porque gosto de desligar destas coisas e ela não desligava um segundo, mas mais tarde dei-lhe razão.

A galinha que ilustra este post refere-se ao seguinte: meia dúzia de ovos atirados por estudantes de Fafe "à cara" da ministra e mais uns tantos em Lisboa à equipe ministerial, conseguiram o que não conseguiu uma manifestação de 400 mil professores. Eles não vão às escolas em tempo de aulas, nem para inaugurar as muitas obras que foram feitas, porque têm medo dos alunos, que tanto e tão mal protegem, com um inaudito facilitismo.

Chegam ao ponto de fazer inaugurações ao sábado, quando não há alunos, excepto nas escolas dos pequeninos.

Uma ministra que tem medo dos estudantes, com razão para ter, pode governar? Disse-se na altura que era horrível isto acontecer, mas não se elogia os estudantes franceses do Maio de 68, que fizeram muito mais e muito pior? E os estudantes são parvos?
Para eles o rosto da educação é o rosto dos profesores e não a cara de quem os trata por "professorzecos".
Abençoada meia-dúzia de ovos, mais eloquente que qualquer tratado de pedagogia e didáctica.


Temos tido uma ministra da educação que pede a uma criança pequena, analfabeta, que escreva qualquer coisa. A criança responde que não sabe escrever.
- Então dita-me as letras, que eu escrevo.
(Isto viu-se na televisão.)
Claro! Só estava a confundir as crianças com as pessoas de idade que sabem escrever mas não escrevem porque vêem mal. É parecido.

Recentemente, as organizações independentes de profesores fizeram uma manifestação em que disseram:
- Se Sócrates se candidatar ao governo do Inferno, nós votamos no Diabo!
Eu também. Tinha pensado votar no Bloco de Esquerda, mas parece que eles se preparam para viabilizar um governo PS minoritário...
Que resta? CDU, PSD e os partidos pequenininhos. Mas é melhor votar num destes maiores, senão os votos perdem-se. O CDS também pode viabilizar um governo PS.

sexta-feira, julho 31, 2009

E quem corrige os exames de Português?


Esta pergunta deveria ser também tema de investigação jornalística. Senão, reparem:
Os exames de Português do 12º apresentam sempre incríveis oscilações, dado que a nota depende em grande parte de quem corrige. Como se avalia uma redacção sobre a liberdade ou sobre o consumismo? Um professor acha-a original, o outro absurda. Um acha-a banal e o outro interessante.
Há ainda o caso das vírgulas, por exemplo: alguns professores acrescentam vírgulas não obrigatórias e descontam por cada uma que falta. Se o texto é extenso, arrisca-se a perder muitos pontos, por erro de quem corrigiu.
Há ainda o caso da incompetência: quem disse que todos os professores são competentes? E que todos se esforçam por fazerem o trabalho bem feito? E por merecer o que ganham, seja muito ou pouco? Mas este assunto não está na moda.

Por estas e por outras, o exame de Português era até há dois anos corrigido por um júri de 2 pessoas, mas agora já não é.

Resultado: na mesma escola, alunos que costumam ter 18 têm 10 ou mesmo 8, até à letra M. A partir dessa letra, alunos que costumavam ter negativa tiveram 11 ou 12. Porquê? Porque os exames foram corrigidos por uma pessoa até à letra M e por outra a partir daí. Isto aconteceu em várias escolas. Daí que haja muitos mais pedidos de reapreciação a Português do que a qualquer outra disciplina e nalgumas escolas quase todos pedem.
Vejamos 2 alunos ou alunas da mesma turma: uma tinha 19 a Português, a outra tinha 8, notas dadas por vários testes, comparadas com outras notas a outras disciplinas, tudo perfeitamente legítimo. No exame, corrigido apenas por uma professora, ambas tiveram 12. Pior, a de 19 teve 10, a de 8 teve 11. Isto é vulgar e banal. Basta que a aluna boa se chame Andreia e a má Teresa, ou vice-versa, o que significa que os exames foram corrigidos por pessoas diferentes.

Outra pergunta legítima: o que é que acontece a estas pessoas que corrigem mal, perguntar-se-á? Se as notas que deram forem alteradas de forma substancial?
Resposta: nem sequer são informadas disso e ainda podem oferecer-se para fazer reapreciações, que são bem pagas.
Quanto aos estudantes, se querem ver o seu exame reapreciado, deverão pagar 15 Euros e sujeitarem-se a que a nota baixe, em vez de subir. O que pode acontecer porque...
Se o professor subir a nota 2 ou mais valores, o teste será reapreciado por uma terceira pessoa. Terceira pessoa a chatear... Se baixar, mesmo que seja mais de 2 valores, não é necessária outra opinião.
Mas parece que ninguém se toma destas dores... nem de outras.

Este post comenta esta notícia do Público



terça-feira, julho 14, 2009

E também a palhaçada das novas oportunidades

Existem agora cursos para aqueles estudantes que têm dificuldades em aprender teorias... ideias... isto antigamente tinha um nome... esqueçam o nome.
Recomeço: existem agora cursos para aqueles estudantes que têm dificuldades em aprender teorias, ideias e que podem aprender coisas práticas. Esses estudantes são, na maioria dos casos, oriundos de famílias com dificuldades, ou económicas ou sócio-económicas ou algo do género, vulgo, são pessoas que não têm dinheiro.
Um desses cursos, que até eu tirava, consiste em tratar de cavalos. Tratar é um modo de dizer. Hoje em dia, os cavalos são usados, por exemplo, para tratar pessoas com problemas psicológicos e também os chamados "deficientes", emocionais, motores, etc.

Quero dizer com isto que este curso pode ter futuro e seguimento. Quem tiver jeito, pode seguir por aí fora. E quem não gosta de cavalos? Eu gosto.
Falando hoje com a mãe duma jovem com dificuldades de aprendizagem, conta-me ela isto:

- Sim, a minha filha ia tratar de cavalos, a única coisa em que ela é realmente boa: equitação.
Quando fomos à escola para a inscrever, disseram-nos que nós é que temos de comprar o cavalo!
Comprar é o menos, podemos comprar uma pileca barata. E a alimentação? E os custos com o veterinário? E pomos o cavalo debaixo da cama no nosso apartamento?
- Ó Nadinha, o que é que eu faço?

Boas perguntas! O que é que vocês acham?
Aconselhei mãe e filha a irem para a Sic e para a TVI.

Antigamente chamava-se burras às pessoas que não tinham jeito para aprender teorias e ideias. Os assim designados burros podiam tratar de cavalos, mas não tinham de os comprar...

quarta-feira, julho 08, 2009

Exames Nacionais: Mais uma Palhaçada

Uma estudante salta de alegria e grita bem alto:
- Tive 10 a Português! Tive 10!
- Está contente por ter 10? - pergunta-lhe uma professora, surpreendida.
- Claro, Stôra. Então não havia de estar? Passei!
Ao lado, duas outras alunas estão sem fala e em estado de choque. Razão: também tiveram dez a português. Costumavam ter 17... junto delas, um rapaz tenta segurar as lágrimas: teve 12.
Entram, a seguir, três alunos felicíssimos: tiveram 17 e 18, exactamente as notas que costumam ter sempre.
Explicação para esta diferença: chamam-se Ricardos e Teresas.
Estranho? Não. É que, a partir da letra R, os exames foram corrigidos por outra professora, uma professora competente, que "acertou" com as classificações que os alunos mereciam.
Dir-se-ia que este é um caso inédito, esporádico, mas não: aconteceu um pouco por todo o país, vem nos jornais, embora na página 12. A gripe A e o Michael Jackson roubaram lugar este tipo de informação.
Explicação para isto? Difícil de explicar, pois os factores são muitos. Mas aqui vai uma tentativa.

Dada a dificuldade de correcção dos exames de Português por ser muito subjectiva e por depender muito da pessoa que corrige, o ministério inventou, no ano passado um novo sistema: para além dos critérios de correcção públicos e publicados, há uns novos, decididos pelos supervisores e transmitidos aos correctores. São transmitidos oralmente, não há nada escrito, mas são para cumprir. (Qual será a legalidade de tal coisa?)
Tendo a intenção de diminuir a subjectividade e mesmo a arbitrariedade, de facto aumentaram-nas exponencialmente. Quanto mais critérios secretos, mais confusão.
Não esquecer que há professores competentes, bons, muito bons, incompetentes e assim-assim. Cumpridores, baldas e assim-assim. Professores que têm, ou a quem falta, bom-senso e bom-gosto.
E alguns dos mais competentes reformaram-se a meio deste ano lectivo.

VER TAMBÉM AQUI- clicar por cima

terça-feira, junho 23, 2009

Doentes falsos, doentes verdadeiros

Uma minha amiga foi recentemente operada por um dos melhores cirurgiões do país, medalhado no estrangeiro. Como tinha cinco dias úteis para apresentar o atestado, não se apressou a levá-lo aos serviços da Escola Secundária onde trabalha.
Não sendo obrigada a ficar de cama, levou-o ela mesma no quarto dia útil.
Qual não foi o seu espanto ao dizerem-lhe que aquele atestado não serve, que aquele médico fantástico não pode passar atestados para professores, que deverá submeter-se a nova consulta de um médico de clínica geral para este lhe passar o documento requerido.
Como não está habituada a estar doente nem a fingir-se de doente, a minha "amiga" não conhecia estas regras nem sabia onde dirigir-se para lhe passarem o papel.
Foi então informada de que uma conhecida clínica abriu um serviço de urgência quando esta lei foi inventada. Todos os que queiram ir passar uns dias ao Algarve como falsos doentes, só têm de ficar na fila para uma consulta paga pela ADSE.
A setôra deverá então ficar numa fila de espera atrás dessas pessoas, embora esteja doente, e ainda a mandam voltar às 20 horas, hora conveniente para quem não está doente...

Mas não é tudo. Os falsos doentes, para quem o primeiro ministro inventou esta lei (conseguiu evitar algumas baixas fraudulentas e causar os maiores incómodos aos verdadeiros doentes) já sabem como se faz para que o médico não vá a casa deles verificar se estão lá.
Os verdadeiros doentes, como esta, que não é obrigada a ficar sempre de cama, são obrigados a ir a uma consulta para o atestado e a ficar na fila de espera, mas, se sairem para espairecer, correm o risco de serem considerados falsos doentes.
Perceberam alguma coisa? Eu também não.
Em vez de se fazerem leis para proteger os doentes, fazem-se leis para apanhar os falsos doentes e ainda acabam por favorecê-los: antigamente ficava caro arranjar um atestado falso, hoje custa três Euros e a ADSE paga o resto.

sábado, março 07, 2009

Nacional Nepotismo: o festival de asneiras do magalhães

Deixei de comprar o Expresso desde o Verão, porque ele me parecia o órgão oficial de propaganda do governo. Como, provavelmente, muitos fizeram o mesmo, o jornal mudou, ao que me parece e tem hoje dois artigos giríssimos: ainda não li tudo.
Refiro-me à entrevista com Manuel Alegre e à notícia sobre os erros graves e muitos de português que aparecem neste computador "educativo".

"Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as intruções de um puzzle - assim: "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste".
Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador Magalhães, conforme descobriu o deputado José Paulo Carvalho, depois de navegar na área lúdica do computador.
"

Parece que a culpa disto foi atribuída pelo ministério da educação à Direcção Geral abreviada para DGDIC. Esta mesma DGDIC brindou-nos com as TLEBS, que originaram um monumental abaixo-assinado que incluía professores, pais, linguistas, escritores, etc. Por esse motivo foram suspensas. Mas alguém me explica o que quer dizer suspensas? Deixaram de existir? Continuam a existir? Que gramática devem os professores ensinar aos alunos? Nenhuma destas perguntas tem resposta.
Para se desculparem, os responsáveis dizem que são poucos elementos a trabalhar. Que fariam, então, se fossem muitos?! Todos desta qualidade?
Outro órgão do brilhante ministério sai-se cá para fora com exames que são a vergonha do país, umas vezes cheios de erros, outras demasiado fáceis, outras vezes muito ambíguos e confusos. As notas dos exames dependem, assim, do enunciado dos exames e não daquilo que deviam depender: da boa ou má preparação dos alunos.
O ministério da educação não devia existir, ou então deveria ser remodelado de alto a baixo, mandando-se para a reforma todos os funcionários, ou, de preferência, para o desemprego, pois é o nepotismo nacional que perpetua estes erros.
A ministra da educação já nem é referida a propósito destes assuntos: para a proteger.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

O Chile como modelo para a Europa

Afinal, já é assumido pelo Ministério de Educação que o modelo que quer impor foi importado do Chile.
Alguém ainda achará normal que nós andemos a imitar os modelos do Chile, ao nível da educação? dizem também que os professores chilenos, para terem boas notas, compram os documentos que era suposto produzirem.
Isto também é para imitar? Quando se concorda com tudo, o resultado é comprar aquilo que nos pedem para fazer e que é uma seca.
Protestar é mais europeu, não acham?

Do que se haviam de lembrar!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, dezembro 01, 2008

A Pedrês: O Estado da Nação

A galinha pedrês, ao passear no monte, encontrou o ninheiro dos ovos das duas galinhas pretas.
Como estava choca (chocada? ver no dicionário), a pedrês decidiu chocar (ver dic.) os ovos das pretas.
Os outros animais da quinta protestaram:
- Ó pedrês! Esses ovos não são teus!
- Ai não? Então, tirem-me daqui!
- Dá pelo menos dois ovos às galinhas pretas, porque eles são todos delas!
(Filhas, neste contexto, as galinhas pretas opõem-se, como toda a gente sabe, às galinhas totalmente brancas, que são de aviário).
- Eu não cedo! Os ovos são meus!

Oito meses depois, estava a pedrês refastelada em cima dos ovos, voltaram à carga os outros animais da quinta.
- Ó pedrês, olha que nós agora estamos todos em perigo por tua causa.
- Ai sim? Não me pusessem aqui! Isto agora é meu! O ninheiro, o poleiro, o galo e os franganotes! Vocês não são coerentes? Eu sou. Vocês alguma vez pensaram que eu tinha bom feitio? Uma galinha choca é a coisa mais pequena e mais agressiva que existe. E a que melhor defende o seu território!
Foi grande o embaraço na quinta. Como correr com a pedrês?
Cenas dos próximos capítulos: não cai a pedrês, caem os pedreses. E os pedreiras.
Outra hipótese
Cenas dos próximos capítulos: ou a pedrês cai, ou cai a capoeira. Não perca!