segunda-feira, junho 25, 2012

Acordo ortográfico: Ó seus pactectas! Para que querem vocês o c?

(Correção do título - também pode ser assim: Ó seus pateptas! Para que queriam vocês o p?)


Pouco tempo passado sobre a entrada em vigor do acordo ortográfico, surpreendemo-nos com o não acontecimento que foi  a adesão rápida, sem dor e sem história ao que, para alguns, parecia vir a ser o fim do mundo e o fim da língua portuguesa.
Já quase não me lembro que objeto tinha c e pergunto-me para que servia tal coisa, a não ser para confundir, baralhar e levar o pobre escrevente a dar erros. A razão é conhecida, no entanto: o c servia para abrir o e. Então e na palavra veto, para só dar um exemplo, não era necessário o c para abrir o e?
E pateta, que nunca se escreveu com c? 

Ó seus patectas! Digam lá para que queriam vocês o c!

Recentemente, ao limpar o teclado do computador, estraguei a letra c. Ainda usei o teclado durante bastante tempo, em parte pela experiência invulgar: pouca falta me fazia essa letra, escrevendo de acordo com o Acordo Ortográfico (AO), sobretudo se compararmos com a falta que teria feito antes do AO. Era também engraçado ver as palavras que apareciam quando lhes faltava um c, ou mesmo dois. 

Também ao ler textos escritos por estudantes se nota que há muito menos erros por este motivo, exceto quando decidem colocar um c onde ele nunca existiu.

É muito mais fácil e descomplicado escrever assim. 

P.S.: No Terra Imunda, há já muito tempo que se usa o AO, ao ponto de terem pedido para colocar um link para ele no blogue Em Português Grande, que também aqui foi colocado nos favoritos.

A razão da imediata adesão, foi ter a Nadinha lido há muito tempo e recentemente relido as polémicas que se fizeram ouvir aquando da reforma ortográfica de 1911, hoje absolutamente ridículas. Ou melhor, engraçadas. Digamos, risíveis.

8 comentários:

Ricardo Horta (tradutor) disse...

Nadinha, demonstra não saber nada de nada do AO. Então para si é só tirar "c" e "p"? Santa ignorância. Informe-se antes de escrever barbaridades com uma ironia frouxa e sem qualquer cabimento.
Saiba também que no Brasil a tentativa de suspensão do AO já vai no Senado.
Passe bem.

Nadinha disse...

Ricardo: obrigada pelos elogios. E pela sua abertura de espírito.

Ricardo Horta (tradutor) disse...

Abra-se você ao saber e fique com este belo exemplo do AO, que bom proveito lhe faça. Que patetas que somos!
http://www.priberam.pt/dlpo/firefox.aspx?pal=pola

Ricardo Horta (tradutor) disse...

É de rir para não chorar, não é?
(Ou nem chegou a perceber o conteúdo do link?)
Tenho dito.

Anónimo disse...

Ricardo
Realmente, é mesmo só tirar o 'c' e o 'p', mais nada. Fazem a mesma falta que faziam a enorme quantidade de 'c' e 'p' mudos eliminados em 1911.

Quando ao exemplo que likou, veio simplesmente fazer equivaler a situação a bolo/bolo bola/bola, pelo/pelo, torre/torre, sede/sede e outras.
O que lhe pergunto é: o que é que pola de tão errado que as outras têm de tão certo?

Nadinha disse...

Obrigada, Anónimo. De facto, eu não tinha compreendido que o grande argumento aqui apresentado contra o acordo ortográfico, (apostrofando-me de ignorante para baixo) era que as palavras que ninguém conhece, póla e pôla ficam homógrafas. LOL.
Vou passar a usar essas palavras importantíssimas, assim: ele deu-lhe uma póla com uma pôla. Todos vão pensar que sou muito erudita, porque ninguém entende nada do que digo ou escrevo.

(A propósito, queria mencionar que eu poderia eliminar os comentários que estão acima. Não o ter feito, parece-me dever ser considerado.)

Nadinha disse...

(Continuação do comment anterior)

Em contrapartida, ela deu-lhe um linda pôla e depois deu-lhe uma grande póla. Imaginem isto sem acentos, que horror :
- Ela deu-lhe um linda pola e depois deu-lhe uma grande pola.
Pergunta óbvia:
- Mas tu queres dizer que ela lhe deu uma pôla e uma póla, ou uma póla e uma pôla?
- Oh, que confusão, estarei eu a falar chinês? Quero dizer que ela lhe ofereceu um ramo inútil na raiz de uma árvore e logo a seguir, amandou-lhe com uma ganda tosa.
-Uma ganda quê?
- Tosa! Póla!
- ...?

Nadinha disse...

Apaguei aqui uma frase ofensiva, mais para o seu autor do que para mim, já que nada tinha a ver com o assunto e sim com fantasmas que nunca me assombraram, e o autor dos comments (Ricardo) apagou a frase descabida que era o exemplo de como o acordo era inexequível. Foi pena, vim aqui agora à procura da frase e não a encontrei. Mas achei outra, algures.