Apesar do mau gosto de realizar a homenagem a Ramalho Eanes no dia 25 de novembro, dia em que a esquerda se sentiu derrotada e que o PREC terminou, destaca-se nesta homenagem a valorização de um português e político que ninguém poderá suspeitar de ser corrupto, a lembrar que é possível ser político por noção do dever e por amor à Pátria.
Exatamente o contrário do que suspeitamos de Sócrates, Passos Coelho e Cavaco Silva. Por isso, fui lá.
O homenageado apareceu nos últimos minutos, exatamente os últimos 10 ou 15 minutos e falou por poucos momentos, num discurso nada político.
O General, que nunca sorria, chorou visivelmente, limpando os olhos com um lenço branco de pano (talvez de pano:)) quando agradeceu à mulher, aos filhos, às noras e aos netos o que lhe "ensinaram" em termos de proteção do... seria estado social? Confesso que não registei as palavras exatas, mas os jornais hão-de dizê-lo. Bonita homenagem às mulheres, da parte de um militar.
O evento terminou com o Hino Nacional cantado num tom "piano", "moderato cantabile".
Pela primeira vez entendi as palavras "Contra os canhões marchar marchar!" - o que sempre me pareceu um hino bélico e despropositado, assim cantado suavemente, docemente, fez-me entender que: mesmo se a nossa luta não é aceite por uma maioria conformista que nos esmaga, mesmo se somos ameaçados pela Troika, pelo FMI, ou seja por quem for que nos esmaga, podemos ainda, metaforicamente, marchar contra eles. Marchar contra eles.
Derrotados agora, venceremos mais tarde. Ou nem venceremos.
Ou seremos derrotados a lutar. Pela Pátria.
Por absurdo que pareça, podemos até mesmo morrer a lutar pela Pátria. Como muitos outros, ao longo da história. Ou podemos enriquecer a sugar a Pátria, como muitos outros, ao longo da história. Mas essa parte era a que nós já sabíamos...
Obrigada, Comandante: General Ramalho Eanes.
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