Depois de termos sido tão sacrificados, quase todos os portugueses, com a crise iniciada com as fraudes do BPN, temos ainda de assistir à crise desencadeada pelas fraudes do Banco Espírito Santo e família Espírito Santo, aquela que andava, há uns anos, "a brincar aos pobrezinhos". E que está agora à beira da falência.
Que, ao menos, lhes tenha servido o treino para alguma coisa.
A nós é que o treino não nos serviu de coisa nenhuma: após termos visto a idade da reforma a aumentar mais do que o razoável e as reformas a baixarem, vemos agora esses senhores que levaram um grupo económico à falência a reformarem-se ganhando milhões. Dado que, por causa da austeridade, o governo de Passos Coelho diminuiu a reforma de todos, incluindo a dos pobres e recusou-se a estabelecer um teto máximo para as reformas escandalosamente altas. Sendo assim, vemos notícias como estas:
Ricardo Salgado vai receber reforma de 900 mil euros por ano
Manuel Pinho negoceia reforma de 3,5 milhões com o grupo Espírito Santo
Isto se não forem parar à cadeia, claro. Ou mesmo que vão?
É caso para perguntar se o Brasil aprendeu alguma coisa de política com a estrondosa derrota no futebol frente à Alemanha e se os portugueses aprenderam alguma coisa de política com o nível de vida que têm perdido.
Mas há sinais de mudança, no paradigma económico português. Parece que o Estado não vai intervencionar, levando o seu capitalismo selvagem até ao extremo de abandonar os ricos capitalistas.
No artigo do Expresso, "A maior falência de sempre", Pedro Santos Guerreiro afirma: "Mas se superarem a crise, Portugal terá tido a maior transformação da economia em décadas. Não foi a Troika. [...] Mas a queda do grupo Espírito Santo e da aristocracia satélite".
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