Mil estudantes portugueses, que haviam pago alguns dias de estadia em Espanha, foram expulsos do país, por terem praticado distúrbios como: deitar televisores dentro de banheiras, partir portas e janelas de vidro, etc., num quantidade tal, que o seguro da agência de viagens não pode cobrir estes prejuízos, segundo as notícias.
Isto deve merecer uma reflexão púbica de todos: pais, professores, sindicatos, governo, alunos, etc., sobretudo numa ocasião em que o Ministério da Educação propõe um perfil do aluno tão exigente, que é muito semelhante ao que o Vaticano propõe para alguma criatura ser canonizada.
Tudo isto é um sinal dos tempos: são tantos os estudantes que pagam estas viagens, que é evidente a explicação: os pais sacrificam-se para pagar estas viagens, tal como se sacrificam ao usar os telemóveis velhos e de vidro partido dos filhos, para oferecerem Iphones aos piores alunos, sem qualquer consideração pelo mérito ou demérito dos mesmos.
Sim, não são os pais que disciplinam o filhos, é a polícia espanhola que disciplina os pais e os filhos portugueses.
Não, não são os professores portugueses nem a polícia portuguesa a fazer o que fez a polícia espanhola.
É muito óbvio, por outro lado, que nem metade dos cerca de mil estudantes portugueses participou dos distúrbios que deram origem à expulsão. E isto levanta um novo problema, dos qual também ninguém fala.
Em cada turma de trinta alunos, haverá, na maioria dos casos, um máximo de 10 que boicotam as aulas, às vezes dois ou três, outras vezes um ou dois. As meninas raramente fazem grandes asneiras, mas as poucas que as fazem, conseguem ser piores que os rapazes.
Mas aqui, todos nós, elementos da sociedade portuguesa, pais, professores, alunos, tios e tias e vizinhos estamos de acordo: os colegas de estudo devem proteger-se uns aos outros. Quando um faz uma grande asneira, os outros devem ocultá-lo e nunca o denunciarem.
É a chamada camaradagem, tão apreciada por todos nós.
Essas meninas que têm uma formação moral e humana normais na nossa sociedade tão humanista, juntamente com muito meninos que têm uma formação moral e humana normais na nossa sociedade tão humanista, têm o dever ético e moral de proteger os colegas, ainda que estes colegas os impeçam de estar com atenção nas aulas, de terem boas notas, de poderem escolher os cursos que querem.
Como estes rapazes e raparigas se regem por valores, incluindo o da camaradagem, nunca denunciarão aqueles que o impedem de perseguir ou de cumprir os seus próprios sonhos...
Quando eu, Nadinha, aprendi a falar, creio que a primeira frase que disse, foi esta:
- Eu não suporto a estupidez desta gente! De quase toda a gente!
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E aguarda-se conferencia de imprensa sobre o assunto, amanhã
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