Encontrei este livro, Le Chant du Monde, numa cabine de trocas, velho, estragado. Comecei a lê-lo ainda lá dentro e li-o todo de um fôlego. Não conhecia a obra nem o autor, o francês Jean Giono, do século XX, mas tenciono ler os outros que escreveu. Algumas das suas obras estão traduzidas para português. Destas, a mais conhecida e, aliás, muito popular é O Homem que Plantava Árvores, um pequeno conto apresentado com formato de livro.
Le Chant du Monde trata da relação do homem com a natureza, uma relação ainda íntima e autêntica. As descrições, muito belas, têm muito de poético, mas também têm um tom antigo que se perdeu para sempre.
Interessante a simbiose da linguagem poética com a linguagem apenas prosaica e narrativa, que se encontra agora na melhor literatura, não a literatura comercial, mas aquela que se vai insinuando e impondo, apesar dos pesares.
Muitos escritores contemporâneos pretendem refazer essa união do homem com a terra, mas não conseguem escrever como os escritores antigos, autores dos séculos XIX e XX.
Não conhecem os nomes das árvores e muito menos conhecem o modo como o vento lhes agita as folhas, ou o ruído que faz o tronco ao ser abanado por um vendaval, diferente conforme a espécie e a idade, ou o odor caraterístico de cada erva. O modo como tudo muda com a humidade, com o frio, com o calor...Não conhecem a alma da natureza nem o cântico (o canto, os cantos) do mundo. Jean Giono conheceu, amou e descreveu tudo isto.
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