Uma constante em toda a exposição, “Rapture” é um pequeno barco cheio de pessoas (o barco só é pequeno por comparação com a quantidade de pessoas que transporta por mar, pois como objeto de exposição, há dois que são enormes e alguns que são minúsculos.
Na imagem que aqui incluo, os refugiados são comparados aos apóstolos de Cristo, podendo ser interpretado que, quem segue no barco, é Cristo com os apóstolos.
O barco terá condições para uma viagem de poucas horas num mar calmo, não para a viagem de uma vida no oceano. Vê-se também, em algumas representações, que as pessoas pertencem a classes sociais, estatutos e profissões diferentes entre si.
Do lado da exposição intitulado Fantasia há também um enorme painel, que ocupa toda uma parede, com desenhos de refugiados e desenhos que imitam os da antiguidade grega e romana. Quando representados por terra, são filas de pessoas carregando consigo uma pequena bagagem, embora pesada e que representa toda uma vida deixada para trás.
Há uma parte menos interessante, deste lado da Fantasia, uma parede das grandes ocupada com fotos de monumentos importantes do mundo, a que se sobrepõe uma mão fazendo o gesto de mostrar o dedo do meio. Veem-se também muitas mãos com este gesto, ou apenas parte da mão, em objetos de madeira e barro.
O enorme barco é feito de fios de vime, muito espaçados, dando lugar ao vazio. Vazio que, simbolicamente, ocupa um grande lugar nesta representação do espaço.
Dependuradas do teto, muitas imagens, estas sim, de fantasia, representando animais fantásticos ou figuras fantásticas e fantasmagóricas.
Engraçadas também umas esculturas com cabeças de animais douradas, tendo em frente, do lado oposto, quadros com desenhos desses mesmos animais. são ao mesmo tempo reais e de fantasia, como se fossem figuras de contos de fadas.
Nas duas partes da exposição, vemos homenagens à arte antiga, ocidental e oriental, pois existem objetos inspirados na porcelana chinesa, nos desenhos em cerâmica grega, etc…
O estranho título desta exposição, “Rapture”, tanto pode significar em português êxtase, como rapto.
Talvez seja um êxtase do lado da fantasia é um rapto, da parte da realidade.
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