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quarta-feira, dezembro 07, 2011

Alcaçuz




Já ouviu falar do alcaçuz? Rebuçados de alcaçuz, etc...

É uma planta medicinal, o que quase será sinónimo de erva daninha. A raíz é dez vezes mais doce do que o açúcar.

Acaba de ser considerada a planta do ano, pelas suas virtudes medicinais extraordinárias, caso anunciado pela World Aild Fund

É bom para quase tudo, desde gripes até problemas de colesterol, mas tem efeitos secundários inconvenientes: retenção de líquidos e consequente aumento da tensão arterial. Que podem ser evitados, ao consumir o extrato, como se vê 


"O extrato, que existe no mercado, de desglicirrizado de alcaçuz (com teores de glicirrizina inferior a 1 por cento), mas com todos os outros constituintes, e cujo consumo evita os efeitos secundários assinalados, constituirá uma alternativa mais aconselhável em necessidade de toma continuada".

Também há rebuçados de alcaçuz, mais antigos até que os de açúcar e viciantes...

quinta-feira, junho 09, 2011

Lá fomos, andando e rindo, a caminho da Troika

Fiquei a saber ontem um facto curioso: sabia que o governo de José Sócrates fez obras nas escolas, na sua maioria desnecessárias e que as ditas escolas públicas, que nunca tinham pago renda, começaram a pagar e logo foram aumentadas para o dobro. Sabia também que os professores e estudantes de Lisboa passavam muito bem sem o ar condicionado e o aquecimento central que agora têm e a que já se habituaram, extremamente dispendioso e que muitas vezes não pode ser ligado. Sabia também que em escolas velhas e talvez feias, nunca tinha chovido dentro do edifício, sendo que agora, remodeladas e tão bonitas que ficaram, chega a ser necessário encerrá-las porque ficam inundadas.
O que não sabia e fiquei a saber é que, pelo menos num caso, tendo sido abatidas as árvores existentes, foram plantadas mimosas vindas de... adivinhem de onde... não, não não... não adivinham.
Importadas de Itália. Mimosas italianas, grande luxo. 
As quatro que pegaram estão muito lindíssimas, mas as 14 que secaram...
E assim, importando mimosas de Itália, porque aqui não há árvores, lá fomos andando e rindo a caminho da Troika.

(N.B.: Parece que as mimosas italianas são o cúmulo do chique.)

quarta-feira, junho 01, 2011

A crise e as ervas do campo: Cicuta


Já coloquei esta foto tirada por mim e outras do género neste blogue e no blogue Escrevedoiros, mas nunca é demais recordar.
Trata-se de uma erva do campo, muito comum em Portugal e em todos os países mediterrânicos, bem como no Médio Oriente. Nasce nas bordas. É tão vulgar, que toda a gente já a viu. Confunde-se facilmente com  a cenoura brava por ter flores parecidas.
CLICAR AQUI CICUTA
A crise poderá fazer-nos voltar para as ervas do campo, para alimentação, tratamento de doenças, etc.
(Não entendo porque é que se riem...) mas prontus. Eu não me estava mesmo nada a referir ao suicídio de Sócrates, o grande filósofo grego. Com cicuta.



sábado, abril 23, 2011

Às Malvas





 


Para além de ser muito agradável mandar tudo às malvas, que é o que apetece fazer, também as próprias malvas são muito interessantes. Agora que comecei a estudar as ervas do campo, surpreendo-me ao constatar que quase  todas elas têm utilidade e que muitas são ou foram importantes do ponto de vista medicinal.Posted by Picasa
As malvas podem ser comidas, flor e folhas, em salada e são-no desde o tempo dos romanos.
São usadas para chás, flor, folha e raiz e para fazer banhos de limpeza.
Não é incrível? E além disso são bonitas!

domingo, abril 03, 2011

A crise e as ervas do campo

Os franceses e alemães descobriram as ervas do campo quando passaram fome devido às duas guerras mundiais.
Que já tinham sido descobertas por toda  a tradição médica desde Esculápio ou Hipócrates. Ou mesmo pelo nosso grande Garcia de Orta, que introduziu as "drogas" da Índia na farmacopeia ocidental. Aliás, muito está para dizer sobre este autor de Os Simples ou Drogas da Índia, quase ignorado, desde que os portugueses resolveram votar em tipos que querem ser doutores e  engenheiros, sem estudar nem saber nada. Pobre terra! Pobre Terra Imunda!
Vem isto a propósito da crise. Enquanto algumas pessoas passam necessidades, vivendo embora no campo,  não lhes passa pela cabeça comer aquilo que consideram ervas daninhas, ao mesmo tempo que muitos outros, portugueses e não só, mas mais esclarecidos, as compram a preços disparatados.
Ontem, na Feira Biológica do Príncipe Real, vi umas ervas e quedei-me a ouvir as explicações. Dizia um comprador ao vendedor:
- Que é isto? ainda ontem arranquei muitas destas ervas do meu jardim e as deitei fora! Isto come-se?!!!
- Sim, como vê. Já viu a fortuna que deitou ao lixo?
Tratava-se de uma planta chamada borragem, uma erva daninha e infestante, que se vendia por um Euro num molhinho de três ervas. Sabe a pepino, pode comer-se crua, em salada, ou cozida, tem propriedades medicinais, mas não deve ser consumida em excesso.
Também havia urtigas, um molhinho por um Euro.
Perguntei na banca da Quinta do Poial, uma das melhores, senão a melhor, se havia Dente de Leão, ou Leitugas, Ou Pissenlit. Não há. Mas vai haver, porque já estão encomendadas as sementes.
No  regresso a casa, que fiz a pé, porque já estou melhor do pé, encontrei muitas leitugas na borda de ruas, junto ao Largo do Rato, por exemplo.  E até me lembrei da razão deste nome: a seiva é leitosa e pegajosa, parece leite, como a das figueiras. Era por isso que eu não gostava das leitugas.
E descobri também, ao ver umas folhas de chicória, que encontrei muitas daquelas na minha terra, quando, em criança e passeando com a minha mãe, apanhávamos algumas ervas pelos caminho e nos interstícios dos muros, para dar aos nossos coelhos e principalmente à minha coelha, de que já falei aqui, que me comia da mão. Ela e os filhos.
Ando a meditar um romance e já escrevi um conto, em que entram todas estas plantas, daí o meu interesse. E dos passeios que fazia com a minha mãe, em que colhíamos, esporadicamente algumas ervas. Essa, que julgo ser chicória, dizia ela que quando lha dávamos, "até os coelhos se riam". E de facto, a minha coelha ria-se quando eu lhe dava folhas de chicória. A minha mãe utilizava outra palavra, que não consigo recordar.

sábado, abril 02, 2011

Pissenlit / Dente de Leão





A erva daninha a que chamamos dente de leão, tem óptimos poderes medicinais, de que se destaca a acção diurética e laxativa. Pissenlit, o nome em francês, traduzir-se-ia pelo vernáculo, a culpa não é minha mas... bem... pissenlit quer dizer "mija na cama". Por aqui se vê...

Mas em França tem direito a grandes festas regionais, sem correspondência, acho eu, com as nossas romarias, onde se vende e se consome cerveja, vinho, mostarda, tudo de pissenlit. E sobretudo salada de toucinho com batatas e pissenlit. Imaginem!

Vejam bem como nós somos ricos, que não ligamos nenhuma a esta ervita daninha e andamos a comprar medicamentos caros, ou mesmo chá de dente de leão! mas agora, com a crise, podemos voltar-nos par as ervas do campo.

VER AQUI  A FESTA
Vem a propósito porque é agora que floresce e a festa do link é já no próximo domingo.

Os Índios das Américas chamavam-lhe "pegada de europeu", pois onde passassem os europeus, nasciam leitugas. Levavam as sementes, talvez nos pés, ou nos sapatos.