sexta-feira, agosto 11, 2006

Regresso

Depois de ter dormido em hotéis de luxo, a minha pobre cama parece-me ser o paraíso terreal: bicho saudável descansando na terra sem dor e sem moral.
Tenho vivido em mil casas, houve mil camas a que chamei minhas, mas só as senti como insubstituíveis quando elas são “a lareira a abandonar”.

Cheguei, mas continuo a viagem pela terra.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Lista de blogsEstou a tentar

Estou a tentar fazer uma lista de blogs. Neste momento alguns já aparecem, mas em vez do nome deles aparece a palavra Edite depois do Blogger. Se clicarem na palavra chegam lá. quando tiver mais tempo e mais paci~encia, faço o resto.

Bahia: artistas e santos

A Bahia de todos os Santos aprecia muito em particular todos os santos e todos os artistas. E é por isso que tem tantos (artistas, que eu saiba). Poderia dar o exemplo de Jorge Amado, Vinícios de Moraes, Gal Costa, Maria Betânea, Caetano Veloso, e isto para só citar os que conheço e que já são quase antigos.
Uns e outros, artistas e santos, correm o risco de serem corridos ao murro e ao pontapé de quase todos os outros lugares a terra. Cito só o exemplo de Portugal.
Têm em comum, se não tiverem outras coisas, uma incrível teimosia, a mania de que podem ser diferentes de todo o mundo e um certo desprendimento (o que talvez seja o mais irritante nos dias que correm e nos que correram até aqui).
Poderão vocês dizer, com razão, que muitos artistas viveram ao contrário da moral. Sim, mas muitos santos também começaram desse modo.
Dou só o exemplo de S. Cipriano, que começou por ser um bruxo horrendo...

quarta-feira, agosto 09, 2006

Carla

A despropósito:
Amanhã, 10 de Agosto, dêem os parabéns à Carla, que faz anos.
Do blog
http://simtristeza.blogspot.com/

terça-feira, agosto 08, 2006

O Turista: pela terra

Um turista é um ser teletransportado, enrascado, enfiado, que só sabe viver noutro planeta ou nas nuvens, se for levado pela mão para um país miserável. Comendo um marisco demasiado cozido e demasiado mole, enfartando-se ao lado de gente que morre à fome, sente-se feliz. E que não lhe venham falar de outras coisas!
Ele quer ir para a praia, vir moreno, mais preto do que já é, comer e dormir e ver coisas bonitas. Mesmo que haja muitas coisas feias para ver, ou ao menos coisas que não são convencionalmente bonitas.
O ano passado, em Veneza e Bari, chamei a atenção de uma amiga para algo que me parecia surpreendente: colam cartazes nas paredes anunciando a morte de certas pessoas, o funeral, a missa de 7º dia, etc. Como eu tinha esquecido a máquina fotográfica, pedi-lhe que fotografasse o cartaz, mas ela respondeu:
- Ah, mas isso é triste...
Pois, isso é triste. A mim, o que me despertou a atenção foi o seguinte. Em Portugal, nas terras pequenas, circula bouche à l’ oreille a informação de que alguém morreu. Nas terras grandes não circula. Em terras italianas bastante grandes, como Veneza e Bari, foi inventado este sistema, estando as tipografias equipadas com modelos adequados para o fazer. Creio que aquelas pessoas tinham morrido em paz e na abastança.
Nos lugares paradisíacos, morre-se de fome, de malária, de doenças agravadas pela subnutrição…
E é tão fácil ser feliz nesses sítios!
E ainda dizem que “é impossível ser feliz sozinho”

segunda-feira, agosto 07, 2006

Pela Terra 4

  Posted by Picasa

Brasil

O Brasil tem três coisas fantásticas, ao que me foi dado ver: a natureza, a comida e a boa disposição dos brasileiros.
É impossível não pensar no sofrimento, na miséria e nas injustiças que os geram, mas ainda é mais impossível não reparar na expressão de alegria e esperança que se vê pelas ruas.

1º Bispo do Brasil

  Posted by Picasa

domingo, agosto 06, 2006

Pela Terra 2

Este ano, em vez de viajar por mar, andei pela terra. E escrevi para vocês. Já sabem como é: o que me agradar muito está no outro blog.

O primeiro Bispo do Brasil foi, obviamente, um português. Chamava-se Pedro Sardinha e foi comido pelos índios canibais.
As coisas mudaram muito entretanto, pois a Bahia, terra onde foi comido, tem hoje 366 igrejas.
Estes factos foram narrados por um guia turístico, chamado Moisés Messias.

Parece, mas isto já me foi dito por amadores, que os canibais gostavam de comer as pessoas que admiravam. E que por isso não comeram um grande cientista europeu, que era gay e que eles não admiravam.
Sem aspas.

Eu não esperava ir ao Brasil ouvir estas histórias de canibais, e muito menos que elas fossem a introdução a tudo o mais.

Pela terra: diário: São Salvador da Baía

  Posted by Picasa

sexta-feira, julho 28, 2006

Fica aqui este sorriso

  Posted by Picasa

O caminho é a fazer

Mas também não devemos esquecer os poetas portugueses e demais portugueses que elogiam a diferença, ou mesmo a loucura, se for essa a diferença. E que nos ensinam o caminho, ou nos dizem que não há caminho. Que o caminho é a fazer.
Para recordar um desses magníficos poemas, ver o blogue brasileiro.
http://jeremias-o-bom.blogspot.com/

Gisberta está viva

O Ministério público decidiu que não houve homicídio no caso Gisberta. Como a senhora (o senhor) não morreu de morte natural nem de acidente, resta concluir que está viva.
Qualquer dia aparece na televisão a dizer que gosta de Portugal e que as crianças portuguesas são amorosas e que foi tudo uma brincadeira. Também pode ser uma pessoa parecida a dizer isso. Nós ficamos tão felizes quando os estrangeiros dizem bem de nós! E tão irritados quando dizem mal!
Há 500 anos andávamos aqui em Portugal a matar judeus, mas agora somos um povo muito civilizado. Só o problema é que não gostamos de gente esquisita. Solução: criar uns bandos de criancinhas amorosas, lideradas por padres, para eliminarem tudo o que for esquisito. E tudo o que mexe.(Idade máxima das criancinhas: 25, 30 anos, se forem jovens agricultores, podem ir até aos 40).

quinta-feira, julho 27, 2006

Bem-vindos

Já vi que reapareceram aqui no blog pessoas que estiveram de férias. Issop nota-se ao ler com atenção o "sitemeter".
Bem vindos! Não se esqueçam de que eu tenho outro blog (mais pacífico). é só clicar em "my complete profile" e logo se vê.
Beijinhos.

Inteligência média-baixa

Nesta terra, Portugal chamada, que já teve melhores dias e que merecia melhor sorte, fala-se muito, por exemplo, da classe média baixa: por parecer que somos todos da classe alta-alta, salvo raras excepções.
Mas nunca se fala da inteligência média-baixa ou da memória média baixa e de outras coisas mentais e intelectuais médias-baixas. Não se fala disso, porque é o normal, o vulgar e o bem aceite.
Poderia dar mil exemplos, só destes últimos 2 ou 3 dias, mas basta dar o exemplo dos exames do 12º ano.
Foram feitos por inteligências médias-baixas, destinados a alunos de esperteza e memória médias baixas (e que copiam), destinados a serem corrigidos por mentes médias-baixas.
E é suposto ninguém protestar muito, porque a mediania é altamente desejável. E até mesmo vulgar.

segunda-feira, julho 24, 2006

Todo o cais é uma saudade de pedra (Tio Fernando)

  Posted by Picasa

Por acaso acertei

Parabéns a mim, Nadinha, porque há meses, no meu "rimance" "Estado da nação" levantei uma questão que é hoje notícia no DN: "Aumentam casamentos para obter passaporte da UE". E na página 5 diz assim: "Futebolistas Kostov e Bukovac casaram-se para contornar o limite de estrangeiros do Sporting". Página 3: "redes recrutam mulheres para casar com paquistaneses, homens preferem as brasileiras".
E ainda dizem que eu sou distraída...

domingo, julho 23, 2006

Consolação

Espero que as histórias que eu vou contar sirvam de consolação a muitos.
Quando era suposto eu ter entrado para a Universidade, ou seja, há mil anos, nesse ano exacto o Governo decidiu que não entraria ninguém para o 1º ano da Universidade.Estávamos em pleno PREC. E então, que fazer às milhares de pessoas que, como eu, não tinham que fazer?
A mim, deram-me 3 ou 4 bolas diferentes, umas maiores outras mais pequenas, dois ou três livros fininhos e com muitas figuras, 20 ou 30 ganapos da minha terra e mandaram-me ensinar-lhes futebol, andebol, basquetebol e mais não sei o quê. Ainda hoje não entendo nada disso nem quero entender. Perguntei:
- E agora o que é que eu faço?
Responderam-me:
- Eu não sei, eu estou só a cumprir ordens.
Creio que também me deram umas redes, que eu também não entendi para que serviam, nem eu nem as minhas duas ou três colegas de infortúnio, todas raparigas, que rapidamente sumiram por razões várias. Até essa data eu tinha tido 6 ou 7 aulas de ginástica, no total (também é verdade que me baldava).
Enfim, para encurtar a história, os miúdos acabaram por decidir que eu era guarda-redes, por ser alta, e eles lá se entendiam para jogar futebol. Chegar à rede foi canja, o pior era que quando eu batia na bola me doía a mão, portanto retirava a mão e a bola entrava. A minha outra função era levá-los à farmácia quando algum sangrava pelo nariz ou por qualquer outro lugar.
Eu havia pedido que me pusessem a fazer alfabetização de adultos, uma vez que era vocacionada para as letras e que nessa época havia muitos analfabetos, mas...

Cenas dos próximos capítulos: Eu e a Alfabetização de adultos. Mas só conto se vocês pedirem.