sexta-feira, novembro 24, 2006

Tão Inacontecente

A Jubi, A Mariana e outras pessoas devem andar banzadas por eu andar tão virada para a realidade portuguesa, que é tão pequena e tão inacontecente.
Os países felizes não têm história, acho que dizem, mas os países infelizes nem existem.
Portanto, eu vou voltar a falar dos bonequitos Maias chamados “Quitapenas”, que se estão a tornar conhecidos no planeta, vindos directamente de alguma aldeola do Terceiro mundo. E aí vai.

“Quando descobri os bonequitos Maias, eu andava deprimida e com insónias.
Coloquei um debaixo da almofada e, sempre que me lembrava dele, dava-me vontade de rir. É suposto a gente falar com eles, mas as figuras têm um ar tão tosco e tão parvo… e são minúsculas…
Dias depois, a D. Aurora fez a cama, aspirou o chão e aspirou também e deitou ao lixo o bonequito (ou, como se diz no Norte, não sei porquê, “macaquito”, ou, como creio que se diz no Brasil, mais logicamente, “hominho”).
E Ódespois, de cada vez que eu me lembrava que o hominho Maia tinha ido parar ao lixo, depois de ter sido aspirado, dava-me vontade de rir.
Em conclusão: o “Espanta Penas” resulta. E eu até poupei bué dinheiro em psicanalistas, psiquistas, espíritas, pastilhas e outros modos de não ceder ao sentido de humor."

quarta-feira, novembro 22, 2006

Que lata!

 

A minha professora de Desenho, uma artista verdadeira, escultora, que ensina desenho gratuitamente como caridade, (juro!)
Enfim, a minha professora de Desenho deu-me este raminho de folhas para desenhar e disse que oferecia os raminhos aos alunos que os quisessem plantar…
Desenhei-o, mas tão mal que não me atrevo a publicar aqui o resultado, (A NÃO SER QUE VOCÊS ME PEÇAM), enfim… nem é modéstia, é mesmo inabilidade…
Depois, distraidamente, levei o ramelho para um restaurante das Amoreiras onde jantei. A criatura que servia à mesa pegou nele para o deitar ao lixo, mas o encarregado das criaturas explicou-lhe que ninguém vai com uma plantinha para um restaurante com a intençao de a deitar ao lixo!!!!!!! PERCEBES???? Percebestes? Ouvistes?
A rapariga pediu desculpa e devolveu-me o esquecido vegetal, o que agradeci distraidamente. Ao chegar a casa, tarde da noite, ocorreu-me a ideia de colocar as folhas num vaso com água, onde tenho um salgueiro (juro!) um salgueiro vivo só em água e que dá carneirinhos na Páscoa. A D. Aurora, dias mais tarde, viu esta as folhitas e plantou-as aí onde as vedes.
E elas ainda tiveram o descaramento de dar flor! Pode?! Posted by Picasa

É por isso que eu gosto dos italianos

É por isso que eu gosto dos italianos. Aqui temos um blog em que se faz um libelo a favor do véu islâmico. Quem não entender italiano pode ver a mensagem, na fotografia de 14 de Novembro.

http://omardottorpitxurri.blogspot.com/

A rapariga que serve no bar chama-se Sílvia

Vivam os Artistas Vivos

Como apreciadora de poetas vivos, artistas vivos e demais viventes, vou acrescentar aos meus blogs favoritos um de Israel, que, aliás, já estava aqui referido há meses, da pintora israelita Hadasa Stoler. Descobri-a por acaso na net.
Ela não entenderá o que escrevo, mas talvez entenda o esssencial do que quero dizer.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Pergunto aos meus botões e aos deuses do Olimpo luminoso quem será esta Unknown person de Unknown Country que passa horas nos meus blogs sem nunca se manifestar...
Nem sei se é uma ou se é vária(s)...

domingo, novembro 19, 2006

Mar da Lourinhã

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Esperem...

Há uma expressão popular que é assim:

É lindo como o sol de Inverno.

Vou ver se capto esta beleza, em fotografias.
E, já agora, em textos, mas é claro que não coloco aqui nem a décima parte do que escrevo...
Esperem...

Fotografias

Juro-vos que, antes de ter estes blogs, eu nem sabia que tinha jeito para a fotograia. Sabia que era criativa, claro, mas a fotografia é hoje bem mais simples e barata do que há uns anos atrás.
Devo agradecer à Carla os vários elogios que têm sido feitos às minhas fotos, não só nos blogs, mas por aí (na vida real).
vejo que tenho muito que aprender e que descobrir, mas também entendo que este pode ser um dos meus caminhos.
E aconselho todo o mundo a fazer um blog.

terça-feira, novembro 14, 2006

O Estado da Nação O Futuro Parte II

(Algures no futuro, talvez 2015 ou 2020)

- Ó progenitora, porque é que tu não me acordaste às 4 da manhã?
- Ó pá, porque só acordei ás 10 e meia, filha. E porque hoje é Domingo!
- Mas eu tenho de acabar de ler as obras completas de Dostoievsky…
- Ó filha, mas tu acabaste de ler as obras completas de Turgueneyev e de Dante Allighieri!
- Esqueces-te de que a minha professora de Português diz que nós não sabemos ler nem escrever Português, aliás, toda a gente diz isso da nossa geração…
- Mas também já diziam isso da minha, e da do teu avô…
- Tens a certeza?
- Pois, a tua avó, aliás, não gosta nada que tu lhe chames “antepassada ancestral”.
- Só porque gosto de falar bem? Ora, a juventude não é compreendida.
- Falar bem, falar bem... Nós temos o Camões como modelo… era o dia da raça e de Camões, agora é o dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, até parece que nos estamos constantemente a comparar ao zarolho…
- Ora, chamar-lhe zarolho, ó progenitora!
- Que até gostava de beber o seu copo… que nisso, realmente somos quase todos como ele, é verdade… e de namorar…
- Na tua geração, até admito que falem assim, mas eu preciso de ter uma média de 19,87 para entrar para o meu curso, e a minha Professora de Português idolatra o Camões. Acho que nunca leu “Os Lusíadas” duma ponta à outra, claro!
- Credo! Alguém alguma vez terá feito tal coisa?
- Creio quer o próprio Camões o deve ter feito…
- Ó filha, mas por que não tiras um cursinho mais fácil? Engenharia, Direito, Medicina?
- Ora, francamente! Os correligionários dessas profissões agora pertencem à classe média!!!...
- Pois, realmente…
- E a classe média está completamente a zeros. Em termos de dinheiro, bem entendido. Não é?
- Ai, lá isso é. Mas…
- Qual mas? Eu vou tirar o curso de canalizadora. E depois vou ser especialista em canalização de esgotos…
- Uma coisa que cheira mal…
- Mas que dá dinheiro!
- Lá isso! Já antigamente, no dicionário de interpretação dos sonhos, sonhar com m,,,, quer dizer, sonhar com isso, queria dizer dinheiro.
- E eu sonho com isso e com dinheiro.
- E como não vou ser classe média e sim proletária, tudo bem. Nem a esquerda nem a direita nem o centro se atrevem a contestar os direitos dos proletários.

P.S.. (Cruzes, credo! O que eu quero dizer é: “Post Scriptum”): Talvez vocês tenham notado que eu, Nadinha, nem sou muito de dizer palavrões. Talvez por ser do Norte… Ganhei alergia…

domingo, novembro 12, 2006

FIL: Arte Lisboa

 

Habituem-se a ver esta imagem, pois, na FIL, era a que reunia mais gente à sua volta.
É de Maurizio Savini e está na Galeria Jorge Shirley, ao Rato
Mais imagens no outro blog. Posted by Picasa

sexta-feira, novembro 10, 2006

Bonequitos Maias

Em respeito aos Bonequitos Maias, encontrei a explicação, com fotografia e tudo, no blog

http://www.abriles.blogspot.com/

que também encontrei aqui no meu.
É muito giro. Chamam-se Quitapenas.

As Confissões de Leontina - teatro

Fui ontem ver uma peça extraordinária, As Confissões de Leontina , no Teatro Nacional D. Maria II, com a actriz brasileira Kelzi Ecard, que não conhecia, mas adorei.
Vou escrever o meu comentário sob a forma de carta a esta actriz.


Talvez Você:


Este Verão fui a São Salvador à procura de Jorge Amado, mas não o encontrei lá.
Não gostei do que vi e morri de medo do mundo em que vivemos: um oásis perdido em imensos desertos.
Ao ver a sua peça, encontrei, na primeira pessoa, aquilo que suspeitei, imaginei e pressagiei sem ter desejado fazê-lo, na minha muito breve estadia por essas terras. A miséria nua e crua, a ausência da beleza, o isolamento absoluto de tudo. E a fragilidade dos oásis.


Mas também encontrei o afecto, a beleza, a alegria pura, a sensação completa.
No fim da peça, senti o impulso de a abraçar, talvez a si, talvez à personagem, talvez às duas.


Mas sinto que ainda não vivemos no tempo dos abraços.

Favoritos

Acrescentei dois blogs aos meus favoritos. Guess what.

Comments por lapso

Por lapso, cliquei numa coisa qualquer, que, por lapso, impedia as pessoas de fazerem comentários directamente. Agora já podem.

terça-feira, novembro 07, 2006

ainda sobre a Ministra da Educação

Acho, no mínimo, surpreendente que uma menina de 14 anos escreva sobre a Ministra da Educação o que vocês podem ler em 30-10-06, em

http://sentencas.blogspot.com

Mas agora, em 2009, o blogue chama-se

http://borboleteia-se.blogspot.com

Não a conheço pessoalmente, encontrei-a a navegar à deriva num dos meus blogs.

Montes e Vales e etc.

Vivi algum tempo na pequena terra em que nasci. Experimentei, nessa época, uma terrível sensação de exílio. Foi pouco tempo, mas pareceu-me uma eternidade.
Agora acho graça a encontrar na net, em muitos blogs, essa mesma impressão de estar deslocado no espaço e talvez também no tempo.
Gosto desses blogs. Talvez os meus tenham algo disso. Mas há uma diferença.
Nessa época, estar numa terra pequena era, realmente, estar atrás dos montes e dos vales, sem contacto com o exterior dali.
Agora é possível estar numa terra qualquer, em contacto com qualquer outra. E ser entendido.
E ter o sentimento de ser igual, ou parecido, ou semelhante, ou de poder ser entendido. Ou de poder ter sido entendido.

Mas às vezes, ao passar numa terra isolada de todas as outras, em portugal ou no estrangeiro, e ao ver uma casinha ou uma cabanita, sinto o intenso e estranho desejo de ir viver para lá. Talvez para sempre. Talvez eu ande a escolher o lugar da minha próxima reencarnação.
Vocês não acham que deve ser possível ser feliz, muito longe de tudo?
Talvez seja possível apenas ser e sentir o ser, sem se pensar em ser feliz. Existir.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Shiatsu V (Ver cenas dos capítulos anteriores)

- Ó Sancho, tu estás outra vez todo escaqueirado, todo esbodegado, todo arranhado. Foi o Mem?
- Não, foram os mouros.
- Ah, até que enfim. Costuma ser sempre fogo amigo, ou seja, o Mem.
- Porque é que as mulheres não gostam do Mem?
- Porque ele é um trapalhão e dá cabo de vocês…
- Fica a saber que o Mem é um dos nossos melhores guerreiros!
- Contra vocês!
- E além disso, é o que bebe mais! Aguenta como um cavalo.
- Ai ele bebe assim?
- Ele é muito raro ficar em coma alcoólico...
- Enfim, isso de lutar contra os mouros é uma coisa um bocado antiga… nunca percebi.
- Nós lutamos contra os mouros porque eles não acreditam em Deus!
- Nem eu!
- Tu não acreditas em Deus?
- Eu não. E tu, acreditas?
- Sei lá! Nunca pensei nisso.
- Então pensa.
- Está bem!
- Já estás a pensar? Estás a ouvir? Ouves? Ele, logo que começa a pensar, começa logo a ressonar!
- O meu também é assim.
- O teu? Qual deles?
- O Mem.
- Ah! Eles são parecidos.