quinta-feira, janeiro 05, 2006

Dos burros e dos homens

Já pensaram nisto?
Os burros estão em vias de extinção porque nós já não precisamos deles.
Sendo assim, se todos nos tornássemos vegetarianos, as galinhas, os bois, os porcos, as cabras, etc., acabavam todos por ser extintos.
Então, quando eu como galinha, posso pensar assim: se eu não comesse galinhas, esta não teria sido morta. Por outro lado, se eu fosse vegetariana, ela nem sequer teria nascido.
Como eu sou meia budista, deparo-me com este trilema: como carne, não como carne, como só um nadinha de carne? Eu, Nádia.
O meu trilema resolver-se-ia facilmente se eu não apreciasse tanto os prazeres da mesa. Nesse caso, todos estes bichos ficavam tão raros como os burros e outros que tais.
Vocês perceberam mal: eu não quis sugerir nem insinuar que deveríamos começar todos a comer carne de burro.
O que eu quero dizer é que os burros são burros.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Terra Imunda: Mar visto da Ilha de Santorini

Terra Imunda: Mar visto da Ilha de Santorini


E isto aqui é o mar visto de cima daquelas escadas. Não é belo?

Vi-me Grega


Esta sou eu, a navegar montada no dorso duma burra (ou talvez dum burro, não sei bem…), enquanto descíamos, (mais ela que eu), as escadas intermináveis da ilha de Santorini.
O senhor que puxa por ela – chamar-se-á por isso burriqueiro, muleteiro?- disse-me que a burra (ou o burro) se chama Marika. Foi a única informação que lhe consegui extorquir, pois vi-me grega para o entender, por duas razões, que passo a citar:

1ª - O senhor (burriqueiro, muleteiro?) é grego.
2ª - Eu não falo grego
3ª - Estávamos na Grécia
4ª - Pelo aspecto e pela atitude (que não se notam de costas) é de supor que este senhor não fale bem nenhuma das línguas do mundo. O que não significa que não tenha caridade.

Antigamente havia, de certeza, uma designação em língua portuguesa para este tipo de trabalho e para a pessoa que o fazia, e ainda há-de existir …

segunda-feira, janeiro 02, 2006

outra imagem do mar vista do mar, mais bela e menos sinistra que a anterior.


Assim que descobri a minha vocação marítima, comecei a ter medo dos tubarões. Era bicho em que nunca me tinha preocupado antes…

Enfim, acrescentei os terrores que são próprios do mar salgado aos receios que são próprios da terra imunda.

domingo, janeiro 01, 2006

A imagem que se vê é o mar visto do mar, claro, na minha primeira navegação fora do porto seco. E ao chegar a terra, verifiquei pela primeira vez que a terra é imunda. E enjoei.

Terra Imunda

Como dizia o tio Fernando, "Navegar é preciso".
Durante uma parte grande da minha vida tentei navegar e descobrir o que era isso, uma vez que nunca saíra da terra.
Descobri que andava a navegar num porto seco ("Porto Dry"). Depois resolvi navegar a sério e descobri que a melhor maneira de navegar é:
- Pelo mar.
Agora, no dia 1/1/2006 decidi navegar doutro modo: fazer um blogue. Muito contribuiu para isso o ter encontrado na passagem de ano uma amiga que já fazia um. E que é fan do tio Fernando. E que até vive na casa de Bernardo Soares. Tudo muito inspirador.
E é este o meu modo de começar 2006.