sábado, setembro 16, 2006

Os nabos do cego

Era uma vez um cego que tinha um nabal fantástico. Ninguém naquela terra conseguia ter nabos como aqueles, mas, sempre que lhe perguntavam o segredo, o cego nem tugia nem mugia.
Mas o cego tinha uma amante.
Um dia, o povo da aldeia, querendo colher nabos tão grandes como os do cego, pediu à amante que usasse um truque para lhe descobrir o segredo.

A amante arrancou um nabo e mostrou-lho.
- Ora vê tu este nabo tão grande!

O cego sopesou nabo, apalpou-o, pensou, tornou a pensar e  disse:

- Ou este nabo é meu, ou foi plantado no dia de São Bertolameu.


Moral da história: devemos plantar os nabos pelo São Bertolameu [São Bartolomeu) (24 de Agosto).

Falta de moral da história: muitos dos antigos contos populares têm esta falta de moral de ridicularizar os deficientes e as deficiências.


Clicar abaixo no item Conto Popular para ler outros aqui no blogue

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.
Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)

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