Deixei de comprar o Expresso desde o Verão, porque ele me parecia o órgão oficial de propaganda do governo. Como, provavelmente, muitos fizeram o mesmo, o jornal mudou, ao que me parece e tem hoje dois artigos giríssimos: ainda não li tudo.
Refiro-me à entrevista com Manuel Alegre e à notícia sobre os erros graves e muitos de português que aparecem neste computador "educativo".
"Lê-se e não se acredita. "Neste processador podes escrever o texto que quiseres, gravar-lo e continuar-lo mais tarde", lê-se nas instruções do processador de texto - isso mesmo: "gravar-lo e continuar-lo". "Dirije o guindaste e copía o modelo", explicam as intruções de um puzzle - assim: "dirije" com "j" e "copía" com acento no "i". "Quando acabas-te, carrega no botão OK" - "acabas-te", em vez de "acabaste".
Tudo isto se pode ler nas instruções dos jogos que vêm instalados de origem no computador Magalhães, conforme descobriu o deputado José Paulo Carvalho, depois de navegar na área lúdica do computador. "
Parece que a culpa disto foi atribuída pelo ministério da educação à Direcção Geral abreviada para DGDIC. Esta mesma DGDIC brindou-nos com as TLEBS, que originaram um monumental abaixo-assinado que incluía professores, pais, linguistas, escritores, etc. Por esse motivo foram suspensas. Mas alguém me explica o que quer dizer suspensas? Deixaram de existir? Continuam a existir? Que gramática devem os professores ensinar aos alunos? Nenhuma destas perguntas tem resposta.
Para se desculparem, os responsáveis dizem que são poucos elementos a trabalhar. Que fariam, então, se fossem muitos?! Todos desta qualidade?
Outro órgão do brilhante ministério sai-se cá para fora com exames que são a vergonha do país, umas vezes cheios de erros, outras demasiado fáceis, outras vezes muito ambíguos e confusos. As notas dos exames dependem, assim, do enunciado dos exames e não daquilo que deviam depender: da boa ou má preparação dos alunos.
O ministério da educação não devia existir, ou então deveria ser remodelado de alto a baixo, mandando-se para a reforma todos os funcionários, ou, de preferência, para o desemprego, pois é o nepotismo nacional que perpetua estes erros.
A ministra da educação já nem é referida a propósito destes assuntos: para a proteger.
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