segunda-feira, dezembro 02, 2013

Carris: o caos quotidiano



Depois de terem esperado uma hora pelo autocarro, dezenas de pessoas empurram-se para entrar no primeiro que lhes aparece, já demasiado cheio, sufocando de tão apertados que estão, uns passageiros contra os outros. Apresentam uma expressão patética, quase todos com um sorriso, que é um misto de ironia, vergonha e auto-compaixão.
Logo atrás daquele autocarro vêm mais quatro, da mesma carreira: o segundo está muito cheio, o terceiro já tem pouca gente, o quarto está quase vazio, o quinto não tem vivalma. Inverter a sequência e colocar à frente o que está vazio? Nem pensar: irão nesta mesma sequência, desde o princípio, até ao fim da carreira. Porque é assim que está estipulado pela Carris.

Começou hoje mais uma greve da Carris. 
Mesmo sem greve, vivemos uma situação de catástrofe e de caos. Quotidiana.
Com a greve, há trabalhadores que não podem ir trabalhar, estudantes que não podem ir estudar, trabalhadores que perdem o emprego porque faltam muito, "trabalhadores" e "estudantes" que aproveitam a greve para se baldarem...

Será que a direção da Carris pretende colaborar com os condutores grevistas, na criação do caos na cidade de Lisboa?




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