Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
terça-feira, fevereiro 28, 2023
Art Nouveau e liberdade da mulher
quarta-feira, outubro 20, 2021
Ai Weiwei: a fantasia
Nas duas partes da exposição, vemos homenagens à arte antiga, ocidental e oriental, pois existem objetos inspirados na porcelana chinesa, nos desenhos em cerâmica grega, etc…
Talvez seja um êxtase do lado da fantasia é um rapto, da parte da realidade.
domingo, outubro 17, 2021
Ai Weiwei: a realidade
Comecemos pela realidade.
As obras que a representam, muitas vezes eivadass de fantasia, outras vezes mostrando a realidade no seu aspeto mais brutal, o chamado realismo, talvez mesmo hiperrealismo, vão desde vídeos, obras enormes, instalações até peças de ourivesaria, com aneis e pulseiras, havendo mesmo, em vídeo, a imagem de milhpes de sementes de girassol feitas em porcelana, por muitos artesãos. sim, muitas das peças não são feitas por Ai Weiwei, que apenas as concebe, encomendando depois a sua execução.
Esta parte da exposição é dominado por uma obra monumental representando so refugiados, tema constante da exposição, dentro de um bote de borracha e por uma série de enormes caixas, como contentores. O material em que é feito o bote e as imagens dos refugiados é o mesmo material de que são feitos esses botes.
Quanto às caixas, elas contam a história de 81 dias em que o artista esteve preso, com dois guardas constantemente a olharem para ele, mesmo qando estava a dormir, a comer, ou mesmo a usar a imunda casa de banho da cela.
Espreitamos por uma pequena janela e vemos isso mesmo: uma imagem muito realista de Ai Weiwei e de dosi guardas de pé, a olharem para ele. Subindo a um pequeno estrado, espreitamos por uma outra abertura e vemos a casa de banho, com grandes pormenores de sujidade e de ferrugem, tudo um pouco mais pequeno do quea realidade, só um pouco.
Vemos um campo de refugiados em vídeo, salientando as condições de insalubridade e logoa seguir belíssimas porcelanas chinesas inspiradas nas antigas, em vasos sobrepostos que apresentam temas pintados de refugiados. O mesmo tema ocupa toda uma parede de desenhos na parte da realidade, a preto e branco e outra enorme parede na parte da fantasia, em tons de azul. E ainda um anel de ouro, ou revestido a ouro.
sábado, outubro 16, 2021
Exposição Ai Weiwei: um bicho de seis cabeças
A exposição de na Cordoaria Nacional, "Rapture", mostra uma grande parte da obra deste artista chinês dissidente, Ai Weiwei.
Poderá alguém não gostar por razões ideológicas, mas, a não ser isso, a exposição é uma muito agradável e muito grande, enorme, surpresa, tanto em dimensão como em originalidade..
Divide-se em duas partes: para o lado direito a fantasia, que contém muito de realidade, para o lado esquerdo a realidade, que às vezes é simplista é bruta, outras vezes contém muito de fantasia.
O tema geral é os refugiados. Não é o único, é o principal.
Vou dividir este tema em três posts do blogue. Introdução, que é este, Realidade e fantasia.
Comecemos pelo pior: A realidade, no próximo, depois, num terceiro, a fantasia.
sexta-feira, agosto 27, 2021
As esteticistas sado-masoquistas ou talvez apenas sado...
Pintura "La chasse aux papillons" de Berthe Morissot
Sabemos que as mulheres têm terríveis inseguranças quanto à sua aparência física e quanto ao seu papel no mundo e isto é para não falar de outros terrores femininos.
Enquanto as feministas e os psiquiatras as tentam livrar destes horrores, as esteticistas, também muito femininas, exploram tudo isso, com resultados in cash.
Telefonaram-me a propor uma limpeza de pele por um preço módico, alegadamente promocional. Como precisava de fazer uma, aceitei.
A rapariga, amorosa, falou durante uma hora e meia, pondo na lama da rua a minha pele e a minha aparência. Fotografou-me o rosto de vários ângulos, ampliando os aspetos piores. O resultado não parecia eu e sim uma espanhola com 89 anos, injustamente electrocutada numa prisão dos Estados Unidos da América. Cada ruga era um rio Amazonas, ladeado de perto pelo rio Nilo e pelo Grand Canal de Veneza.
Muito infeliz, lá me submeti ao tratamento, de 20 minutos e a mais outras tantas fotos.
A rapariga foi muito simpática até me mostrar as fotos do antes e do depois, dizendo eu que gostava mais da primeira: nesta, eu tinha um ar ingenuamente alegre, na segunda, tinha o aspeto de uma prisioneira política submetido a tortura, a qual incluía muitas dores nos dentes provocada pela trepidação do aparelho e tortura psicológica. Você tem chumbo nos dentes? Chumbo, eu? Porcelana, talvez…
A senhora ficou ainda menos simpática quando eu lhe disse que não saía de lá sem ela apagar à minha frente, todas as fotos. Sim, eu apago depois. Agora!
Finalmente, propôs-me um tratamento feito por mim em casa, com os aparelhos emprestados, alugados, pela módica quantia de 4 mil euros, menos um cêntimo. É claro que eu podia pagar em 24 meses, 250 euros por mês, o que daria, se fizéssemos as contas, mas não fizemos, 6 mil euros. Menos um cêntimo, claro.
Convenho até que o tratamento parece dar resultado, mas, se eu fosse mais insegura ou mais vaidosa (pecado ou virtude que nunca tive) teria imediatamente assinado aquela dívida. Pensar e responder depois é alternativa que não existe, é tudo baseado nas compras por impulso.
Se lermos as reclamações, da DECO e outras, veremos que muitas mulheres assinam contratos destes, apesar de não terem como os pagar, mas não existe piedade quando é para receber…
É uma clínica muito chique e muito bem situada, que deve estar com a corda na garganta por causa do Covid. Fazemos nós o tratamento em casa, não precisamos de lá ir e pagamos só 5 999 euros. Vale tudo…
Mas pelo ar da rapariga, parece que não resulta muito: E não me faça perder tempo dizendo que vai perguntar a opinião da sua dermatologista, não vai nada! Eu vi logo que você não é do género de perder tempo a fazer estas coisas todas! E olhe que não são 4 mil euros, olhe que é menos, gritava ela por fim, já fora de si.
segunda-feira, agosto 16, 2021
A verdade saindo das águas
A verdade saindo das águas é o tema de muito belas pinturas. Como estas.
O tema baseia-se numa parábola da época, século XIX: A mentira convenceu a verdade a banharem-se nuas num poço. A mentira saiu, vestiu as roupas da verdade e fugiu. A verdade saiu do poço nua é assim perseguiu a mentira pelas ruas. O povo criticou a verdade por andar nua e homenageou a mentira, vestida com as roupagens da verdade.
As primeiras quatro pinturas aqui apresentadas, com a verdade muito zangada ou muito abatida, são da autoria de Jean-Léon Gérôme. A primeira representa-a a sair do poço com um chicote para castigar a humanidade.
As duas seguintes, representando a verdade em pose de triunfo, são de Edouard Bernard Debat-Ponsan.
A última é de Paul-Jacques-Aimé Baudry.
segunda-feira, outubro 12, 2020
Louise Gluck - Paisagem 3
Louise Gluck, escritora que ganhou o Prémio Nobel 2020, escrevendo sobre a atualidade e inspirada na mitologia grega.
domingo, outubro 11, 2020
Louise Gluck
Circe de Wright Barker, 1889 |
segunda-feira, novembro 25, 2019
Santo Estanislau Kostka, por Pierre Le Gros
domingo, outubro 06, 2019
Descoberta pintura de Josefa de Óbidos
Este quadro de Josefa de Óbidos, ou Josefa de Ayala, pequenino, agora exposto no Museu de Arte Antiga, era desconhecido e foi descoberto recentemente num leilão na Alemanha.
Representa uma cigana a ler a sina do Menino Jesus, no Egito, episódio bíblico. Todas as mulheres usam um chapéu de cigana, ou de egípcia...
Existem muitas outras imagens de Maria no Egito, usando um chapéu que também é atribuído, em imagem, às ciganas.
Durante séculos, cigano era sinónimo de egípcio ou mesmo de egipcíaco...
sexta-feira, julho 12, 2019
Sarah Afonso na Fundação Calouste Gulbenkian
Na Fundação Calouste Gulbenkian, está em exibição uma exposição de Sarah Afonso.
Encantada com a imagética do Minho, suas paisagens e seus costumes, Sarah representa a espontaneidade e a alegria, o colorido e a vivacidade da vida minhota.
Inspira-se nos bordados, nos ex-votos, fazendo ela mesma bordados com imagens.
Exposição: "Sarah Aofonso ea Arte Popular do Minho"
quinta-feira, julho 11, 2019
Arte Islâmica no Museu Gulbenkian
Foi inaugurada hoje na Fundação Calouste Gulbenkian uma maravilhosa exposição sobre a coleção de arte islâmica de Calouste Gulbenkian. As imagens falam por si, sendo um pouco estranhas a nossos olhos pouco habituados a verem-nas, bem como os nosso ouvidos desconhecem as narrativas desta civilização.
A bela taça, provavelmente um vaso de beber, parece representar um poema sufi "A Conferência das Aves", pois apresenta imagens de várias aves.
Esse poema conta que todas as aves do mundo se reuniram para escolher o seu soberano. Após uma difícil viagem por sete eles em busca de Simorgh, as 30 que sobreviveram veem-se refletidas nas águas de um lago e descobrem que são elas mesmas o soberano, pois Simorgh quer dizer trinta aves.
Uma outra gravura, retirada, como outras, de um livro ilustrado, mostra uma tartaruga que realizou o seu sonho de voar. Dois patos selvagens levaram um ramo na boca e ela também se agarrou a ele com a boca. Quando passaram por cima de um multidão, ela queria tanto que a vissem voar, que chamou pelas pessoas. E assim, abrindo a boca,caiu.
Parece uma exposição das mil e uma noites.