27 /11 / 2023
Nestas viagens as pessoas não costumam conviver umas com as outras, mas, como vamos ficar aqui muito tempo e como este navio não é dos maiores, convive-se muito e já conheço muita gente. Há um grupo de portugueses formado no Facebook antes do embarque e tenho o grupo dos que viajam sozinhos, todos estrangeiros, muitos americanos. O navio organiza jantares para nós, só fui a um porque realmente gosto de estar sozinha, mas já nos conhecemos e encontramo-nos por todo o lado.
Há um português que vinha sozinho, mas foi a um encontro, viu toda a gente a beber álcool e ficou horrorizado, nunca mais vai aparecer. Também não se junta aos portugueses, pelo mesmo motivo.
Ao falar com os estrangeiros, vejo que tudo mudou em relação a Portugal. Há uns anos, talvez vinte, quando me perguntavam de onde era e eu respondia Portugal, algumas pessoas ficavam a pensar e não diziam mais nada. Um perguntou: o que é isso? É um país. Em que continente fica? Europeus que já cá tinham vindo, achavam que tinham estado em Espanha. Agora, quando digo que sou portuguesa e que moro em Lisboa, dizem todos: oh que maravilha! Wonderfull! Viver em Lisboa! Que sorte! Todos conhecem Lisboa, exceto os que a gostariam de conhecer.
Leio agora na CNN que uns apresentadores televisivos russos até dizem que gostariam de anexar Portugal à Rússia, mencionando Lisboa por tudo e por nada. Claro! E vinham todos viver para cá. Aliás, para aí. Falar-se de Lisboa é bom, “mesmo que seja para dizer bem”, citando Salvador Dali.
Imagens: aquilo que brilha são os elevadores do quarto para o 13º andar, o corredor infinito e labiríntico é onde ficam os camarotes (quartos) e onde nos perdemos muito. Mesmo sem sair daqui, andamos quilómetros
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