segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Copacabana

 





Os brasileiros são de uma simpatia espantosa. Reparei que a minha amiga de Maceió falava com os outros como se fossem primos dela, ou amigos. Meteu na cabeça que queria levar o carro até ao navio, o que era totalmente proibido: pediu aos seguranças que a deixassem passar, como não deixaram, convenceu-os a deixarem-na, no regresso, levar-me até ao navio. Disseram logo que sim e, mal viram o carro, tiraram as barreiras, com um ar muito feliz, com os braços no ar. 

Parecem crianças. Comprei um cartão de telefone e Internet em Salvador mas não consegui configurá-lo. Em Búzios, uma rapariga da farmácia (onde vendem os cartões) disse, com toda a segurança, que eu não poderia ter cartão se não tivesse um NIF brasileiro, a que chamam cadastro. Estava eu a digerir esta informação, um rapaz que ia a passar com uma prancha de surf disse logo: “-Eu ajudo você!, repetindo esta frase várias vezes. Configurou o cartão com o cadastro dele, com a data de nascimento dele, estávamos nós assim e aparecem os meus novos amigos estrangeiros, banzados, tanto ouvimos dizer que os brasileiros roubam telemóveis e estava ele com o meu telefone na mão, ambos muito satisfeitos; mais espantados ficaram quando lhes contei o que ele estava a fazer. 

Enfim, ao chegar ao Rio já pude chamar um Uber, que é um modo fácil, barato e seguro de viajar em toda a parte. Estava eu a desembarcar com uma americana, aparece um taxista a querer levar-nos por mais cem reais do que os da Uber, dizendo no entanto que a Uber era muito mais cara, porque ele é seguro e bom, os da Uber até usam pulseira eletrónica, são péssimos, garantia ele, estava quase a convencer-me quando a minha amiga disse que não gostava do homem e que queria ir de Uber… o motorista que nos levou era ótimo, simpático, o carro dava para as nossas duas enormes bagagens (roupa para o frio ao chegar a casa, para calor, para a noite no navio, calçado para isto tudo)…

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