Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
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domingo, abril 08, 2012
Páscoa no Norte (de Portugal)
Visita Pascal, tradição muito bonita, que já se perdeu em muitos lugares.
Mas os tempos modernos começam a querer recuperar modos antigos de vida.
domingo, junho 15, 2008
Santo António de Lisboa (Continuação)
sábado, novembro 24, 2007
Curiosidade
Na telenovela a que me referi no post anterior entra uma actriz que já vi em várias: é de côr, tem já uma certa idade e costuma fazer de cozinheira e de mãe-se-santo, ou curandeira e agora também faz. O que já outras vezes despertou a minha curiosidade e que agora se confirma, é que essa actriz usa sempre os mesmos brincos: uns brincos de ouro com uma pedra rectangular vermelha, talvez um rubi. incrível para uma actriz, não acham?
Em tempos conheci de passagem uma brasileira que usava também uns brincos (no caso eram de diamantes), que tinham retirado do cadáver da avó (portuguesa) para lhe porem nas orelhas, sendo ela uma criança muito pequena. Comentei que seria um costuma brasileiro, mas responderam-me que, pelo contrário, era um costume português. Será?
Agora que os costumes e as tradições estão todos a desaparecer, uns por umas razões e outros por outras, já nem nos lembramos deles.
Em tempos conheci de passagem uma brasileira que usava também uns brincos (no caso eram de diamantes), que tinham retirado do cadáver da avó (portuguesa) para lhe porem nas orelhas, sendo ela uma criança muito pequena. Comentei que seria um costuma brasileiro, mas responderam-me que, pelo contrário, era um costume português. Será?
Agora que os costumes e as tradições estão todos a desaparecer, uns por umas razões e outros por outras, já nem nos lembramos deles.
quinta-feira, maio 17, 2007
DIA DA ESPIGA
Hoje foi o DIA DA ESPIGA . Para aí a 2ª quinta-feira de Maio, ou assim...
Quando já vivia em Lisboa há vários anos, descobri isto.
Era tradição as pessopas, alíás, as raparigas, irem para os campos fazerem estes raminhos.
Os raminhos têm uma papoila (talvez simbolize a beleza, espero!), uma espiga, que simboliza o pão, os malmequeres, ou brancos ou amarelos, ou quase secos ou quase frescos, creio que simbolizam, para aí, talvez, a beleza... digo eu...
E etc....
A gente compra o raminho e coloca-o na casa, de cabeça para baixo, como se vê na foto.
As fotografias referem-se a este assunto, claro...
Afinal parece que é assim:
Papoilas – o amor e vida
Malmequeres amarelos e brancos – o ouro e prata
Ramo de oliveira - simboliza a paz
Videira – o vinho e alegria
Alecrim – simboliza a saúde e a força .
O meu não tem videira nem alecrim. Vou reclamar!
Quando já vivia em Lisboa há vários anos, descobri isto.
Era tradição as pessopas, alíás, as raparigas, irem para os campos fazerem estes raminhos.
Os raminhos têm uma papoila (talvez simbolize a beleza, espero!), uma espiga, que simboliza o pão, os malmequeres, ou brancos ou amarelos, ou quase secos ou quase frescos, creio que simbolizam, para aí, talvez, a beleza... digo eu...
E etc....
A gente compra o raminho e coloca-o na casa, de cabeça para baixo, como se vê na foto.
As fotografias referem-se a este assunto, claro...
Afinal parece que é assim:
Papoilas – o amor e vida
Malmequeres amarelos e brancos – o ouro e prata
Ramo de oliveira - simboliza a paz
Videira – o vinho e alegria
Alecrim – simboliza a saúde e a força .
O meu não tem videira nem alecrim. Vou reclamar!
quarta-feira, maio 02, 2007
Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Quero ir para casa!
-Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Oh, ainda falta tanto tempo!!!!!!
Este é o grito mudo que se ouve por toda a parte nesta cidade, se escutarmos com atenção.
Nunca compreendi porquê e por isso tenho investigado este enigma: porque é que toda a gente quer ir para casa?! E depressa? Que mistério é este? Não há nesta cidade lugares melhores? Mais variados, mais interessantes, mais artísticos? Lugares onde se pode conviver com os outros? Ou pelo menos vê-los?!
Aqui vai o resultado das minhas pesquisas.
Jovem de rua: Lá o haver, há. Mas é que eu, nesses lugares, não posso estar deitado!
Nadinha: Ah! Pois.
Homem adulto de rua/ Mulher adulta de rua: O haver há, e eue até gosto de ir a outros sítios, mas é que nesses sítios eu não posso ir ao frigorífico e comer, sempre que me apetecer! De graça, percebe?
Nadinha: Ah! Pois. Está bem...
Hoje no ginásio ouvi por acaso um diálogo que me esclareceu:
-Ó tia, o meu chinelo está virado ao contrário! Não te importas de o virar para cima e de o pôr mais para aqui, ao pé do meu pé? (voz arrastada e monocórdica, como a de alguém que já nada tem a esperar da vida).
- Vira tu! Oha que tu tens cada uma! (voz igualmente arrastada e monocórdica, ambas gordinhas).
- E eu é que tenho que fazer sempre tudo?!
Nadinha: Ai que preguiça! (Fiz mal. O investigador não deve influenciar o objecto de estudo.)
E a rapariga começou a contar, lamentosa, na sua voz de cansaço existencial, a mim e à tia:
- Estava eu ontem muito sossegada a ver televisão e o meu irmão diz-me assim:
- Ó mana, põe a televisão mais baixo, se fazes favor.
- E aí eu disse:
- Pelo amor de Deus, mano! O comando está aos teus pés!
- Eu sei, mana, mas está mais perto da tua mão do que da minha. Por favor!
- E eu é que tenho que fazer tudo?! Tu estás há horas deitado no sofá, e o comando está no teu sofá!
- Mas tu também estás há horas deitada no sofá e o comando está mais perto de ti. Basta estenderes um braço! Anda lá!
- Pelo amor de Deus! Eu é que tenho que fazer tudo? Ó tia, não acha que eu tive razão?
Também me perguntou a mim, mas eu estva com a boca tão aberta de espanto, que nem consegui responder e perguntar quanto mais tempo ficaram a ouvir televisão em altos berros e a discutir.
Acho que agora já percebi porque é que todo o mundo quer ir para casa.
-Quero ir para casa! Por favor!!!!!!!
-Oh, ainda falta tanto tempo!!!!!!
Este é o grito mudo que se ouve por toda a parte nesta cidade, se escutarmos com atenção.
Nunca compreendi porquê e por isso tenho investigado este enigma: porque é que toda a gente quer ir para casa?! E depressa? Que mistério é este? Não há nesta cidade lugares melhores? Mais variados, mais interessantes, mais artísticos? Lugares onde se pode conviver com os outros? Ou pelo menos vê-los?!
Aqui vai o resultado das minhas pesquisas.
Jovem de rua: Lá o haver, há. Mas é que eu, nesses lugares, não posso estar deitado!
Nadinha: Ah! Pois.
Homem adulto de rua/ Mulher adulta de rua: O haver há, e eue até gosto de ir a outros sítios, mas é que nesses sítios eu não posso ir ao frigorífico e comer, sempre que me apetecer! De graça, percebe?
Nadinha: Ah! Pois. Está bem...
Hoje no ginásio ouvi por acaso um diálogo que me esclareceu:
-Ó tia, o meu chinelo está virado ao contrário! Não te importas de o virar para cima e de o pôr mais para aqui, ao pé do meu pé? (voz arrastada e monocórdica, como a de alguém que já nada tem a esperar da vida).
- Vira tu! Oha que tu tens cada uma! (voz igualmente arrastada e monocórdica, ambas gordinhas).
- E eu é que tenho que fazer sempre tudo?!
Nadinha: Ai que preguiça! (Fiz mal. O investigador não deve influenciar o objecto de estudo.)
E a rapariga começou a contar, lamentosa, na sua voz de cansaço existencial, a mim e à tia:
- Estava eu ontem muito sossegada a ver televisão e o meu irmão diz-me assim:
- Ó mana, põe a televisão mais baixo, se fazes favor.
- E aí eu disse:
- Pelo amor de Deus, mano! O comando está aos teus pés!
- Eu sei, mana, mas está mais perto da tua mão do que da minha. Por favor!
- E eu é que tenho que fazer tudo?! Tu estás há horas deitado no sofá, e o comando está no teu sofá!
- Mas tu também estás há horas deitada no sofá e o comando está mais perto de ti. Basta estenderes um braço! Anda lá!
- Pelo amor de Deus! Eu é que tenho que fazer tudo? Ó tia, não acha que eu tive razão?
Também me perguntou a mim, mas eu estva com a boca tão aberta de espanto, que nem consegui responder e perguntar quanto mais tempo ficaram a ouvir televisão em altos berros e a discutir.
Acho que agora já percebi porque é que todo o mundo quer ir para casa.
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