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sexta-feira, novembro 24, 2023

Viajar…

 






Boa festa faz, quem em sua casa fica em paz! Sempre ouvi dizer isto, creio que era a minha avó que dizia e já o teria ouvido aos seus ancestrais.

Concordo inteiramente com esta afirmação. Só há um problema: algumas pessoas, como eu, não conseguem ficar em paz quando estão em casa. Porque sentem o apelo da distância e a inquietação dos longínquos mares. Foi assim que se fizeram muitas coisas notáveis e que se deixaram de fazer muitas outras. Mas ficar em casa e em paz… para mim, no thanks! 

Vou-me, nada menos que até aos Brasis num paquete, como fizeram tantos emigrantes portugueses, depois dos descobridores, que foram nas naus. Cada um vai como pode, para aportar, após uma longa navegação, no Rio de Janeiro. Vou dando notícias… fique atento.

quarta-feira, agosto 16, 2023

Viagem atribulada às Berlengas

 

Conheço muito mar, mas ainda não conhecia o caminho para as Berlengas, nem as Berlengas. Imaginei que fosse um lugar igual a tantos outros, mas não é. 

Não me ocorreu tomar comprimidos para o enjoo ou levar sacos para vomitar como muitos fizeram e acabei por ir todo o caminho a conversar com dois rapazitos, um português e um brasileiro, cujos pais, avós e tias vomitavam furiosamente num sacos pretos fornecidos pela companhia de navegação.

Os rapazitos não enjoaram, é claro e eu muito menos. Acabou por ser uma viagem imaginária. Quando as ondas de três metros elevavam o navio e o faziam oscilar um pouco de través, um deles imaginava um tubarão a saltar e a it ter connosco. De nada valeu dizer que os tubarões são peixes e não golfinhos, garantiu que os tubarões brancos saltam três metros.

Quando mais tarde eu almoçava satisfeitíssima no meu lugar que reservei num restaurante, aparecem as três guias turísticas da pequena e simpática agência de viagens, tão enjoadas que quase me vomitavam em cima quando perguntei se eram servidas do meus camarões “al ajilo” regados com vinho verde branco. Uma delas chegou mesmo a desmaiar, pelo que me contaram. Porque é que não tomou comprimidos para o enjoo? Tomar, tomei, mas vomitei-os logo…

Fui entretanto ver a ilha que o mesmo é dizer ver as gaivotas, até fotografei e filmei uma delas no ninho com os pequenitos. Quando cheguei à praiazinha do tamanho de um lenço da mão para um mergulho refrescante, já as duas guias mais jovens me chamaram de dentro do mar de braços erguidos, gritando em altos berros “trabalhar assim!!!”, já esquecidas da tenebrosa e enjoativa viagem de regresso. 

Acabei por trazer do mar duas pequenas penas brancas, a pensar na minha irmã mais velha e nos anjos. Sempre que vou ao mar, agora, recordo-a intensamente e com prazer, numa saudade alegre.

quarta-feira, agosto 12, 2020

Furnas, Açores

                   





Esta terra, chamada Furnas, na ilha de são Miguel, nos Açores, é verdadeiramente espantosa!

Ao aproximarmo-nos, notamos nuvens de fumo a saírem de muitos sítios ao mesmo tempo, Imaginams, claro, várias fogueiras, ou então casas à moda antiga, com lareiras e chaminés. Ao aproximarmo-nos, vemos que o fumo sai da terra.


Logo ao lado, vemos buracos no chaço de onde sai água a ferver, ou mesmo algo que parece enxofre, muito amarelo. Há um intenso cheira  enxofre.


Dizem-nos, então, os cartazes que estão expostos, que o sítio que vemos era  cratera de um vulcão já extinto. Mas não muito extinto.



Continua

segunda-feira, agosto 03, 2020

Diário do confinamento e do desconfinamento: viajar de Portugal para os Açores ou de como Kafka tinha carradas de razão

Venho outra vez ao computador grande para imprimir em papel (!) o registo 9886 do "seu inquérito preenchido com sucesso"! A pedido dos "Azores", que me estão sempre a escrever.
Por via das dúvidas, enviei o inquérito duas vezes e ainda fiz print screen, portanto, também tenho o processo kafkiano 9883.
E pedem papéis impressos, numa altura em que já nem há papéis. E os papéis podem ter Covide!!!
Para ir à Índia, que é muito longe daqui, só tive de levar uns papelitos dobrados numa bolsinha, para ir aos Açores, que eu pensei que fossem em Portugal, tenho de levar um processo pouco mais pequeno do que o processo do José Sócrates, que o Ivo Rosa está atentar digerir há meses.
E ainda tive de comprar um tinteiro novo para a impressora.
E preencher o inquérito online, fora os 2 inquéritos que vou levar em papel e que ainda não preenchi? Em que hotel fica? Em que freguesia fica esse hotel? Há umas 10 freguesias em Angra do Não Sei Quê e eles é que sabem em que freguesia fica... sei lá!
Tenho a sensação de me ir meter numa terriola. Atrasada.Será?
Ah, o teste Covide deu algo como "não foi detetado", mas existem mais duas hipóteses: foi detetado, foi inconclusivo. Neste último caso, fica-se de quarentena até dar conclusivo, talvez para o inverno.
Poucas vezes na vida me senti tão idiota como quando percebi que, para ajudar a economia portuguesa, em vez de ir para Itália, para onde fui nos últimos 5 anos, ou para o Algarve, para casa de uma amiga onde não gastara aum cêntimo, decidi ir para esta terra. Onde ainda não tinha ido, por várias razões não menos válidas. Quase inconfessáveis.