Mostrar mensagens com a etiqueta Fado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fado. Mostrar todas as mensagens

sábado, setembro 09, 2017

Fado

O nosso sentimento português de ausência, ou a nossa saudade vem da distância marítima, das grandes viagens nas imensas lonjuras oceânicas. 
Do sonho de atravessar a aventura dos mares para mais tarde desejar regressar para sempre à velha casa em ruínas. A ânsia do retorno impossível a um tempo perdido e ao espaço abandonado, na companhia de pessoas que já não existem.
Porque a vida é uma viagem em que constantemente nos despedimos de umas pessoas para, mais adiante, encontrarmos outras. Mesmo quando não há viagem, mas apenas passagem das horas. 
Mas nem todos se conformam com isso. E talvez o fado não seja conformista porque reclama contra o irreclamável. O destino. O Fatum.

(Excerto copiado de anterior texto deste blogue - autora: Nadinha)


segunda-feira, fevereiro 06, 2017

Fadismo

Fadismo. 

 Inventei esta palavra hoje, ao comentar que os portugueses se sentem na obrigação de sofrer ao recordarem os mortos. 

 Poderiam recordá-los vivos e felizes, divertidos, contentes. Ninguém quer ser recordado nos 3 piores dias da sua vida. 

 Ou seja, o fadismo faz-nos ir contra a vontade das pessoas que morreram e que gostariam de ser recordadas nos seus momentos felizes, com bom aspeto, etc.

Porque é que só tiramos fotografias quando estamos felizes com bom aspeto? Porque queremos que nos recordem deprimidos e com mau aspeto?

domingo, julho 06, 2014

Quem ganhou o Grammy pelo conjunto da vida artística, Lifetime Awards, não foi Carlos do Carmo. Foram os Beatles!



Pergunta óbvia: e foi o primeiro português a ganhá-lo? Coisa pouca!



Quem ganhou o verdadeiro Grammy, prémio americano semelhante aos Óscares para o Cinema,  pelo conjunto da vida artística, Lifetime Awards, 2014, não foi mesmo nada Carlos do Carmo. 

Este prestigiado prémio foi atribuído aos Beatles! Os Beatles foram galardoados com o Lifetime Awards, 2014





Sim, parece que o Jornal online Observador inova no respeitante a informações imparciais:








Será que vivemos num país virtual? Portugal, ao lado da Europa, mas do outro lado do Oceano Atlântico... E ao Norte de alguma África...

Será que vivemos num país virtual?

- Sem a menor duvida.
Duas notícias nacionais e internacionais confirmam esta suspeita. 
1. Tem sido altamente noticiado que Carlos do Carmo ganhou um Grammy, o que é altamente prestigiaste para o nosso país, no caso, claro, de o nosso país ser Portugal.

Mas o Grammy que ganhou é o Grammy latino, só atribuível aos cantores de língua latina, que são muitos... mas não tantos assim. Só agora, nós portugueses, ganhámos o primeiro???

Então, isto é altamente desprestigiaste para Portugal.

VER AQUI

2. Quem ganhou o Grammy pela carreira, ou seja, Lifetime, não foi Carlos do Carmo. E sim os Beatles.

VER AQUI

1.1. Outra notícia virtual:


Renegociação da dívida podia ter ajudado Portugal
A convicção é exposta num artigo elaborado por técnicos do FMI, enviado ao conselho consultivo.

 Quem é responsável por toda esta desinformação?

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Fadistas e fadistas. "Esse mundo de fadistas, de faias"

Alguns fadistas, no pior sentido da palavra, (não quer dizer que não cantem bem), andam por aí, no Facebook, a defender este inenarrável governo.

Não admira. Também é este inenarrável governo que os sustenta. Que promove o faduncho do coitadinho. E os outros inenarráveis governos que temos tido.

E o fado, na pior aceção da palavra, é isso mesmo:

"Oh, como eu sou infeliz por ter nascido póóóoóbre!!! Tchum, tchum, tchum tchum!"
"E a minha mãããããe era uma meretriz e o meu pááái era um coveiro e também era arruaceiro e também era um pantomineiro de fáááca na liiiga!" Tchum, tchum, tchum tchum!"

Tudo isto vem a propósito da Grândola: ainda há quem se aflija com uma canção da revolução anterior?
Então, esperem pelas próximas. Fadistas que acham mal cantar a Grândola aos políticos e esses e outros até acham mal as manifestações contra o Relvas... 

As verdadeiras fadistas, as pessoas que nos podem representar enquanto povo, essas não estão com o sistema, essas não têm medo da Grândola e até a cantam.

Que me desculpem os fadistas homens. Deve haver, mas ainda não conheço nenhum homem fadista que não seja "fadista" - o que, no tempo de Eça de Queirós e, para citar as suas palavras , "Esse mundo de fadistas, de faias"


Pois, o fado pode também ser protagonista do humor involuntário, vulgo ridículo.


Vejamos, as próprias palavras de Eça de Queirós, em Os Maias:

"Falou-se logo do crime da Mouraria, drama fadista que impressionava Lisboa, uma rapariga com o ventre rasgado à navalha por uma companheira, vindo morrer na rua em camisa, dois faias esfaqueando-se, toda uma viela em sangue - uma sarrabulhada como disse o Cohen, sorrindo e provando o Bucelas.


Dâmaso teve a satisfação de poder dar detalhes; conhecera a rapariga, a que dera as facadas, quando ela era amante do visconde da Ermidinha... Se era bonita? Muito bonita. Umas mãos de duquesa... E como aquilo cantava o fado! O pior era que mesmo no tempo do visconde, quando ela era chic, já se empiteirava... E o visconde, honra lhe seja, nunca lhe perdera a amizade; respeitava-a, mesmo depois de casado ía vê-la, e tinha-lhe prometido que se ela quisesse deixar o fado lhe punha uma confeitaria para os lados da Sé. Mas ela não queria. Gostava daquilo, do Bairro Alto, dos cafés de lepes, dos chulos...

Esse mundo de fadistas, de faias (*), parecia a Carlos merecer um estudo, um romance... Isto levou logo a falar-se do Assomoir, de Zola e do realismo: - e o Alencar imediatamente, limpando os bigodes dos pingos de sopa, suplicou que se não discutisse, à hora asseada do jantar, essa literatura latrinaria. Ali todos eram homens de asseio, de sala, hein? Então, que se não mencionasse o excremento!"



(*) - [Antigo, Depreciativo]  Indivíduo considerado de baixa condição, desordeiro ou brigão, que frequentava tabernas, tinha modos e falar especiais, e costumava, nos seus folgares, cantar e tocar o fado. = FADISTA 

(in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)


sexta-feira, outubro 26, 2012

Ana Maria Bobone: Fados de Perdição

(Neste momento não se consegue ver o vídeo, mas vêem-se outros do género clicando em Menu. Amanhã já deve aparecer, por isso não retiro o post. Hoje, dia 27, podemos ver aqui uma conferência sobre as biografias de Camilo)



Para desenjoar de tanto aborrecimento com a política, aqui vai uma coisa linda. E triste... porque a tristeza também pode ser um sentimento belo.
A tristeza pode ser muitos sentimentos, todos belos.

AQUI

Vi em direto com um amigo, eu na minha casa e ele na dele. Foi um momento de grande fruição estética.