Mostrar mensagens com a etiqueta História da Arte. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta História da Arte. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, novembro 01, 2019

Terramoto de Lisboa e as crenças ou as descrenças europeias


Ex-voto da época



Alegoria ao Terramoto de Lisboa, por João Gambla

A notícia do terramoto de Lisboa, no primeiro de novembro de 1755, simbolicamente o dia dos mortos que foram para o Paraíso (Todos os Santos) foi o primeiro fenómeno mediático quase global do mundo, daí que seja mencionado em livros de autores europeus tão diferentes como Dostoyevsky, ou  como Voltaire, no seu Cândido...



Há poucas imagens feitas por pintores que tenham estado presentes na catástrofe, mas há pelo menos duas: um ex-voto, em que uma senhora agradece por a filha ter sobrevivido à derrocada de uma varanda e uma grande pintura em tela de João Glama.



Como alguns dos edifícios mais destruídos foram precisamente as igrejas católicas, essa circunstância pareceu ser um sinal da decadência do catolicismo. Daí as opiniões de Kant, Rousseau, Voltaire..

Na verdade, sendo Lisboa uma cidade tão religiosa, tendo ocorrido o terramoto precisamente durante uma importante festa litúrgica,  foi mesmo colocada a questão da inexistência de Deus.

Mas fiquem-nos pelas imagens...
Na primeira, o ex-voto de autor anónimo, vê-se bem o que aconteceu.

Na segunda, o pintor, João Glama aparece representado por duas vezes, com o mesmo vestuário verde, uma do lado esquerdo, auxiliando uma senhora caída e outra do lado direito. Sendo uma obra barroca, combina o realismo das cenas representadas com uma visão alegórica, em que entram anjos, pairando sobre os destroços.

VER TAMBÉM:

sexta-feira, maio 24, 2019

Exposição Lisboa Plural, no Museu de Lisboa





O Museu de Lisboa, a parte situada no Palácio Pimenta, no Campo Grande, inaugurou uma exposição intitulada Lisboa Plural.
Lisboa Plural é a Lisboa, cidade mãe de cristãos, de mouros, de judeus, de escravos negros que cá nasceram ou que para cá vieram, de índios da Índia e de índios das Américas, que cá aportaram, talvez contra a vontade. 

Como se pode ver em muitas imagens desta exposição, estiveram cá e coexistiram todas essas pessoas. E onde estarão agora? Talvez na nossa pele...

A escravatura é algo que não devemos esquecer, por muito que nos apeteça dizer que não tivemos culpa nenhuma. 

Num poste antigo deste blogue sobre a abolição da escravatura, muitas pessoas se queixaram de se sentirem ofendidas, magoadas e tristes, pois dizer a verdade sobre o assunto é uma dor. 

Começa-se agora a tratar claramente o assunto e a mostrar, com imagens, o que foi esse tempo, o que foi a escravatura, o que foi o tráfico de escravos, o modo como essas pessoas sobreviveram, o heroísmo de que deram mostras, a miséria em que viveram, etc.

Tudo isto se vê na Exposição Lisboa Plural. Com visitas guiadas que nos apaixonam  por nos transportarem para outras épocas em que, apesar dos pesares, também existiu o amor, a alegria, a festa, a solidariedade de braço dado com a traição, enfim, a nossa pobre humanidade, comum a todos os povos.

A não perder.

sábado, novembro 10, 2018

O Pai dos Cristos

Magnífica pequena exposição no Museu nacional de arte Antiga, sobre escultura de Manuel Dias, escultor santeiro do Barroco Português.
A exposição, não só mostra esculturas que lhe são atribuídas, como revela os mais recentes conhecimentos, resultado de investigação de equipa da casa, sobre este escultor, o seu atelier e as suas técnicas. 
Uma delas é a imitação de gotas de sangue, sobretudo nas imagens de Cristo, que parece ser uma invenção portuguesa, desse artista, por isso mesmo chamado o "Pai dos Cristos".

Ver imagens












sábado, janeiro 13, 2018

Me Too já no século XVII





Para acrescentar ao movimento Me Too, a obter apoio mundial, VER AQUI, nada como uma obra do Século XVII, uma pintura da artista italiana Elisabetta Sirani.

Representa a Timoclea de Tebas, atirando ao poço o soldado grego que a violou. Foi perdoada e posta em liberdade
 por Alexandre Magno, o qual admirou a sua valentia.


#MeToo

sábado, abril 01, 2017

Picnick na arte e na fotografia



Muito interessante este artigo sobre o picnic na arte. 
Partilho.


http://www.npr.org/sections/thesalt/2015/04/24/400184632/sexy-simple-satirical-300-years-of-picnics-in-art

segunda-feira, maio 30, 2016

Como caminhar por Lisboa?














Como caminhar por Lisboa?
A mim, parece-me fácil: é ir andando à deriva. Se me perder, melhor. Se não me perder, encontro-me e encontro mil pessoas, que são os lisboetas. Queira isto dizer os nascido sem Lisboa ou os que vieram cá parar, ninguém sabe como, nem eles...

Outra hipótese: comprar o livro de Anísio Franco Caminhar por Lisboa, lançado ontem na Feira do Livro de Lisboa (29 de maio de 2016).

Seguido de longo e muito engraçado (e sobretudo muito rápido e atlético) passeio por Lisboa.
Com algumas imagens.

Enjoy

Relação das imagens (Fotos)

Por exemplo: O palácio, ao Tourel, onde foi filmado A casa dos Espíritos de Isabel Allende.
Ou as chaminés do Palácio Almada, já muito perto do Rossio, por ruazinhas travessas e por becos.
Agrada-me a plantinha nascida no telhado da casinha de janelas partidas, descaradíssima, como se quisesse dizer que todos nós podemos nascer onde nos apetecer... oq ue não é verdade, como todos sabemos.


Seguido ou anteposto (pouco importa) de Os Paços da Rainha, sendo a rainha a rainha Dona Catarina de Bragança. Com escultura em relevo do muito pouco conhecido escultor português Laborão. Mas que está ser estudado e valorizado por gente que queima as pestanas a observar e quase a inventar o passado.


O Dr. Sousa Martins e a superstição popular, paredes meias com a Academia Médica de Lisboa, mesmo em frente...

E por último, o lançamento do livro. 

sábado, janeiro 10, 2015

Patinir

Descobri a obra de Joachim Patinir na recente exposição da Goulbenkian sobre a história comum de Portugal e Espanha, que inclui objetos e retratos de pessoas que são comuns aos dois países (sobretudo os Filipes).

Fiquei deslumbrada com alguma peças: a escultura de  Isabel de Portugal, o relicário e a obra de Joachim Patinir, que aqui reproduzo.




Joachim Patinir (São Cristóvão com o menino - conjunto e pormenor)


Isabel de Portugal







Isabel de Portugal - esposa portuguesa do Imperador Carlos V


domingo, dezembro 21, 2014

Presepinhos









Os presépios são a única representação "artística", enfim, imagética,  em que aparece sempre o povo, as diferentes e variadas personagens do povo de cada região, em termos de diferentes profissões.

Embora todos devessem restringir-se à Belém do Século I, teoricamente, a verdade é que cada presépio representa as figuras da região.

Para dar um exemplo, presépios portugueses não muito antigos apresentam pastores vestidos com palhoças, ou seja, capas de palha que se usavam há umas décadas no Norte de Portugal, no Inverno.

Estes presépios, retirados da Internet, mostram bem isso: o segundo, inglês, apresenta tipos físicos ingleses, o primeiro, francês, apresenta tipos físicos do povo francês, bem como trajos regionais daquele país.


A primeira foto está NESTE SITE, onde se diz:

"En pratique, la crèche, qu'elle soit provençale, génoise ou napolitaine, sert essentiellement à mettre en scène tout ce petit peuple dépourvu d'image dans l'art officiel. "

A segunda foto está no Facebook, AQUI