Mostrar mensagens com a etiqueta Marselha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Marselha. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, julho 29, 2014

Un petit peu de mer





Tinham-nos  dito que ia haver un "petit peu de mer", o que poderíamos chamar, talvez, um nadinha de mar, mas os franceses sao muito modalizantes: talvez nem seja possível regressar de barco e não podemos embarcar muitas pessoas, por questões de segurança, ec..
- "Un petit peu, ou beaucoup?" - pergunta uma passageira-
- "Ahahah! Beaucoup!"
Na verdade, mais parecia uma montanha russa. Mas os passageiros gritavam como na montanha russa e viajavam na proa, inundada pelas ondas.
Para cá, foi possível regressar de barco. Só un "petit peu", um nadinha, pior.
Mas não é desagradável tomar um pequeno banho de chuveiro salgado no alto mar.
Miraculosamente, ninguém enjoou.
Pena que os portugueses, país de marinheiros, tenham tão pouca relação com o mar.

Ah, e não foi possível ir ao Chateau D'If, pela mesma razão. Aquele castelo do Conde de Monte Cristo e do Cavaleiro da Máscara de Ferro. Mas parece mais interessante visto de longe, até porque as prisões nunca são grande coisa vistas de perto (primeira foto).

Enfim, como perdi os óculos de ver, ou mais provavelmente mos roubaram (num dos sítios onde perguntei por eles, o empregado olhou para um velho cliente árabe como quem aponta com o dedo), aproveito para olhar e ver com menos pormenor. De qualquer modo, já estavam velhos e até rachados... Uma minha amiga muito New Age diz que só perdemos as coisas para aprendermos que não precisamos delas.

P.S.: com os meios de que disponho aqui, não consigo diminuir as fotografias.

segunda-feira, julho 28, 2014

Marselha







Quando cheguei, só com uma pequena mala de cabine, meti me num autocarro chamado 'navette' tal como vi fazer a muitas pessoas acabadas de chegar ao aeroporto. A viagem é gratuita, aparentemente paga pelos hotéis.

Chegando ao fim, descobri que a navette era para levar as pessoas aos parques onde tinham deixado o automóvel.

O motorista ralhou comigo e com duas raparigas francesas por termos embarcado sem perguntar para onde ia a naveta e aconselhou me a ir atrás delas para onde elas fossem. Como eram despachadissimas e iam pouco carregadas, fartei me de correr até poder falar com elas. 

As duas, que são marselhesas marselhesas, começaram logo a falar comigo num brasileiro muito engraçado, tratando me por minha querida, pois estavam convencidas que em português todas as pessoas se tratam por meu querido e minha querida.

Trataram me dos bilhetes, correram imenso para apanhar o comboio e como eu ia mais carregada, agarraram se à porta do comboio até eu chegar. 

Engracadissimas, estiveram no Brasil seis meses a aprender danças brasileiras e creio que as ensinam em Marselha.

Lol. Gente simpática. Adoraram Lisboa e também querem ir para lá viver, pelo menos uns tempos.

Depois, no metro, onde há uns ferros que se deslocam com a apresentação do bilhete, umas jovens passam por baixo, outros saltam por cima, nas barbas das simpáticas vendedoras de tickets e de toda a gente. Num país rico, para quê ser mesquinho? 

Fico num hotel no Vieux Port, um sítio de cortar a respiração, que já foi um dos portos mais importantes do Mediterrâneo, com uma história assombrosa.


Como em todo o lado, não são simpáticos nem normais os  que trabalham com turistas: nos restaurantes, etc.

P.S.: entendi depois que era necessário ter bilhete para entrar na navette, não sendo necessário mostrá-lo. Mas há várias coisas gratuitas em Nantes: um ferry boat, por exemplo, em todo o país a água da torneira às refeições... imaginem o que seria aqui, em Portugal, se nos colocassem sempre em cima da mesa uma grande garrafa ou caneca de água, inteiramente gratuita! Pior, só se obrigassem os restaurantes a pagar impostos :)

Que terra é esta?






É mais ou menos como estar em casa, com a diferença de que tudo funciona melhor e as pessoas não têm o dramatismo do fado acrescentado com o dramatismo da crise.