Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
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sábado, março 19, 2011
"Metade" da Terra está em festa, a celebrar a lua cheia
Damos alguma importância, neste momento, a um evento que foi noticiado pelos media, o facto de a lua cheia estar hoje particularmente brilhante. Se os media não dissessem, nós nem reparávamos.
Por todo o Oriente e também entre adeptos de religiões orientais no Ocidente, celebra-se hoje o festival de Gaura Purnima ou "Holy Festival", uma festa importantíssima, que pode durar muitos dias, em que não se trabalha.
Celebra a lenda de um príncipe, adepto de Vishnu, da mitologia Hindu. Outros celebram o dia de um Guru mais recente.
Quanto ao Príncipe, trata-se duma história semelhante às das mártires do princípio do Cristianismo.
O pai, que era rei, mandou matar o filho por ser adepto de Vishnu, mas todas as tentativas falharam, pois o príncipe Prahlad não morria... então a madrasta Holika, que era imune ao fogo, desafiou-o a sentar-se com ela sobre uma enorme fogueira. Prahlad aceitou o desafio, mas a madrasta morreu queimada e ele sobreviveu sem um arranhão.
As pessoas cantam e jejuam durante todo o dia e começam a comer e a celebrar com o nascimento da Lua, que é sempre especial nesta época, a última lua-cheia do Inverno.
Na véspera há fogos de artífício, para recordar o episódio da fogueira.
Durante a festa, as pessoas atiram umas às outras com tintas de cores garridas. Nestes dias não consideram as diferenças de casta nem de estatuto.
Encontrei a referência a estes factos já no ano passado, através de amigos virtuais indianos e nepaleses, que enviam mensagens de felicitações a todos, como fazemos no Natal. Não encontrei nenhuma informação em português e, como nem todos sabem inglês, o blogue dará um contributo para os que desejarem inteirar-se.
Este post está em construção, aceitam-se informações e imagens.
segunda-feira, janeiro 07, 2019
Tempo de Reis Magos e tempo de Sophia
Comemorando o tempo dos Reis Magos e a sua chegada a Belém, vale a pena ler excertos do conto de Sophia de Mello Breyner, que este ano faria 100 anos.
Em homenagem a ela também.
A imagem do post é "Adoração dos Magos" pintura de Domingos Sequeira, pintura recentemente adquirida pelo Museu Nacional de Arte Antiga e recentemente restaurada.
São três excertos do conto "Os três reis do Oriente". Também se encontra na net o conto completo (mas não devia).
"Primeiro pareceu a Gaspar que a estrela era uma palavra, uma palavra de repente dita na muda atenção do céu.
Mas depois o seu olhar habituou-se ao novo brilho e ele viu que era uma estrela, uma nova estrela, semelhante às outras, mas um pouco mais próxima e mais clara e que, muito devagar, deslizava para o Ocidente.
E foi para seguir essa estrela que Gaspar abandonou o seu palácio.
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Nessa noite, depois da Lua ter desaparecido atrás das montanhas, Melchior subiu ao terraço e viu que havia no céu, a Oriente, uma nova estrela.
A cidade dormia, escura e silenciosa, enrolada em ruelas e confusas escadas. Na grande avenida dos templos já ninguém caminhava. Só de longe em longe se ouvia, vindo das muralhas, o grito de ronda dos soldados.
E sobre o mundo do sono, sobre a sombra intrincada dos sonhos onde os homens se perdiam tacteando, como num labirinto espesso, húmido e movediço, a estrela acendia, jovem, trémula e deslumbrada, a sua alegria.
E Melchior deixou o seu palácio nessa noite.
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Naquela noite, o rei Baltasar, depois de a Lua ter desaparecido atrás das montanhas, subiu ao cimo dos seus terraços e disse:
— Senhor, eu vi. Vi a carne do sofrimento, o rosto da humilhação, o olhar da paciência. E como pode aquele que viu estas coisas não te ver? E como poderei suportar o que vi se não te vir?
A estrela ergueu-se muito devagar sobre o Céu, a Oriente. O seu movimento era quase imperceptível. Parecia estar muito perto da terra. Deslizava em silêncio, sem que nem uma folha se agitasse. Vinha desde sempre. Mostrava a alegria, a alegria una, sem falha, o vestido sem costura da alegria, a substância imortal da alegria.
E Baltasar reconheceu-a logo, porque ela não podia ser de outra maneira."
Clicando na ligação, ao fundo do post, Dia de Reis é possível ver outros posts sobre o tema, incluindo as "Dormições" dos Reis Magos.
sábado, maio 05, 2012
Lisboa anoitece, numa bela noite de luar
sábado, novembro 14, 2015
Pray for Paris
I
Na mesma semana, em Paris, houve uma pequena vitória da escuridão sobre a luz.
Mas todas as luzes do mundo se acendem para afastar as trevas.
Citando Sophia de Mello Breyner no poema "O Crepúsculo dos Deuses":
"A treva \ Foi exposta e sacrificada em grandes pátios brancos".
Ver aqui vídeo sobre as lanternas volantes que iluminam anote do Diwali
Ver aqui vídeo sobre as lanternas volantes que iluminam anote do Diwali
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