Tive medo de ter medo de ver esta exposição, da qual decerto já ouviram falar. São fotografias e depoimentos de doentes em fase terminal e fotografias das mesmas pessoas depois de mortas.
Na minha idade já nada nos influencia para sempre, creio eu, mas é uma experiência-limite que não se pode esquecer. E nem tive medo.
Está na Mãe D'Água, o que também contribui para a estranheza desta mostra, por se tratar de um espaço altamente improvável.
É também interessante observar as expressões e as reacções dos visitantes, que se sentem quase todos possuídos pelo desejo de escrever, pelo que os comentários do livro dos comentários não são menos surpreendentes, alguns até muito extensos.
Sorri algumas vezes e gostei muito de alguns depoimentos e de todas as fotografias.
É um caso evidente de situação em que o observador influencia o observado, pois esta atenção que foi dada aos doentes conferiu-lhes uma dignidade, talvez inédita para alguns. E também era essa uma das intenções.
Só a propósito, creio que li em tempos uma peça de teatro com o mesmo título, escrito por uma portuguesa pouco conhecida.
O que escrevi no livro de comentários foi que quase todos os mortos apresentam uma expressão muito serena, que raramente se encontra nos vivos.
2 comentários:
E assinou "Nádia Jururu"?
:)Assinei com o meu nome, no dia 18-10-06.
Leia o post de 24-10
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