O Caquesseitão, objeto de ourivesaria indo-portuguesa representando um animal mítico com esse nome, não existe em nenhum museu português, mas faz falta, por ser um ator que participa na especificidade da nossa história. Só existem 7 no mundo, três deles em coleções particulares no nosso país.
O nome deriva de uma descrição feita por Fernão Mendes Pinto, que, com Marco Polo, afirma ter visto quimeras e outros bichos estranhos, homens e monstros que nunca existiram. Como se pode ler aqui, num excerto da sua obra Peregrinação. Não por acaso lhe chamaram "Fernão Mentes? Minto". Às vezes, injustamente. De facto, eram tantas as novidades inacreditáveis, vindas do Oriente, que o mais difícil era mesmo acreditar na realidade - Caquesseitões há muitos (seu palerma)!
"Vimos aqui também uns bichos de aspecto muito novo e estranhos para nós, a que os naturais da terra chamam Caquesseitão, do tamanho de uma grande pata, muito pretos, com as costas em concha, e uma ordem de espinhos ao correr do lombo, do comprimento de uma pena de escrever, e com asas do feitio das do morcego, pescoço de cobra, e uma unha na testa, a modos de esporão de galo, e um rabo muito comprido pintado de verde e preto, como são os lagartos desta terra. Estes bichos voam, a modo de salto, caçam os bugios* e bichos por cima das árvores, dos quais se sustentam.."
(* bugios - macacos)
A notícia do Público refere as andanças desta peça em particular (a da imagem).
Mais tarde, em 26 de Junho é novamente noticia. Clicar abaixo.
Caquesseitão vendido por 150 mil euros em Paris
Se calhar podíamos tê-lo comprado para um dos nossos museus, foi muito menos caro que o previsto.
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