terça-feira, setembro 09, 2014

Filme A Viagem dos Cem Passos: França e Índia na culinária





Até há pouco tempo, a culinária era considerada uma profissão menor, relegada para o gueto das profissões em que não era exigida uma licenciatura.

Em Portugal, pelo menos. Em França sempre foi uma arte maior, tal como a costura e outros "artesanatos"... enfim.

O que se reflete na literatura. Foi necessário o advento das mulheres escritoras, sobretudo em fins de Século XX, para que a cozinha, a comida e a culinária pudessem emprestar à literatura as impressões sensitivas: o gosto, o olfato, o tato, neste caso, das texturas...

Enfim, a literatura quase descobriu o prazer de viver. Sendo que as mulheres contribuíram muito para isso, opondo-se às elucubrações pessimistas e decadentes da poesia e da narrativa, dominadas pelos homens, até então.

E finalmente, o cinema. Há agora filmes fantásticos como este, A Viagem dos Cem Passos apelando para os prazeres da mesa.

Este filme tem todo o apelo comercial dos filmes americanos, mais a paisagem francesa, mais o requinte das especiarias indianas, muito mais antigas do que tudo isto. E ainda a referência (vaga) à problemática da direita francesa, contrária à emigração e à diferença, no oposto dos ideais de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, também difundidos pelos franceses e ao contrário do Hino, A Merselhesa, que é reacionário.



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