Tive há uns anos dois ciganitos como alunos, no Algarve, Portimão, a quem eu dava francês de iniciação. Um dia tiveram boa nota no teste ( na iniciação as notas são boas) e disseram: “Setôra, imagine, então, se nós até tivéssemos livro de Francês!”. Não tinham.
Nessa turma também tinha dois quase cegos, que não queriam ajuda, mas também não viam o livro… Lembro-me dessa turma por isso e porque, um dia em que cheguei à sala um segundo antes de me marcaram falta e de os mandarem para o recreio brincar, ficaram todos muito aliviado e felizes por me verem.
Só os pequenos são capazes de manifestar este tipo de alegria.
Estas e outras agradáveis recordações fazem-me ter esquecido momentos desagradáveis, que os há e muitos.
Vem isto a propósito do recente ataque ao ciganos... por razões populistas.
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