Hoje no autocarro sentou-se ao meu lado uma cigana toda entrapada, vestida de preto, manga comprida e lenço, queixando-se muito de calor.
- Porque é que a senhora, neste tempo, não anda de calções como eu? - Perguntei-lhe .
- Eu, de calções?! Os meus filhos matavam-me. Ui, se as minhas filhas me viam de calções! Tenho de andar de luto pelo meu marido. Ui os meus filhos, se eu tirava o luto. Ai as minhas filhas!
- Mas o luto é só por um ano. Já passaram seis...
- O luto é para toda a vida. Para toda a vida! Ai as minhas filhas! Havia de ser bonito, havia!
Bem, espero que ela também esteja a contar esta conversa aos filhos e filhas trogloditas que tem.
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