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segunda-feira, julho 26, 2010

Alimentação II

A minha médica naturista aconselha a que passemos pelo menos um dia sem comer, de vez em quando, ou de preferência, três dias seguidos. Acha que faz bem.
Pelo contrário, quando qualquer português está mal disposto e sem vontade de comer, dizem-lhe logo: "come, precisas de te alimentar". Isto, mesmo que esteja sobrealimentado, como estamos quase todos. De facto, nesta situação não se deve comer nada...

Comemos tudo e sempre e podemos basear-nos na Religião Cristã para o fazer: aparentemente, o deus Cristão, tudo o que colocou na terra foi para benefício do homem, que pode dispor de tudo e comer tudo o que lhe apetecer. Aliás, os cruzados cristãos foram acusados pelos árabes, são-no ainda hoje, de terem comido árabes. Pergunto-me se está escrito na Bíblia que isto não se pode fazer. Creio que não, há-de estar implícito, mas não explicitado.

Mas vejamos outra versão dos factos. No Jardim do Paraíso, o que é que o homem tinha para comer?
Apenas frutos. Talvez isso queira dizer que os frutos são o que Deus nos deu para comermos.
Isto faz sentido, não creio que houvesse cebolas e couves no Jardim do Éden, mas, ao apanharmos as cebolas e as couves, estamos também a matar, matamos os animais e as plantas. O que não acontece com os frutos.

Os frutos são realmente feitos para comer.

Quanto às sementes, na maior parte dos casos não as comemos, mas mesmo depois de comidas e ingeridas e digeridas, algumas delas podem ainda nascer...

domingo, julho 25, 2010

Alimentação

Pouco ou nada entendemos de alimentação, a não ser quando nos interessamos por certas dietas... e mesmo assim pouco ficamos a saber.
Há quem considere que a alimentação, só por si, é capaz de curar quase todas as doenças, é mesmo esse o princípio de certas medicinas, como a Ayurvédica que está hoje a ser imitada por muitos ocidentais.
Na sua autobiografia, Mahatma Gandhi conta as muitas experiências que fez com a comida e o modo como se curou ou curou alguém desse modo. Também conta que, estando a sua esposa muito mal, recusou autorização para que o médico lhe desse caldo de carne, que considerava indispensável, mas que era contra a s suas convicções religiosas, por ser vegetariano. Levou-a para casa e curou-a à sua maneira, usando leite em vez de carne.
Também conta os muitos votos que foi fazendo ao longa da vida. De cada vez que fazia um, renunciava a quase tudo, ou a tudo mesmo, diríamos nós. Mas depois fazia outro em que renunciava ainda mais a tudo... o que antes parecia impossível.
Quando fez o voto de castidade, concluiu que, para não ter pensamentos libidinosos, teria de renunciar ao leite. Quando nos passaria a nós pela cabeça que o leite tivesse esse efeito? Acabou por comer só fruta e mais tarde decidiu ainda que só poderia comer 5 variedades diferentes num dia, para evitar que as pessoas lhe oferecessem banquetes de fruta, com muita variedade.
Ainda narra como a sua mãe passava muitos dias inteiros sem comer, na intenção de fazer jejum. Por exemplo, fazia o voto de só comer quando o sol surgisse visível. Gandhi e os irmãos ficavam à espera que o sol nascesse para a chamarem, mas , na época das monções (agora), às vezes o sol não chega a estar visível vários dias: resignada, dizia "Deus não quis que eu comesse hoje"
O que nós chamaríamos uma pessoa anoréxica, mas não era assim que a consideravam e antes alguém com grande espírito de sacrifício...

Descobri também recentemente que pessoas que se dedicam intensamente à meditação julgam necessário fazerem uma alimentação especial, de onde são também retirados alimentos como cebola, alho e cogumelos. Alho e cebola são excitantes e os cogumelos são considerados por eles parasitas de coisas imundas, para além de poderem ser alucinogéneos. Para nem falar do álcool, claro.
(Continua)

domingo, abril 11, 2010

Comida de Reis

Tivemos um rei, o tão mal-amado rei D. João VI, mal-amado em Portugal e no Brasil, que comia um frango assado a todas as refeições. E se calhar, às vezes repetia.
O espanto desta informação não vem tanto da quantidade, deveria comer várias outras coisas além do frango, mas sobretudo de nessa época não se comerem frangos assim, à "tripa-forra" (expressão também ela antiga e antiquada, mas que vem a propósito).
Lembrei-me disto agora, por me ocorrer que todos nós, isto é, eu é vocês, podemos comer como um rei, se nos apetecer e se tivermos apetite, dado que o dito frango é hoje vulgar e barato.
Vejamos: os do rei eram biológicos, que agora são mais caros, mas podiam muito bem estar doentes ou até mesmo terem morrido de doença, que na época era assim...
Outro aspecto: deveria ser preciso ter um aviário só para ele, pois comia cerca de 800 frangos por ano e a produção não era assim tanta nesse tempo.
Moral da história (tive, durante alguns meses, um namorado completamente ignorante, que achava sempre que todas as histórias tinham moral):
Este nosso rei deveria ser considerado o percursor do fast-food, tanto em Portugal como no Brasil e, sem a menor dúvida, merece a honra de ser considerado o verdadeiro...
O Verdadeiro Rei dos Frangos!
P.S.: O dito noivo, vendo-me um dia a folhear um livro da grande poetisa Sapho, perguntou-me se eu estava a pensar comprar um livro sobre sapos. Mas era meiguinho.

Novo PS!: Com o receio de ter errado, fui consultar a net. Fiquei a saber (será verdade?) que o dito D. João VI comia nove frangos assados por dia, o que dá 3285 frangos por ano, sendo que nos bissextos seriam 3294 e que a sua esposa foi a inventora da caipirinha. Obrigada, Dona Carlota Joaquina! A caipirinha é uma das coisas boas que existem!
Vale a pena pesquisar este tema na net. Experimentem.


sábado, janeiro 30, 2010

Alimentação biológica

A despropósito:
Fui à Feira Biológica do Príncipe Real e ouvi uma conversa interessante, na qual não resisti a intrometer-me.
Um senhor que tem uma banca de legumes biológicos, (normalmente são também produtores, patrões ou empregados), caiu dum 7º ou talvez 9º andar, não me souberam dizer ao certo. Talvez sétimo, digo eu.
- Ah, suicidou-se? - Perguntei?
- Não, não. Caiu.
- Como é que alguém cai dum 7º ou 9º andar?
- Andava a consertar uma janela. A janela dum familiar, coitado.
- Então e agora - pergunta uma senhora - vem alguém substituí-lo na banca dos legumes?
- Não, não é preciso. Vem ele quando estiver melhor.

Não há dúvida: a alimentação biológica faz bem!


(Ler "O Estado da Nação - Parte II", nos próximos posts)

domingo, agosto 09, 2009

Natureza morta vivíssima


Pois aqui estão alguns produtos, muito explicados pela tal senhora, a dona da quinta biológica:
Os tomates amarelos são doces, o grande sabe a fruta, são espécies antigas, cujas sementes foram preservadas em França, onde as comprou. Parece que esses franceses que preservam sementes antigas e as vendem só para conhecedores têm sido perseguidos e acusados de tudo e mais alguma coisa.
De facto, a alimentação chamada entre nós biológica e pelos americanos orgânica "organic", (termos muitíssimo imprecisos), começa a fazer séria concorrência à agricultura normal, até pela atitude de grande paixão que move estas novas pessoas e que se nota claramente na atitude desta mulher. A paixão pelo dinheiro versus a paixão por algo muito maior e menos egoísta.
Há mesmo quem relacione esta consciência ecológica com o desenvolvimento da consciência universal, considerando que há hoje muitos pioneiros nesta matéria, uns mais e outros menos avançados.
E cá voltamos ao lado místico, sempre presente neste início do terceiro milénio.

Ah, já me esquecia: disse também que os imigrantes de Leste que cá vivem compram todos uma erva aromática chamada aneto, que tinha lá, para temperar o salmão e que os franceses metem azedas na cavidade da barriga dos peixes para assar...

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Feira Biológica do Príncipe Real



Têm vindo aqui muitas pessoas à procura deste tema.
Como estou a passar um dias de férias em Lisboa, dizem que o melhor mês para estar aqui é Agosto, que não tem gente, dei uma de turista e fui tirar fotografias para a Feira Biológica, já aqui muitas vezes referida.
Uma senhora que tem uma quinta, deu-se ao trabalho de me explicar mil coisas, só pelo prazer de compartilhar o conhecimento e o entusiasmo, não de certeza para vender 2 ou 3 Euros em frioleiras. Pois esse é um aspecto curioso desta feira e também do supermercado biológico: podemos trazer só um nadinha de cada coisa, para provar, umas folhitas disto, uma cebola...
Aqui vão as fotos.
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quinta-feira, agosto 06, 2009

Amoras e outras coisas

Uma minha amiga, "demasiado tímida" (ironia) para fazer aqui um comentário, respondeu por email aos posts precedentes.
Sendo uma adepta da agricultura biológica e da comida biológia, ficou banzada ao saber que existe em Lisboa um grande supermercado biológico. E tão perto da minha casa que vou lá muito e até já sabem o meu nome: não me chamam Nadinha... digo outro nome...
Aqui vai o contacto. Ainda que seja só por curiosidade, sempre se aprende alguma coisa.

http:/ www.brio.pt/

terça-feira, agosto 04, 2009

Amoras silvestres

Hoje, no supermercado biológico, estão em promoção as amoras silvestres.
100 gramas só custam 2 Euros, mais exactamente, 1 Euro e 99 cêntimos.
Oh que saudades das amoras silvestres inteiramente grátis e altamente biológicas que há por todo o lado menos aqui!
E pensar que as pessoas não lhes dão valor: nunca vi ninguém apanhar bastantes para levar para casa, para fazer compota, tartes...


Outra coisa que tem o supermercado é beldroegas. São boas e existem por toda a parte incuindo as ruas menos movimentadas de Lisboa. Isto para nem falar das urtigas. Os espinafres selvagens são melhores do que os outros, mas não existem assim em toda a parte.

Imaginem, há pessoas que passam fome e nem lhes passa pela cabeça comer estas coisas...
Nem as beldroegas selvagens nem os espinafres ou as urtigas tiveram químicos, claro.

Oh, como me apetece comer amoras quentes, aquecidas pelo Verão!

domingo, abril 30, 2006

Feira Biológica

Fala-se tanto e tão bem da feira biológica do Príncipe Real que fui lá vê-la: umas batatitas muito pequenitas e muito pretas, umas laranjitas raquíticas e escuras... aquilo é que é comida biológica?
Dizem-me que antigamente era tudo assim e que era mais saudável... mas a esperança de vida aumentou ou diminuiu?
Uma mulher, em Arouca, que se dedica a essas coisas, disse-me que tem porcos biológicos e que usa as suas fezes (deles) para adubar a terra dos legumes...
Terra Imunda!