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quinta-feira, setembro 05, 2013

Perguntem-me se gostei de Istambul











- Perguntem-me se gostei de Istambul
- Ó Nadinha, gostaste de Istambul?
- Gostei.

( Até já combinei voltar  lá com quatro amigas). Aceitam-se mais.

Mas convenhamos que nem tudo me agradou. Digamos que: só me agradou quase tudo.

(E quanto às imagens: por favor, não me peçam para usar sandálias que não sejam desportivas (gosto da marca Columbia). Há umas muito giras, com 10 cm de altura, mas não são boas para caminhar muitos kilómetros sem parar... e estas calças demasiado largas também ajudam, ajustadas com um cinto. Dá para alargar e estreitar o cinto...

Não ficam bem? Oh, esqueci-me de me candidatar a um concurso de beleza! Fica para a próxima.


Istambul - Modernidade





Para os turcos, a modernidade significa ocidentalização, já desde o tempo dos últimos paxás. As principais diferenças notam-se no vestuário e, claro, no ato de beber álcool. A religião muçulmana, embora não seja renegada, representa o passado, com todas as suas prescrições. O presente e o futuro consistem, não em mudar de religião nem em ser ateu, mas em não cumprir as regras, sendo, talvez, de forma simples e prática, muçulmano não praticante.

Vemos nas imagens :

Foto 1 - Um bar moderno, passando na televisão uma diva turca, cantando uma música agradável e triste, um pouco parecida com o fado... nesse bar disponibilizar-me-iam um computador com Internet, mas as minhas passwords eram todas rejeitadas, porque têm uma letra parecida com o i, mas sem acento. Separado e em destaque, vê-se o nosso i, mas eu não vi, no primeiro dia. Nem no segundo... ainda bem que levei um computador com teclado português.

Fotos 2 e 3 - Publicidade a uma marca de cerveja local (detalhe). Ocupava toda uma parede do restaurantezinho simpático onde fui jantar algumas vezes umas saladitas simples... e, claro, com uma cervejinha. Isto estabelecia logo uma grande cumplicidade com os frequentadores, todos homens... Não tenho nenhuma fixação por homens que só vi poucas vezes, mas as mulheres muçulmanas, mesmo as inúmeras não praticantes, não andam muito por aí, nem se metem com estranhos.

Vemos na imagem do anúncio (visão parcial, foto de telemóvel) uma gente muito moderna no estar e no vestir, rapazes e raparigas juntos a conviver à ocidental... a beber cerveja. 

Claro, os restaurantes distinguem-se desta maneira: aqui não se vendem bebidas alcoólicas, ou melhor: Proibidas as bebidas alcoólicas! E os outros. O vinho é caríssimo, embora a Turquia o produza, a cerveja é acessível e boa, exceto nos muitos restaurantes em que nos respondem:

- Aqui são proibidas as bebidas alcoólicas. Somos muçulmanos.

Não faço questão de beber álcool, passo bem sem isso, mas, na primeira e única vez que me aconteceu, já depois de ter escolhido o prato, levantei-me e respondi, antes de sair:

- Eu não.

Existe um cartaz que significa exatamente que é proibido beber álcool. Nos restaurantes que o exibem, só se vêem muçulmanos.

quarta-feira, setembro 04, 2013

Parque Taxim (ainda)







À beira Bósforo. se as praias em Portugal fossem assim, eu também ia muito para a praia.
Enfim, talvez um nadinha menos vestida...
Estas senhoras estão à sombra, enquanto as meninas andam de reduzidíssimos biquinis, na praia.
Orhan Pamuk, no seu livro sobre Istambul, já aqui referido, menciona frequentemente os pic-nicks familiares no Parque Taxim. É muito bonito. Muito acolhedor.
Ainda bem que os manifestantes da Praça Taxim ganharam e o parque não vai ser transformado em nenhum empreendimento de luxo!


(Portuguesa em Portugal - não tão muito vestida como as turcas no parque Taxim)

Parque Taxim






No primeiro dia, como contei, fui parar ao Parque Taxim, o pomo da discórdia da primavera turca, pois o presidente, também muito criticado por ser demasiado muçulmano, o que, para os turcos, significa o contrário de ser ocidentalizado, como muitos pretendem ser, queria transformar isto num empreendimento de luxo... o espaço é imenso, à beira Bósforo. Um problema que existe, ao nível do ordenamento do território, é haver uma fortaleza imensa a toda a volta da parte antiga e ocidental da cidade, circundando mar e a praia. Como monumento, não pode ser "abatida".

A história nunca foi o meu forte. Se algum visitante quiser acrescentar pormenores, que o faça.

Enfim, é muito engraçado visitar um local sem sabermos o que estamos a ver. Eu pensava que isto era o OTTO Park, porque essa designação estava escrita em cartazes por toda a parte, mas otto park quer dizer só "parque de estacionamento". Por gostar de descobrir assim uma terra, não me informo antes de lá ir. É agora que vou ler e estou a ler livros que falam da Turquia e da sua história, que é a história da Europa. A nossa. No primeiro post digo logo que fui parar a um sítio qualquer, sem saber onde. Era este.


Istambul Maravilhosos Mercados










O Mercado das Especiarias de Eminonu. Comprei deste açafrão indiano a 50 liras turcas o kilo (é isso que quer dizer o letreiro).

Do lado de fora do mercado coberto, encontramos de tudo um pouco: colheres de pau, tachos e bules...
É o comércio que dá graça a qualquer terra.

Em baixo, vemos o Grand Bazar. Muito perto dele, na saída 2, Gate 2, podemos ainda encontrar um sítio onde se faz bem o Banho Turco. Os preços começam nos 20 euros. Sim, Euros. A moeda é a  Lira Turca, mas existem preços em euros, em locais como este. 
Fica aqui o link para esse local.
Alguns hotéis também fazem este Banho turco.



Istambul, a cidade do outro lado




Saímos de Istambul enriquecidos, não pelo muito que aprendemos, mas por nos apercebermos do abismo da nossa ignorância em relação à parte oriental do mundo.

Enriquecidos de curiosidade pelo outro, que é o reverso dos livros de história. Ou de geografia, ou do que for.

Porque as pedras só se tornam humanas se virmos nela a inscrição, não só do humano, mas também do divino. Como neste mosteiro da Capadócia.

Istambul já foi Bizâncio e já foi Constantinopla, cidades quase míticas. Com uma história que é a nossa história. Istambul significa, etimologicamente, "a cidade que fica do outro lado". Do outro lado do Bósforo. 
A cidade que fica do outro lado, também para nós ocidentais, do outro lado do oriente, é a cidade do passado. 
Mas o passado talvez se transforme em futuro e talvez seja do Oriente que nos chegue a renovação.

Ainda Istambul




Estes palácios, alguns deles abandonados, testemunham o antigo esplendor do Império Otomano. Os paxás viviam em grandes mansões de madeira na cidade, mas, após a implantação da república, foram frequentes os incêndios dessas casas (fogo posto). Fizeram então, ou já tinham, estes palácios ao longo do Estreito de Bósforo, para onde se mudaram. Há vários parecidos, este no Corno de Ouro, uma parte estreita e especial do Bósforo.


Casas de madeira




terça-feira, agosto 20, 2013

Capadócia: aldeias subterrâneas





Os gregos, que como já foi referido, viviam na Capadócia desde Alexandre Magno, com muitos vindos posteriormente, foram perseguidos em várias épocas, por serem gregos e por serem cristãos. O Império Otomano, propriamente turco, não fazia perseguições religiosas e, bem ao contrário, acolheu de braços abertos os judeus fugidos da península ibérica, como está fortemente documentado. Embora, também na Turquia, vivessem em ghetos.

Para fugirem às perseguições, os gregos, que viviam comunitariamente em aldeias agrícolas, construíram estes subterrâneos. Ficavam aqui até terminar a perseguição, ou até se sentirem seguros para regressarem a casa. 
Entretanto, iam fazendo o que tinham a  fazer, como, por exemplo, vinho. Estes subterrâneos continham vários lagares e vários espaços para conservação do agradável líquido.
A pedra é a mesma que permite escavar as chaminés das fadas. Estas têm 3 camadas, mas a parte principal é em turfa.

É difícil tirar fotos com tanta escuridão, isto foi o que se pôde arranjar.

Capadócia: O Castelo







Este é o mais alto "complexo urbanístico" constituído por casas escavadas nos rochedos de pedra macia, chamados "chaminés das fadas". Chama-se Castelo.

Viviam aqui muitas pessoas, todas gregas. Embora habitassem a Capadócia e outras partes da Turquia desde os tempos da invasão de Alexandre Magno, os gregos mantiveram a sua língua, a sua religião e a sua cultura até aos dias de hoje.

Mas um acordo bilateral de 1924 obrigou estes Gregos a regressarem à Grécia e os Turcos que habitavam em regiões da Grécia a regressarem à Turquia, (embora ainda existam muitos gregos em Istambul, segundo diz Pamuk no livro citado). O que deixou as casas desabitadas. Atualmente é proibido morar nelas, por ser considerado perigoso. Ainda recentemente morreu um turista alemão que subiu ao topo e no mosteiro, uma turista italiana. Agora é proibido ir onde foi a italiana, mas ainda é permitido subir a este Castelo.

Na última foto, vê-se uma árvore carregada de objetos chamados "Olho Turco", contra o mau olhado e outra carregada de cântaros, em frente ao Castelo. Vi muitas árvores decoradas como esta.

Vou interromper este "Diário de Bordo", a continuar mais tarde. Ver o postt do mosteiro, a que acrescentei várias fotos e informações.

Dourados



Basta uma imagem como esta para constatarmos que estamos perante uma cultura diferente. Adivinhem para que servem estas espetaculares artefactos dourados.


Solução: para engraxar sapatos, não apenas os dos homens mas também os das mulheres e das crianças. são muito maciços e aparentemente, ficam ali de um dia para o outro.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Istambul, a cidade do outro lado







Saímos de Istambul enriquecidos, não pelo muito que aprendemos, mas abismados pela nossa ignorância de toda a parte oriental do mundo.

Enriquecidos de curiosidade pelo outro, que é o reverso dos livros de história. Ou de geografia, ou do que for.

Porque as pedras só se tornam humanas se virmos nelas a inscrição, não só do humano, mas também do divino. Como neste mosteiro da Capadócia.

Istambul já foi Bizâncio e já foi Constantinopla, cidades quase míticas. Com uma história que é a nossa história. Istambul significa, etimologicamente, "a cidade que fica do outro lado". Do outro lado do Bósforo. A cidade estranha e estrangeira.

A cidade que fica do outro lado, também para nós ocidentais, do outro lado do mundo, é a cidade do passado.
Mas o passado talvez se transforme em futuro e talvez o futuro nos surja do Oriente. Como uma renovação.