Alguns estudantes e turmas inteiras de alunos reflectem a sociedade portuguesa no seu pior.
Todos nós tivemos professores horríveis, uns que não sabiam nada, outros, ou os mesmos, que tinham um temperamento insuportável. Ainda os há, se bem que mais moderados nos danos que podem causar... pois já quase não existe a agressão física.
Os alunos que refiro, portam-se muitíssimo bem com professores horríveis e muitíssimo mal com os outros. Como consequência, os professores mais simpáticos e que mais seguem a pedagogia correcta, são os mais martirizados. Os que nada entendem disso nem querem entender, esses estão sempre bem. Reinam pelo terror.
Não é isso o que acontece, em geral, na sociedade portuguesa? Passa-se o sinal vermelho e o risco contínuo, conduz-se com excesso de velocidade e sob o efeito do álcool, mas, sob o efeito do medo, somos exemplares.
Há muitos anos atrás (provavelmente ainda agora), acontecia muito o seguinte:
Um tipo que ia a conduzir via um parente ou um amigo e fingia que o ia atropelar. Guinava para cima dele e, quando estava quase a colidir, guinava para outro lado ou metia travões a fundo. Esta manobra era de alto risco. Por isso aconteceu muitas vezes matarem os filhos, os pais, as esposas, as namoradas e os amigos.
Sem culpa nenhuma! Coitadinhos! Estavam só a brincar...
Por essa altura, numa longa viagem em Marrocos, constatamos que o motorista fazia esta brincadeira sempre que encontrava grupos na beira da estrada (o que era raro). Mas quase todos fugiam a sete pés, mal viam aproximar-se uma viatura...