domingo, abril 29, 2007

Em Abril águas mil

Curiosamente, chove torrencialmente em Lisboa, neste momento.
Nos últimos dias dum mês de Abril particularmente solar, que é o mês em que eu vi a luz do dia (eu e o Papa de Roma), dá-me prazer ouvir cair as grossas gotas no meu nadinha de telhado e estender as mãos para fora da janela, retirando-as cheias de água.
É um prazer estar vivo...
Este momento recorda-me um episódio da minha infância, mil vezes mais livre do que se a tivesse vivido entre quatro paredes, quero dizer, numa cidade.


O meu pai tinha uma gabardina velha que nunca usava e que estava para lá, a um canto.
Quando chovia torrencialmente, eu convencia os meus dois primos a irmos buscá-la, a deitarmo-la por cima da nossa cabeça e a irmos lá para fora correr. Lembro-me também de que nessa época chovia muito, naquele lugar.
Quando chegavam a casa deles, molhados até à alma, os meus primos apanhavam uma surra.
Eu não.


A Infância era o Jardim das Delícias!

quarta-feira, abril 25, 2007

Esperem...

Porque será que, apesar dos pesares, o Hipócrates (enganei-me) nunca fica encavacado?
Talvou seja porque o Cavaco ainda nunca o encavacou.
Ou talvez porque o próprio Cavaco está encavacadíssimo...

Então e a Presidência da CEE?

(Esta também paga direitos de autor(que não existem na net)). É por isso que eu, nos blogues, nunca escrevo nada de jeito...

Esperem...

segunda-feira, abril 23, 2007

Que será?

Ando um pouco preocupada com um erro que tenho cometido repetida e sistematicamente nos últimos dias. Será sintoma de doença?Será sintoma de saúde?

De cada vez que quero referir-me ao grave filósofo Sócrates, engano-me e troco-lhe o nome por:
Hipócrates.

Bem, esta paga direitos de autor, se a ouvirem por aí

quinta-feira, abril 19, 2007

O homem preguiçoso: Conto popular

Era uma vez um homem que não gostava de trabalhar.
Um dia, o homem chegou à conclusão de que não valia a pena viver, se para comer e beber era necessário tanto esforço como trabalhar toda a vida, muitas horas por dia. Sendo assim, decidiu ser enterrado.
Ia o enterro a passar, com o caixão ainda aberto e o morto ainda vivo, portanto, a respirar... e toda a gente compungida, a chorar... enfim.
Nisto, passou o homem rico e perguntou:
- O que é isto?!
Lá lhe explicaram e ele disse:
- Parem o enterro! 
Pararam o enterro e o homem rico prometeu que ia sustentar o pobre do homem, sem que ele precisasse trabalhar.
Parem o enterro, que eu dou de comer ao morto durante toda a vida! o homem não precisa de ser enterrado, porque eu dou-lhe o pão!
Nisto, o defunto senta-se no caixão, deita a cabeça de fora e pergunta ao homem rico:
- E esse pão que me dá lá, vem mastigadinho já?
Surpreendido, o homem rico diz:
- Não, isso não! Dou-lhe o pão durante toda a vida, mas não o mastigo, isso não. Era o que faltava!
Enfadado, o defunto faz um gesto com a mão, volta a recostar-se no caixão e diz:
- Siga o enterro!


Se vocês também souberem contos populares desconhecidos como estes, podem contá-los aqui.
Estes são do Norte de Portugal, da região do Douro Litoral, também designada por Entre Douro e Minho. Estes posts têm muita procura, sobretudo no Brasil, enfim, estes conto desconhecidos, do meu avô, já são conhecidos através deste blog.

(Ver "A Mulher Preguiçosa" neste blogue) Clicar AQUI

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.
Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)

terça-feira, abril 17, 2007

A mulher preguiçosa Conto popular

Um pobre homem tinha uma mulher muito preguiçosa.
Um dia, o homem disse à mulher que fizesse sempre as necessidades num cesto grande, num “gigo”, e ela assim fez.
Ao fim dum mês, o homem chamou os vizinhos todos das redondezas e mostrou-lhes, numa mão, um novelinho muito pequenino de lã de ovelha, que a mulher tinha dobado. Com a outra mão, mostrou-lhes o gigo cheio de… (vocês sabem o quê) e disse-lhes:
- Trabalho de um ano, cagança de um mês. Aqui está o trabalho que a minha mulher fez.


Moral da história: as mulheres devem trabalhar. Desculpem a má palavra, mas não ficava bem se a alterasse, porque é um conto popular do Norte. Do mesmo sítio de onde veio O Ancinho, de que todos os leitores deste blogue gostaram.

Outra moral da história: nós, mesmo quando não produzimos nada material (a esmagadora maioria), produzimos mesmo assim muita....(vocês sabem o quê).
Ver também neste blogue "O Homem preguiçoso"


P.S.: Num comentário posteriormente apagado pelo autor, perguntam-me se sou eu a autora do conto. Claro que não, já disse que é um conto popular português - apenas o redigi à minha maneira.

(Contos narrados pelo meu avô Manuel Daniel de Sousa, transcritos após a sua morte, com contribuições de várias pessoas da família. O avô contava estas historias milhares de vezes, enquanto os primos piscavam os olhos entre si, sentados em escabelos, na espreguiçadeira, ou deitados na carqueija, antes de ser queimada na lareira.

Estes contos eram inéditos, antes de terem sido partilhado neste blogue, sendo muito procurados por pessoas do Brasil.
São contos do Douro Litoral, também chamado de Entre Douro e Minho, Portugal)

segunda-feira, abril 16, 2007

16 de Abril

Eu e o Papa de Roma fazemos anos hoje. No ano passado foi no dia de Páscoa.

domingo, abril 15, 2007

Os Pormenores

Parece que eu confundi uma ciatação, era "o Diabo está nos pormenores" e eu escrevi: Deus está nos pormenores. Mas agora vejo que não. A frase original é mesmo "Deus está nos pormenores".
Quando olho para a natureza campestre, penso sempre que, se eu a tivesse inventado, nunca me lembraria de tantos pormenores. E depois surge-me a dúvida, ancorada num certo conhecimento da ciência. Talvez Deus só tenha inventado meia dúzia de pássaros e meia dúzia de flores, e depois eles inventaram-se a eles mesmos, nas suas infinitas variedades.
Talvez, a princípio, fossem todos cinzentos...


Reparem que os malmequeres estão todos a olhar para a estrada.

sábado, abril 14, 2007

Tudo ervas daninhas




Estes são brancos, os outros são amarelos.
Ver no meu outro blogue os comentários, meus e alheios.
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quinta-feira, abril 12, 2007

Os Senhores Doutores

Em tempos, encontrei no "Piolho" do Porto (um café muito conhecido) um tipo que eu conhecia bem.
Cumprimentámo-nos, sentámo-nos na mesme mesa e a certa altura ele disse-me que lá, no Piolho, ou seja, num café frequentado sobretudo por estudantes universitários, todos lhe chamavam Sr. Doutor. Pediu-me que o não desmentisse. O tipo só tinha a quarta classe, mas tudo bem...
O grande filósofo Sócrates, creio eu que não era Doutor nem Engenheiro, mas:
Sócrates há só um!

terça-feira, abril 10, 2007

sábado, março 31, 2007

Títulos

Tenho o costume de supôr que uma época se caracteriza pelos títulos a que deu origem.
Assim, vejo com tédio títulos como "Angústia para o Jantar" ou "Diário de Ausência" e mil outros do tempo da ditadura, como o símbolo dum tempo parado, sem acontecimentos.
E pergunto, se concordarem com o meu pressuposto, o que significam, em termos simbólicos, títulos como "Gato Fedorento" ou "Cão Solteiro".
O vazio do sentido? A comunicação que desiste de comunicar???
No lo so.

sexta-feira, março 30, 2007

Provérbios sobre o bacalhau

Devo confessar que não gosto muito de bacalhau. Mas conheço um homem que, quando criança, o comia todos os dias e agora só não come todos os dias porque trabalha num restaurante.

Recentemente fiquei extasiada com a ideia de que o prato nacional português é um peixe que não existe nas costas portuguesas e, pelo contrário, é pescado muitíssimo longe de Portugal: vocês já viram num mapa onde ficam a Terra Nova e a Suécia?
É mesmo mania de nos irmos meter onde não somos chamados e, isso sim, é muito português.

Andei à procura de provérbios e expressões idiomáticas sobre o bacalhau. Quase todos se referem ao tempo em que este alimento era muito barato e era comida de pobres, pelo que ele é quase sempre referido com desprezo, como algo de enjoativo.
Muito haverá a dizer sobre esse desprezo, mas outros que o digam..

Águas de bacalhau:
“Ficou tudo em águas de bacalhau” é como o já aqui referido “foi tudo por água abaixo”


º-, que é um dos meus preferidos.
Para quem é bacalhau basta
Já ouvi “Para quem é, águas de bacalhau bastam”. Também me explicou, a senhora chiquérrima que o dizia, que antigamente se dava às empregadas domésticas batatas cozidas (a propósito, as batatas viera do novo mundo) em água de cozer bacalhau, o que me foi confirmado por uma senhora que foi empregada doméstica.

Continuando…

No dia de S. Silvestre, não comas bacalhau que é peste.
Dia de São Silvestre, nem no alho nem na reste.
Bacalhau quer alho
Apertar-lhe o bacalhau (quer dizer cumprimentar de mão)
Magro como bacalhau sueco (quando eu era magérrima diziam-me isto, inveja!)
Enterro do Bacalhau ou Enterro do Entrudo

E brasileiros que encontrei na net:

Magro como bacalhau de porta de venda

"Bacalhau é comer de negro e negro é comer de onça". Mais uma vez o desprezo pela comida de pobre, que devia enjoar… por ser repetida e de má qualidade.




ºº - “foi tudo por água abaixo” - referente aos naufrágios em que se perdia tudo.

sábado, março 24, 2007

Salazar?????? Não me chateiem!

Filhos:

Está a ganhar o Salazar para o maior português de sempre.
Conheço um tipo que anda a vender bustos dele e que telefona de tudo quanto é cabine telefónica.
Fiquei tão zonza quando me perguntou se eu queria comprar um busto, que perguntei:
- Desculpe, quem é esse? Até parece...
Seria uma vergonha, portanto vamos nós votar noutro:
Camões (tio Luís) 760102008
Tio Fernando 760102005
site:
http://www.rtp.pt/gdesport/?article=23&visual=3

Quase me esquecia




Quase me esquecia desta fotografia, boa para as pessoas estrangeiras que não conhecem Lisboa.
Recentemente alguém traduziu isto para inglês...
Zé Lérias: obrigada pelos comentários.
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