quarta-feira, novembro 24, 2010

Abaixo as piadas políticas

Quem vai ganhar muito menos e pagar muito mais por tudo, para pagar as asneiras destes incompetentes destes políticos, PS, PSD, etc., não tem vontade nenhuma de rir.
É tempo de levar a política e os políticos a sério. Tudo o que funcionava até agora já não resulta.
Não me contem piadas políticas. Perderam a graça..

segunda-feira, novembro 22, 2010

Já ninguém entende as notícias...

Já não entendo nada! Isto é muito dinheiro para uma empresa como a PT?

Empresa do grupo PT ganha negócio superior a um milhão de euros em Timor-Leste 

Então, na mesma PT, nem chega para pagar o ordenado de um ano ao boy socialista Rui Pedro Soares...Boy socialista ganha 5 milhõesPor outro lado, os cortes de salários, no seu total, dão como poupança mil milhões de Euros, ou seja, 200 vezes o que ganhou este tipo inútil. E quantos haverá como ele? Talvez 200? Mais? Menos? E porquê ele? Alguém sabe as respostas a estas perguntas?

Não, só sabemos que vamos pagar.
Tenho pena dos muitos que votaram Sócrates e que hoje estão a comer a sopa dos pobres. Que nunca julgaram vir a comer...

sábado, novembro 20, 2010

Hipocrisia Pacifista

Realiza-se, neste momento, em Lisboa, uma importante cimeira da Nato, ocasião para see realizarem manifestações a favor da paz.
Qual paz?
Uma paz num país, o Afeganistão, em que as mulheres não podem sair de casa e as meninas não podem estudar? Isto numa época em que as meninas são em muitos países muito melhores estudantes doq ue os rapazes...
Paz em dois países, Irão e Kwait, depois de um ter invadido e ocupado o outro, paz na região curda do Iraque, após Sadam ter massacrado os curdos?
Paz?! Qual paz?

Queipiqueiqui

Experimentei agora o primeiro Queipiqueiqui. Clicar por cima de 

Queipiqueiqui.

Não ficou assim muito bom. Usei farinha de arroz, mas não foi por isso. Primeiro deitei os líquidos e depois os pós todos juntos. Não é assim. Tem de se seguir a receita ao pé da letra. Ficou a farinha toda por baixo e o chocolate todo por cima...
Longe vai o tempo, acho que até já tinha este blogue, em que eu andei pelas lojas de Lisboa a tentar comprar: chá de chocolate, sopa de farinha, chá de mel, sopa de açúcar. Todos me diziam que não tinham, até que uma alma sinuosa percebeu e me explicou:
- Não é assim. Tem de pôr uma colher, das de sopa, cheia de farinha ou de açúcar, isso é que é colher de sopa de farinha e de sopa de açúcar, uma colher de chá cheia de mel, não é chá de mel...
Enfim, quem não sabe é como quem....
Ainda tive umas luzes, antes de me lançar como cozinheira freelancer de mim mesma. Imaginem agora quem nunca aprendeu a cozinhar nada...
(PS.: Os livros de culinária deviam ter esclarecimentos como este, não acham? Vejam só o que aprende aqui um cozinheiro principiante!)

sexta-feira, novembro 19, 2010

Queipiqueiqui de Laranja e Queipiqueiqui de Chocolate

No post anterior, contámos aqui uma história e demos uma receita de cupcake. 
VER AQUI  Queipiqueiqui
Agora vão aqui mais duas receitas, porque parece que resultou.


Queipiqueiqui de Laranja (ou de Limão)
1 ovo
3 colheres (sopa) de óleo (ou manteiga)
4 colheres (sopa) rasas de açúcar
4 colheres (sopa) de suco de laranja
5 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
1 colher (café) de fermento químico
Cobertura
2 colheres (sopa) açúcar de confeiteiro
3 colheres (chá) de suco de laranja
Coloque o ovo na caneca e bata com o garfo. Adicione o óleo, o açúcar e o suco de laranja e misture. Agregue a farinha, o fermento e misture até uniformizar. Leve por três minutos ao microondas em potência máxima.
Cobertura
Junte tudo e cubra o bolo.
Dica: Vale trocar o suco de laranja pelo de limão. Mas, para essa substituição, em vez de 4 colheres (sopa) do sumo da laranja, use 2 colheres (sopa) do limão, pois o sabor é mais acentuado. 


Queipiqueiqui de Chocolate (mais sofisticado do que o outro)
2 canecas com capacidade de 150 ml
1 gema
6 colheres (sopa) de leite condensado
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de leite
2 colheres (sopa) de chocolate em pó
5 colheres (sopa) de farinha de trigo peneirada
1 colher (café) de fermento químico
1 clara batida em neve
Cobertura
Leite condensado misturado com chocolate em pó a gosto
Em uma tigela ponha a gema, o leite condensado, a manteiga, o leite e o chocolate em pó. Bata com batedor de arame vigorosamente por três minutos. Acrescente a farinha de trigo e o fermento, e misture bem. Junte a clara em neve e incorpore à mistura, mexendo com delicadeza.
Distribua nas canecas e asse por 25 minutos, a 180 graus em forno preaquecido. Se preferir, asse-o em forno microondas. Nesse caso, apenas 3 minutos em potência máxima bastam. Retire do forno e, enquanto ainda estiver quente, faça alguns furos com um palito e despeje o leite condensado misturado com o chocolate. Decore como quiser.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Queipiqueiqui

Vi uma loja nova num centro comercial, uma espécie de stande que vende uns bolos agora na moda, chamados doces de caneca ou cupcakes. Como nunca tinha visto nada assim, perguntei à menina brasileira, vendedora infeliz e aborrecida que estava lá, sozinha e isolada:- O que é que esta loja vende?
- O que você está vendo - respondeu a rapariga, com um ar demasiado óbvio, como a chamar-me burra.
- E o que é isto?
- Queipiqueiqui.
- O quê?
- Queipiqueiqui
. Como??
- Queipiqueiqui.
- Ah, então e o que é Queipiqueiqui?
- É o que ocê tá vendo- respondeu, irritada e erguendo muito os ombros, a significar que me estava a achar e a chamar idiota.
Fui embora  aruminar o que seria aquilo e a "escanear" os escaninhos da memória auditiva, a ver se me ocorria algo. "Queiqui" em brasileiro pode ser... cupcake! AH!


E aqui vai, urbi et orbi, ou pelo menos para portugueses e brasileiros, uma receitas de Queipiqueiqui que a Dina me enviou agora. Depois digo outra mais sofisticada.


Bolo de caneca
e em apenas 3 minutos no microondas.
Ingredientes:
- 1 ovo pequeno
- 4 colheres (sopa) de leite
- 3 colheres (sopa) de óleo (pode ser manteiga)
- 2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
- 4 colheres (sopa) rasas de açúcar
- 4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
- 1 colher (café) rasa de fermento em pó

Modo de Preparo:
- Coloque o ovo na caneca e bata bem com um garfo.
- Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o 
chocolate e bata mais.
- Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até incorpar.
- Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.

Dicas
- A caneca deve ter capacidade de 300ml.
- A medida de colher é sempre rasa.
- Você pode servir este bolo com coberturas, caldas, castanhas e sorvete. E pode comer quente. 
 


A Ana mandou-me agora a calda. Aqui vai.Pode ter ou não ter calda.
Calda:

Ingredientes:
2 colheres (sopa) de leite
1 colher (chá) de manteiga
1 ou 2 colheres (sopa) rasas de açúcar
3 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó

Modo de Preparo:
Misture tudo e coloque por 30 segundos no microondas na potência máxima
Coloque no bolo ainda quente.

Mais receitas em (Clicar por cima)
Queipiqueiqui de Laranja e Queipiqueiqui de Chocolate

segunda-feira, novembro 15, 2010

Datas: 1808, 1822, 1888

As datas importantes da história do Brasil são, no mínimo, impressionantes e muitíssimo fáceis de fixar.
No intuito de chamar a atenção para esse facto, que talvez possa ter interpretação simbólica, Laurentino Gomes publicou dois livros cujos títulos são, precisamente, 1808 e 1822. Estamos à espera do 1888...
1808 - A corte portuguesa muda-se para o Brasil, dando início à sua autonomia, que o levará à independência.
1822 - Independência do Brasil (Grito do Ipiranga)
1808 - Libertação dos escravos (abolição da escravatura).
(Poderíamos acrescentar 1500 - Descobrimento do Brasil)(Aparentemente por engano)

A contrastar com a solenidade e simbolismo das datas, alguns pormenores muito prosaicos: quem deu o grito de "Independência ou Morte" do Brasil, chamado o "Grito do Ipiranga", grito da independência do Brasil em relação a Portugal, foi, nada mais nada menos que o rei de Portugal, D. Pedro IV (Primeiro Imperador do Brasil, que então era ainda príncipe real). Tudo se passou nas margens do Ipiranga, um pequeno rio sem importância nenhuma, porque o dito príncipe estava com diarreia e interrompeu a viagem para se aliviar ali. Onde recebeu umas cartas que o irritaram.

O Brasil parece uma estranha mistura de imaginação, mito, sonho e realidade demasiado prosaica.
O livro 1822 lê-se com muito prazer. O outro não li. Ainda.
(E a propósito: Fernando Pessoa também nasceu em 1888 - foi um ano de boa cepa.). 

sábado, novembro 13, 2010

Vídeo de Aung Suu Kyi Libertada

Vencemos!





Foram feitos neste blogue vários apelos para participarmos na luta pela libertação de Aung Suu Kyi. Juntamente com milhares ou milhões de pessoas em todo o mundo que lutaram pela mesma causa, podemos sentir que vencemos esta luta. Mais uma!
Podemos dar os parabéns a Aung San Suu Kyi ou deixar-lhe qualquer outra mensagem através do Facebook, 


Já imaginaram como será o sabor de uma liberdade tão intensamente sonhada? E tão sonhada por tantos?

sexta-feira, novembro 12, 2010

Canalizadores polacos e Primeiros-Ministros Brasileiros Precisam-se

Agora que o Lula da Silva está disponível, que tal vir para cá ser primeiro-ministro? Sempre se falou em corrupção, mas nunca se ouviu falar de tantos milhões e nunca nos tiraram o que ganhávamos. Solução? Sejamos criativos.
Quanto aos canalizadores, se temos um cano entupido, precisamos de meter uma cunha, ficar a dever favores e pagar mais do que a um médico especialista. Mas este não é, verdadeiramente, o problema. O problema é que os ditos canalizadores e quejandos marcam um dia e uma hora e depois não aparecem. A não ser os polacos.
Resultado: ou emigramos, ou mandamos vir de fora tudo o que precisamos.

terça-feira, novembro 09, 2010

Chupa-cabra e Sebo - Oh, esta portuguesa língua...

Chupa-cabra - expressão brasileira muito "curiosa", "bué curtida", senão vejamos.

A Polícia Federal investiga a autoria do crime de tentativa de furto qualificado praticado contra a Caixa Econômica Federal em Rio Branco, no Acre, consistente na instalação de equipamentos de captura de senhas e de dados magnéticos de cartões bancários, conhecidos como "chupa-cabra", em terminais de auto-atendimento.

Sebo - muito semelhante à nossa antiga palavra Sebenta. Sebenta, acho eu que significa sujíssima, mesmo nojenta, como eram os cadernos de apontamentos dos universitários no tempo da ditadura: quase passavam de pais para filhos. Queria dizer, julgo eu, muito usada...
Sebenta designava também umas publicações improvisadas com tudo o que tinha ensinado o professor. se o setôr dizia, era porque era verdade. Mesmo que a verdade se apresentasse de forma sebenta, digamos, nojenta. Verdade nojenta? E porque não?
Porque não. Direis vocês. Porque o que era sebento e imundo há muitos anos atrás, não era nojento. As pessoas não sentiam nojo por algo que era perfeitamente vulgar: sujo, imundo e a cheirar mal.


Então, os brasileiros chamam sebo aos alfarrabistas. Os livros velhos têm tanta gordura: das mãos, dos pés, de tudo, têm sebo. São sebentos!
VER SEBO NA WIKI

segunda-feira, novembro 08, 2010

Alguém me sabe dizer o que fizeram à galinha que foi ao jogo de futebol Porto- Benfica? Doaram-na a um jardim zoológico? Comeram-na de fricassé?

Toda a gente muito preocupada com a segurança... ela podia picar em alguém... e a segurança da pobre galinha?

domingo, novembro 07, 2010

Cuidado com as Contas de Telemóvel

Acabo de descobrir que andava a pagar 4 euros por semana de telemóvel, 16 por mês, por ter aderido, sem saber que aderi, a uma treta qualquer de concursos. Nem sei o quê.
Parecia-me que andava a pagar demais, mas como não recebia a conta, não dava para verificar.
Digo isto para vocês verem se não vos acontece o mesmo.

sábado, novembro 06, 2010

Berlusconni, Sarkozy e Sócrates

Estamos bem servidos.


As crianças e os jovens sentem-se atraídos por profissões que, em termos relativos, mas variáveis de época para época, dêem, prestígio, dinheiro e fama.
Conhecem alguma criança ou algum jovem que queira ser político?

quinta-feira, novembro 04, 2010

Retrato de Portugal por Eça de Queirós

  "- Pois eu tenho estudado muito o nosso amigo Gonçalo Mondes. E sabem vocês, sabe o senhor Padre Soeiro quem ele me lembra?
     - Quem?

    - Talvez se riam. Mas eu sustento a semelhança. Aquele todo de Gonçalo, a franqueza, a doçura, a bondade, a imensa bondade, que notou o senhor Padre Soeiro... Os fogachos e entusiasmos, que acabam logo em fumo, e juntamente muita persistência, muito aferro quando se fila à sua idéia. A generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios, sentimentos de muita honra, uns escrúpulos quase pueris, não verdade?... A imaginação que o leva sempre a exagerar até à mentira, e ao mesmo tempo um espírito prático, sempre atento à realidade útil. A viveza, a facilidade em compreender, em apanhar... A esperança constante nalgum milagre, no velho milagre de Ourique, que sanará todas as dificuldades... A vaidade, o gosto de se arrebicar, de luzir, e uma simplicidade tão grande, que dá na rua o braço a um mendigo... Um fundo de melancolia, apesar de tão palrador, tão sociável. A desconfiança terrível de si mesmo que o acobarda, o encolhe, até que um dia se decide, e aparece um herói, que tudo arrasa... Até aquela antigüidade de raça, aqui pegada à sua velha torre, há mil anos... Até agora aquele arranque para a África... Assim todo completo, com o bem, com o mal, sabem vocês quem ele me lembra?
    -  Quem?...
    -  Portugal."

                                                                 in A Ilustre Casa de Ramires, Eça de Queirós

terça-feira, novembro 02, 2010

Viajar... sozinho, talvez seja a melhor maneira de estar fora


Esta senhora é exactamente o que parece. E também o que não se imagina.
Parece uma minúscula inglesa, parece típica, foi e talvez pareça, enfermeira na Segunda Guerra Mundial...
Não parece ter noventa e tal anos, 95 ou 96, talvez não pareça que viaja sozinha, tendo vindo de Inglaterra a Lisboa apanhar o navio Funchal e regressando ao seu país.
Sozinha é uma maneira de dizer... acarinhada por toda a gente, desde viajantes a tripulantes, pois é muito querida e muito alegre.
E inspira-nos.
Algumas pessoas, talvez muitas, estão-se nas tintas para o que é normal ou deixa de ser... normal é quase sempre sinónimo de vulgar.
Não é vulgar chegar a esta idade e poder viajar sozinha, mas muita gente não acha normal viajar sozinho em nenhuma idade.

E chegar a esta idade com uma enorme doçura...

Conheci-a num encontro promovido pelo navio, de pessoas que viajavam sozinhas, ou seja, "singles".
Fui ver o que havia, não esperando grande coisa, mas na promessa de haver um drink grátis, quando as bebidas são todas caras, incluindo a água, ao contrário da alimentação, que é toda grátis. E havia tempestade, tudo baloiçava, o melhor era estar confortavelmente sentado.

O que encontrei ali foi: um ambiente hiper-deprimente de mulheres divorciadas, um único homem viúvo e deprimido, e esta mulher e outra de oitenta e tal anos, muitíssimo bem dispostas, que despertaram toda a minha admiração. 

Quando fizemos um brinde, esta senhora, empoleirada no braço da minha poltrona, tocou no meu copo e disse-me, em voz baixa:

- Taste this moment.

Alheada da tristeza que os outros contavam, num português que não entendia, quantos "moments" terá esta mulher saboreado, feliz, fora do mundo?
Viajar sozinho talvez seja a melhor maneira de estar fora.

(P.S.: Coloquei aqui alguns posts sob o tema Vivíssimas. Clicar em baixo nessa palavra. Surpreendente.)

segunda-feira, novembro 01, 2010

PORTUGAL: quem o viu e quem o vê



Este título tão popular esconde o conteúdo tão literário deste post. São textos de autores portugueses dos séculos XIX e XX, que retratam a situação portuguesa exactamente como ela é hoje. Sempre por culpa de politicos corruptos (e incompetentes).

Ouçamos Eça de Queirós, prosador do Sec. XIX.
"Nós estamos num estado comparável sómente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá ...vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par , a Grécia e Portugal". (In As Farpas)
Ou Guerra Junqueiro, poeta do Século XIX
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, 1896
Ouçamos um poeta do Sec. XX - (século passado), José Régio, escrito em 1969
 Soneto quase inédito        
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão, 

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.  

Imagem retirada de publicidade a Portugal como destino de jogadores de Golfe. De facto, como os frondosos campos de couves e de cebolas foram transformados em campos de golfe, temos de importar as couves e as cebolas...

domingo, outubro 31, 2010

Feliz Halloween / Dia dos finados

Já pensaram nisto? Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados e depois o dia de Todos os Santos, indo ao cemitério pôr flores... (pergunto-me quantas pessoas ainda farão isso... na capital, na província...)
Enquanto aqui celebramos angustiadamente o dia dos Finados, tal como em todos os países de religião predominantemente católica, nos USA divertem-se com... quase a mesma coisa: fantasmas, medos, superstições, dia das bruxas.
Nada mais natural. Esconjuram a angústia da morte e o medo dos fantasmas, festejam e dão presentes uns aos outros. E até dizem:
Feliz Halloween


Como estamos na aldeia global, que quase inaugurámos, nós os portugueses, a crer em alguns historiadores e filósofos, ligamos a net no Google e aparece-nos logo uma macacada muito divertida sobre o assunto. Contrastando com o nossa triste comemoração.

sábado, outubro 30, 2010

O leite com chocolate quase fazia cair a Ré Pública

Alguma vez vos passou pela cabeça que a criatura*, depois de muito discutir, ou talvez seja melhor dizer, como dizem uns jovens que conheço, depois de muito "refilar, ia acabar por assinar o Orçamento de Estado, mudando apenas o imposto sobre o leite com chocolate?


Na nossa sociedade, as crianças têm muito poder. Se  o José Pinto aumentasse o imposto sobre as Barbies e os Nenucos, ou lá o que é, caía o governo, o Presidente, (os quais já deviam ter caído da tripeça há anos) e a  Ré Pública. A qual está quase a cair (da tripeça)/ (bipeça).




O quê? Ai eles cederam em mais algumas coisas, foi? Não entendi essa parte. Só percebi que vou ganhar muito menos e que vou pagar muito mais por tudo, excepto pelo leite com chocolate. Mas, como nunca bebo leite com chocolate, não vou notar diferença nenhuma para melhor.


* Criatura: refiro-me ao líder da dita "oposição".

sexta-feira, outubro 29, 2010

Homenagem a Caravaggio



Cavadenti, Caravaggio - 1607/1610, Florença, Palazzo Pitti (Clicar por cima para ampliar)

Quando, em Agosto, passei por Florença, no diário de bordo que aqui publiquei, prometi colocar mais tarde obras de arte que vi, sobretudo no museu Palazzo Pitti.


Já agora, o principal defeito dos cruzeiros é não termos tempo para ver a terra e a  sua variedade. (Não, acho que me enganei, queria dizer), digo, a principal qualidade dos cruzeiros é não termos tempo para ver a terra imunda, com as suas variedades de mal, de imperfeição e de lixo. Nem de beleza, (claro!).

Agora que se aproxima o Inverno, vou fazer como  a formiga, quando antes fui cigarra e partilhar o que guardei para o tempo da chuva. Aqui e nos Escrevedoiros.


O quadro é de Caravaggio, pintor que teve uma imensa exposição em Itália, abarcando vários museus, por ser o seu centenário. E mesmo mais do que uma em diferentes espaços de Florença.
A exposição que vi e que está no Palazzo Pitti, chama-se Caravaggio e Caravaggieschi, ou seja, os que pintavam como Caravaggio. (Lê-se Caravagiesqui). 
Poucas obras tinha do autor, sendo uma delas esta: Cavadenti. A tradução melhor para isto seria como em brasileiro, Tira Dentes. Quanto ao resto, a imagem fala por si.


Parece antiquada? Em Marrocos, na praça central de Marrakesh, que deve ser muito moderna para o local, vêem-se tendas em que se tiram dentes por este método. Também se vêem, espalhadas pelo chão, dentaduras modernas. Podemos experimentar uma e outra e voltar a colocá-las no chão de terra. Dá para imaginar:
- Estás com os dentes a cair e a doer? Vai a Marrakesh. Na praça central, tiram-tos e põem-te uma dentadura moderna.


Uma fotografia faria melhor? Os homens que estavam a ver não eram mesmo nada "metrossexuais". LOL.