Este livro, O Gigante Enterrado, de Kazua Ishiguro, último Nobel da literatura, é um agradável surpresa.
Tendo já lido um livro deste autor, constata-se que escreve em estilos diferentes.
Neste caso, a obra está arquitetada de maneira invulgar, toda num diálogo quase poético entre dois velhos que se amam, vivendo numa terra que perdeu a memória, por efeito de uma personagem mítica, o Gigante Enterrado, que é necessário matar para que todos recuperem a memória.
Os dois velhos que muito se amam sonham recordar os momentos muito se felizes que passaram juntos, mas, sem memória, pouco se distinguem de dois desconhecidos que tivessem começado a amar-se agora.
Mas talvez a memória lhes pudesse trazer a recordação de conflitos insuperáveis, para não falar de lhes dizer o que aconteceu ao filho de ambos, que procuram, tencionando passar o resto dos seus dias com ele, mas realmente sem saberem se está vivo ou morto, já que não se lembram...
Um livro sobre a memória, sobre a culpa, sobre como o amor vive ou morre de memórias...
Mas sobretudo um livro diferente do mainstream. Enfim, não muito...