Como os partidos do governo pensavam que esta lei não ia ser aprovada, a da co-adopção dos casais homossexuais, e como andavam muito preocupados com a Troika, esqueceram esta nacional idiosincrasia: Entre trabalhar mais ou ir para casa, muito portuguesinho diz assim:
- Vamo-nos baldar!
E foi o que aconteceu. Os deputados da maioria que constitui o governo, baldaram-se. Sendo assim, aconteceu uma espécie de milagre: Portugal, afundado pela Troika e por este governo, dá um salto qualitativo no sentido da modernidade.
- Por convicção?
- Por modernidade?
- Por cosmopolitismo?
- Não! Por balda.
Eça de Queirós não teria inventado uma situação mais ridícula, na comparação que fazia entre Portugal e os países do centro da Europa do seu tempo.
E nós? Achamos engraçada esta situação? É por isso que nos rimos? Ou achamo-la ridícula e é por isso que nos indignamos?
Parece que a lei assim decidida vai ser alterada.
Como se vê neste blogue, nunca me pronunciei sobre esta matéria. Se os casais gay pretendem ser tão invulgares, para quê querer o que querem todos os casais, tenho pensado eu?
Respondem-me os amigos gay que não pretendem nada ser invulgares, apenas desejam serem iguais a todo o mundo. Ok. Então, como não entendo, não me pronuncio. Pensei que os casais gay desejavam ser diferentes!
Neste país, tudo é desvirtuado pela corrupção.
- Ah, aprovaram uma lei enquanto estávamos noutro sítio a fazer outra coisa? Alteramos já isso tudo. É só dar o dito pelo não dito.
Nós, portugueses inteligentes e cultos, com cursos, mestrados e doutoramentos a sério, vamos continuar a aturar esta escumalha?!
Parece-me bem que esta escumalha tem sido inconscientemente tolerada pelos analfabetos, os ignorantes...
Mas agora a situação mudou, em Portugal, na Europa e no Mundo.
Gostamos de utilizar como argumento, o termos sido um dos primeiros países a abolir a escravatura (no papel), a abolir a pena de morte (de facto, a não ser para os militares). Os nossos descendentes e sucessores poderiam orgulhar-se de terem sido, os seus antepassados, dos primeiros a terem aprovado a co-adopção por casais homossexuais. Pois!