Acabaram de me contar esta história. É verdadeira e muito intrigante.
Um homem cumpriu 12 anos de cadeia por tráfico de droga. Quando saiu, decidiu emendar-se e arranjou um emprego a carregar caixotes na Macro. Estava tudo a correr muito bem, até que lhe pediram uns papéis que faltavam... papelada sem importância, registo criminal, etc.
Mandaram-no logo embora. E alguns dias depois ele contava:
- Que faço? Já ando a dormir na rua. Já me roubaram a roupa e os cobertores... não arranjo emprego... só me resta uma solução: ir dentro.
- E já lá está. - Conclui o meu narrador.
Pensemos nesta história: a cadeia funciona aqui como a casa da mãe ou da avó... está lá dentro com cama, mesa e roupa lavada e sem fazer nada, o que parece ser o sonho de muita gente. E pode ver televisão, o que parece ser a única ocupação dos tempos livres de quase toda a gente. Talvez até tenha uma biblioteca com livros... por outro lado, este homem de 60 anos auto-condenou-se a prisão perpétua.
Imaginemos agora a situação de alguém que também está sem emprego, sem dinheiro e sem nada. Que pode fazer? O mesmo? Talvez não.
Primeiro: não lhe ocorre esta solução.
Segundo: se lhe ocorrer esta solução, à primeira que faça é absolvido por não ter antecedentes criminais. À segunda que faça, já tem antecedentes criminais, mas poucos, por isso tem pena suspensa...
E como não tem o know-how, até pode nem conseguir ser apanhado...
-"Coitadinho, não chamem a polícia, que tem cara de boa pessoa!"
Dá vontade de rir, mas não tem graça nenhuma!
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