domingo, agosto 18, 2013

Festa da circuncisão



Aterrorisada pelo que julguei ser outro casamento na piscina para não deixar dormir ninguém também esta noite, perguntei. A princípio não entendi a resposta, não por defeito do inglês, mas da estranheza. Circum circum... será circo? Não deve ser...

É uma festa de circuncisão. Que na Turquia tem caraterísticas próprias como refere este site em inglês CLICAR.
Mas também há um casamento, num sítio insonorizado.
Como a festa da circuncisão tem muitas criancinhas, espero que acabe cedo.

Também está aqui uma equipa de futebol do Iraque, chamada Zahco, sempre vestidos de equipamento vermelho, as crianças pedem-lhes autógrafos e os homens sorriem e tratam-nos pelo nome.
Estão no mesmo andar que eu e são muito simpáticos, já me cumprimentam muito bem e alguns falam comigo, incluindo o manager, que fala várias línguas incluindo turco, provavelmente mal, a julgar pelo seu inglês.
Um dos jogadores dá-me um grande aperto de mão quando lhe digo que sou portuguesa, depois de me perguntar, talvez por ter entendido mal, se sou chinesa. Aqui perguntam-me se sou alemã ou polaca. Italiana é o mais perto que chegam. Agora, chinesa... também me fez uma festinha na cabeça, a despropósito. Em geral toda a gente faz uma ar de satisfação quando digo que sou portuguesa, ou melhor, digo Portugal, pois pouca gente entende mais do que isso. Alguns referem o nome de um jogador, mas não é o caso destes jogadores.
Eu tinha a ideia de que os árabes eram muito durões, autoritários, convencidos, mas os que conheci aqui são muito gentis. Incluindo o cirurgião iraniano com quem falei algumas vezes em Istambul. Com as mulheres não dá para falar, não devem entender línguas, nem falar com desconhecidos. As mais convencionais de trajo tradicional, pelo menos algumas, ficam chocadas com o meu modo de vestir e de proceder. Não dizem nada, mas o olhar diz tudo.

Mas, durante os dois pequenos cruzeiros que fiz no corno de ouro,  a certa altura aparece um homem a vender uma espécie de roscas, espécie de pão de trigo. Como não almocei e são 5 da tarde, quero comer aquilo, mas receio que seja muito doce. Pergunto a duas meninas de lenço na cabeça. Faço a pergunta em todas as línguas que conheço e noutras inventadas, mas elas não entendem. Então, uma delas tira um bocado da rosca que comprou e dá-me para provar. Até ma queria dar toda. Era boa, compro uma, mas não aceita a restituição do bocado que me deu.

(E afinal, a festa sempre era um casamento. E um tormento para quem quisesse dormir.)

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