Quando apareceu o material de guerra roubado dos paióis de Tancos, afinal havia um bónus, uma caixa de poderosos explosivos. Será que os assaltantes, só levarem as armas, pretendiam, na verdade fazer uma doação? É que o material roubado era sucata e o bónus é muito bom.
Tipo: por cada descoberta de armamento efetuado, oferecemos dois baldes de plástico. Carregados de balas, explosivos e outras frioleiras.
Ou até mesmo carregados de docinhos e de bolachas do “ halloween” ou lá como se chama essa coisa americana…
Portugal é tão engraçado! Talvez seja por isso que todo o mundo quer vir para cá, agora.
* Tancos: quartel importante de Portugal, que foi assaltado de maneira extremamente cómica por indivíduos desconhecidos (suspeita-se até dos próprios militares que lá trabalhavam), os quais restituíram tudo, mas ainda concederam um extra, um bónus de armas que nunca tinham sido roubadas.
Portugal é giro. Portugal é fixe.
Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Sempre que desembarquei em terra, depois de ter navegado pelos mar, senti que a terra era imunda. E enjoei.
terça-feira, outubro 31, 2017
Dia de todos os santos
O dia de Todos os Santos é um dia leve, um dia feliz e muito bom, o dia em que aqueles que amamos e que nos amaram voltam a aflorar as nossas vidas.
Não estão numa coisa material e sinistra como um cemitério, bem ao contrário, estão vivos e abraçáveis dentro dos nossos corações.
É o dia dos santos imperfeitos: a nossa mãe a nossa tia, a nossa avó ou vizinha, com tantos defeitos que tinham. Quantas vezes esses defeitos ou pecados são a coisa mais desculpável e a mais divertida de que nos lembramos.
Não são santos, talvez. São apenas a coisa que mais se parece com Deus.
segunda-feira, outubro 30, 2017
Votem em Nadinha
Vou fundar um novo partido, chamado PDN.
O partido da Nadinha.
O meu partido! Votem em mim.
Projeto partidário:
Proponho fazer tudo para meu benefício pessoal, sem esquecer o benefício pessoal dos meus apoiantes, claro! Faço o que os outros fazem, mas às claras, como diria o Padre António Vieira.
Votem em Nadinha (pseudónimo) ( A imitar o pseudónimo Sócrates).
Sangue real? Qual é o tipo ? Talvez ORH negativo, por ser o mais raro?
Poderá um rei ser considerado como uma instituição democrática, sendo escolhido por pertencer a uma elite de sangue, frequentemente de sangue conspurcado?
E qual será o tipo ? Talvez o ORH negativo? Por ser o mais raro?
Pode um sangue inquinado por trocas familiares ser superior aos outros sangues?
Estou a pensar em Espanha e na Catalunha, por exemplo.
Conto popular: perder o sono?
Cá está mais um conto popular, desta vez contado pela minha amiga Alcina d'Freitas. esta quinta é uma das muitas onde dizem que viveu Santo António em pequeno.
"Em Castelo de Paiva, na Quinta da Serrada, no Inverno, à noite, reuniamos ao serão em volta da lareira. Uns cantavam, outros tocavam, outros contavam anedotas e histórias e o meu Pai em jeito de exemplo e conselho, regularmente nos contava, dizendo: cuidado meus filhos não emprestem (nem dinheiro nem bens valiosos) porque conta-se que um certo dia o Sr. Manuel (nome fictício) a altas horas da noite não conseguia dormir. A esposa preocupada, perguntou-lhe o que tinha. Ao que o Sr. Manuel respondeu: Amanhã, é o fim do prazo para pagar ao Sr. Zeferino (nome fictício) e eu, ainda, não tenho dinheiro. A esposa com carinho, diz: não te preocupes, espera aí. Dirigindo-se à casa do vizinho do outro lado da rua, bateu à porta, o Sr. Zeferino, estremunhado, perguntou: minha senhora o que a traz aqui tão tarde? A esposa "zelosa", respondeu: Vim só para lhe dizer que a dívida do meu marido, ele não a vai pagar! Atravessa de novo a rua, volta para junto do seu marido preocupado e diz-lhe: "já podes dormir, agora quem não dorme é o vizinho""
sábado, outubro 28, 2017
Violência doméstica, na opinião de Eça de Queirós, falecido em 1900
Eça de Queiroz ironiza, daquela maneira tão subtil e tão cómica, contra um juiz que condenou a limpar as ruas da sua aldeola, (Gouveia), um homem que matou, partiu e escaqueirou em bocados a sua esposa. Pena pouco pesada? Veremos.
Leiam isto: lol
"Talvez mesmo o juiz - por lhe parecer insuficiente degredo perpétuo - rompesse no excesso arbitraria de entregar aquele facínora ao suplício imenso de limpar as ruas da sua vila. Bem pode ser que aquele marido esteja cumprindo uma sentença pavorosa, e que o devamos lastimar mais que os infelizes que S.M. Alexandre II da Rússia (que Deus guarde e muitos anos conserve em prosperidade e gloria) manda trabalhar, ao estalo do chicote, nas minas de Orilieff! A imundice da província tem mistérios.
Limpar as ruas de Gouveia será talvez a pena que de futuro adoptem, em substituição da pena morte, os códigos da Europa."
A continuação está aqui:
https://iurisdictio-lexmalacitana.blogspot.pt/2010/03/violencia-de-genero-y-penas-ejemplares.html
Manifestação contra a sentença que absolveu a violência doméstica
Manif contra a sentença que absolveu a violência doméstica e contra a "justiça" que o permite.
Este cartaz da Alexandra fazia rir, em vez de indignar, mas, diz ela, "Ridendo castigat morus" A outra sou eu, a Nadinha.
"Ridendo castigat morus" parece catalão, mas é latim, quer dizer que a rir se castigam os costumes, enfim, demasiado erudito para que alguém o entenda: A imagem representa o Flintstones a arrastar uma mulher pelos cabelos, ostentando uma moca, o que não é nada erudito.
Mas a sentença do juiz Moura é da idade da Pedra.
Antigamente as manifestações eram lideradas por partidos ou sindicatos. Na melhor das hipóteses, eram organizadas pelos movimentos dos cidadãos. Integrei um desses, mas logo percebi que os movimentos seja do que for andam atrás do oportunismo partidário dos líderes. Por exemplo: este movimento de esquerda, que era contra o PS, logo se uniu ao PS.
Estranho?
Não.
Se calhar este movimento pareceu despercebido nos telejornais, porque havia outras notícias importantes:
1. A independência da Catalunha.
2. A greve geral.
3. Algum acontecimento importante dos reality shows, por exemplo, algo assim: o Zé espancou a Maria, em direto.
quinta-feira, outubro 26, 2017
Blogue Terra e Mundo
Este Blogue, anteriormente intitulado Terra Imunda, mudou hoje de nome, para este: Terra e Mundo.
Com este sentido:
"Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo".
Por este motivo:
Este blogue já tem muitos anos de existência, vai mudando e hoje muda de nome. Mas apenas muda uma "letra", se os dissermos em voz alta: de Terra Imunda para Terra e Mundo.
Sem perder a ideia inicial, de crítica à sociedade, à política, ao poder, este título perde a ideia da ligação ao mar, comparada com a qual a terra seria imunda, conceito também encontrado na Bíblia, enfatizando o sentido moral da última palavra.
Com este novo título, pretendemos enfatizar o provincianismo que, paradoxalmente, é cada vez mais vulgar na nossa sociedade.
Parece que, nestes anos mais recentes, não estamos evoluir e sim a tornarmo-nos mais paroquiais. É o que se vê com as Américas de Trump ou de Temer, é o que se vê neste momento em Portugal com um juiz que absolve a violência doméstica citando a Bíblia e o Alcorão.
Daí a minha afirmação:
"Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Omphalos"
Com este sentido:
"Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo".
Por este motivo:
Este blogue já tem muitos anos de existência, vai mudando e hoje muda de nome. Mas apenas muda uma "letra", se os dissermos em voz alta: de Terra Imunda para Terra e Mundo.
Sem perder a ideia inicial, de crítica à sociedade, à política, ao poder, este título perde a ideia da ligação ao mar, comparada com a qual a terra seria imunda, conceito também encontrado na Bíblia, enfatizando o sentido moral da última palavra.
Com este novo título, pretendemos enfatizar o provincianismo que, paradoxalmente, é cada vez mais vulgar na nossa sociedade.
Parece que, nestes anos mais recentes, não estamos evoluir e sim a tornarmo-nos mais paroquiais. É o que se vê com as Américas de Trump ou de Temer, é o que se vê neste momento em Portugal com um juiz que absolve a violência doméstica citando a Bíblia e o Alcorão.
Daí a minha afirmação:
"Todas as terras julgam chamar-se A Terra. Todas as terras são, para quem mora nelas, o Umbigo do Mundo. Omphalos"
O blogue poderia chamar-se apenas Omphalon, Umbigo do Mundo, se não fosse desejável a semelhança com o título anterior.
(Como se mantém o URL, nada mudou em termos de Blogosfera nem de nada, no fundo, apenas o título).
Agradeço a persitência de alguns, poucos, leitores, que se mantêm aqui desde o ano 2000.
Agradeço a persitência de alguns, poucos, leitores, que se mantêm aqui desde o ano 2000.
Ironia trágica, ou "afinal havia outra": uma Nana (de Zola) à portuguesinha
Isto tem alguma graça.
Mais exatamente, isto sugere uma enorme ironia trágica, se pensarmos que esta criatura (José Sócrates) (talvez nome verdadeiro) definiu o nosso futuro, por exemplo, fazendo cortes de salários, aumentando em 6 anos a idade da reforma, trazendo a austeridade para o país e impondo a sinistra ministra (da educação).
Mas afinal havia outra: enquanto nós éramos todos enganados por esta criatura, a criatura era também, alegadamente, enganada por um ser alegadamente do sexo feminino, que, ao mesmo tempo que extraía dinheiro ao primeiro ministro, também extraía dinheiro a um pedreiro. Pedreiro ou trolha e primeiro ministro, ambos mostravam uma grande piedade por esta mulher.
Uma Nana (de Zola) à portuguesinha, sem a grandeza das cocottes decadentistas nem das gueixas orientais, apenas com uma vulgaridade chula e fadista.
A não perder este artigo:
Mais exatamente, isto sugere uma enorme ironia trágica, se pensarmos que esta criatura (José Sócrates) (talvez nome verdadeiro) definiu o nosso futuro, por exemplo, fazendo cortes de salários, aumentando em 6 anos a idade da reforma, trazendo a austeridade para o país e impondo a sinistra ministra (da educação).
Mas afinal havia outra: enquanto nós éramos todos enganados por esta criatura, a criatura era também, alegadamente, enganada por um ser alegadamente do sexo feminino, que, ao mesmo tempo que extraía dinheiro ao primeiro ministro, também extraía dinheiro a um pedreiro. Pedreiro ou trolha e primeiro ministro, ambos mostravam uma grande piedade por esta mulher.
Uma Nana (de Zola) à portuguesinha, sem a grandeza das cocottes decadentistas nem das gueixas orientais, apenas com uma vulgaridade chula e fadista.
A não perder este artigo:
A mulher que conseguiu enganar Sócrates
domingo, outubro 22, 2017
Inspiração para segunda feira
"O aborrecimento é uma doença de que o trabalho é o remédio; o prazer não passa de um paliativo.
Duque de Levis.
sábado, outubro 21, 2017
Tancos: a guerra do Solnado
O texto que chamamos "A guerra do Solnado"é, na verdade, o texto "A Guerra de 1908", um sketch do espanhol Miguel Gila, interpretado pelo ator Raul Solnado. É o caso mais conhecido de apropriação de texto dramático original, muito frequente em Portugal. *
Este texto ( que pode ser ouvido no Youtube) fez Portugal chorar com riso, de mente voltada para a guerra colonial.
Vem a propósito do roubo de material bélico de Tancos. Quando todos receávamos que o material de guerra fosse vendido a terroristas islâmicos para atentados terroristas por essa Europa fora, ou em Portugal, descobrimos agora que o roubaram para vender o ferro e o cobre para a sucata. LOL LOl Lol
O anticlímax dá sempre vontade de rir e este é uma anedota.
Quem roubou? os militares, claro! Só eles é que sabem onde estão estas coisas! Só eles têm as chaves...
VER AQUI :
Além de Tancos, Santa Margarida. Peças furtadas de carro de combate encontradas na sucata
* (Razão pela qual ninguém escreve teatro em Portugal, nem nunca escreveu).
Este texto ( que pode ser ouvido no Youtube) fez Portugal chorar com riso, de mente voltada para a guerra colonial.
Vem a propósito do roubo de material bélico de Tancos. Quando todos receávamos que o material de guerra fosse vendido a terroristas islâmicos para atentados terroristas por essa Europa fora, ou em Portugal, descobrimos agora que o roubaram para vender o ferro e o cobre para a sucata. LOL LOl Lol
O anticlímax dá sempre vontade de rir e este é uma anedota.
Quem roubou? os militares, claro! Só eles é que sabem onde estão estas coisas! Só eles têm as chaves...
VER AQUI :
Além de Tancos, Santa Margarida. Peças furtadas de carro de combate encontradas na sucata
* (Razão pela qual ninguém escreve teatro em Portugal, nem nunca escreveu).
quarta-feira, outubro 11, 2017
Receita: chocos guisados com cenoura e ervilhas
Almocei hoje e alambazei-me com uma receita que me deram. Pela expressão facial de quem ma deu, ao dar-ma, vi logo que era bom. Um ar que fica entre o prazer e a dor.
Faz-se um refogado normal, depois põe se por cima um choco grande, cenouras aos cubos e ervilhas. Tapa-se e fica assim. Depois vai-se acrescentando água, mas uns 15 minutos, no total, é quanto demora a guisar.
Muito, muito bom.
sábado, outubro 07, 2017
Redescobrir ou só descobrir A Farsa de Raul Brandão
Numa biblioteca que agora tenho acesso, com muitos livros antigos, descubra primeira edição de A Farsa de Raul Brandão.
Nunca tinha lido este livro, que é grandioso, no modo como traduz a mesquinhez da alma humana.
A personagem principal, a Candidinha vive da caridade, não como pedinte mas como alguém de certo estatuto a quem as pessoas da sua condição pequeno burguesa dão o essencial, troco da sua humilhação.
Todo o livro é sobre o ódio e a inveja, numa personagem que só tem semelhante na criada Juliana de o Primo Basílio de Eça de Queirós.
Esmiuçar a maldade dos pobres e humilhados deve ser, no mínimo, cansativo para o autor (autores) e é, no mínimo, revoltante para quem lê.
Será talvez por isso que esta obra não é conhecida, rejeitada, talvez após o 25 de abril.
Muitíssimo bem escrita e analisando os meandros do desejo, da frustração, mas também do sonho.
Por contraste, aparece também uma personagem muito pobre e muito materna, com uma grande bondade. Uma criada de servir, a Joana.
quinta-feira, outubro 05, 2017
Exposição de arte moderna, de Sónia Falcone, dialogando com espaço antigo do Palácio da Ajuda
Com grande surpresa, encontramos uma exposição de arte moderna, da italiana Sônia Falcone, com instalações que não só valorizam como iluminam as salas régias do palácio da Ajuda.
Na verdade, mesmo não gostando de estar num palácio real, por alergia à monarquia e mais ainda à monarquia nos seus últimos tempos, somos atraídos por imagens modernas, algumas de vídeo, que acrescentam movimento, sentido e significado aos velhos locais, já muito expurgados do seu simbolismo desadequado e arcaico.
É o caso do jardim de Inverno, em que umas belas mas obsoletas gaiolas de pássaros, feitas a pensar, não nos pássaros mas em quem os vê, são "iluminadas" por uma projeção de borboletas.
Estas borboletas são, no texto, associadas com a alma.
Mais irónica e não menos surpreendente é a instalação que a autora já fez em vários locais do mundo, com as especiarias e outros produtos em pó.
Sem qualquer legenda, que não é necessária, começamos a sentir o cheiro ainda antes de entrarmos na grande sala. Algumas pessoas começam a perguntar: não te cheira a caril? Mas esta pergunta só revela a ignorância olfativa dos europeus, que chama caril a tudo o que for estranho.
Esta instalação chama-nos a tenção para diversidade do mundo, no seu magnífico colorido, acrescentando realidade concreta e cheiro À arte propriamente dita.
Essa diversidade colorida e bela já detinha evidenciado numa anterior instalação com bastões de vidro colorido pelas técnicas do vidro de Murano.
A não perder. Poucas vezes uma autora contemporânea nos interpela desta forma, criando-noto prazer de contemplar a arte e mostrando-nos que arte não é só o que nós imaginamos.
também pode ser, por exemplo, um diálogo. Teatral.
É o caso do jardim de Inverno, em que umas belas mas obsoletas gaiolas de pássaros, feitas a pensar, não nos pássaros mas em quem os vê, são "iluminadas" por uma projeção de borboletas.
Estas borboletas são, no texto, associadas com a alma.
Mais irónica e não menos surpreendente é a instalação que a autora já fez em vários locais do mundo, com as especiarias e outros produtos em pó.
Sem qualquer legenda, que não é necessária, começamos a sentir o cheiro ainda antes de entrarmos na grande sala. Algumas pessoas começam a perguntar: não te cheira a caril? Mas esta pergunta só revela a ignorância olfativa dos europeus, que chama caril a tudo o que for estranho.
Esta instalação chama-nos a tenção para diversidade do mundo, no seu magnífico colorido, acrescentando realidade concreta e cheiro À arte propriamente dita.
Essa diversidade colorida e bela já detinha evidenciado numa anterior instalação com bastões de vidro colorido pelas técnicas do vidro de Murano.
A não perder. Poucas vezes uma autora contemporânea nos interpela desta forma, criando-noto prazer de contemplar a arte e mostrando-nos que arte não é só o que nós imaginamos.
também pode ser, por exemplo, um diálogo. Teatral.
Exposição Campos de Vida " Fields of Life".
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