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quarta-feira, outubro 26, 2022

Fotos de Steve Mc Curry

 Estas fotos de Steve Mc Curry estiveram expostas na Cordoaria Nacional, em Lisboa. São de grande beleza, para além de mostrarem situações estranhas, como as dos monges budistas que quase voam e se dependuram pelos pés, ou as fotos de pescadores que pescam equilibrando-se em cima de grandes hastes.














terça-feira, setembro 27, 2022

Inundação…

 Gosto muito desta foto, exposta na Coordoaria Nacional, que já tinha visto noutra exposição, pois algumas fotos de Steve Mc Curry são muito conhecidas. Agora sei também a história: este homem tentava salvar-se numa inundação na Índia, salvando também a máquina de costura que era o seu ganha-pão. A empresa com a marca da máquina, PFAFF, depois de ver a foto, conseguiu descobri-lo e ofereceu-lhe uma máquina nova.




sexta-feira, setembro 29, 2017

India, um ocidente a ocidente?: Ministério da Felicidade Suprema






Estou a ler, agora que já tenho tempo para ler, o livro O Ministério da Felicidade Suprema, da autora indiana Arundhati Roy.
É o segundo livro que leio desta autora, o primeiro foi O deus das pequenas coisas.
De certa forma, é a segunda desilusão que tenho com os romances desta autora, eu que tanto gosto da Índia, que até já lá fui e tenciono voltar. 
Porquê desilusão? Porque para mim, como para muita gente, a Índia será o lugar da diferença, um sítio muito alternativo, ou, como diria Fernando Pessoa, "Um oriente a oriente do oriente"

Mas esta Índia, longe de ser oriental no sentido místico e misteriosa, é, bem ao contrário, um ocidente  no oriente, ou seja, é uma Índia poluída pela economia do ocidente, estragada, arruinada, para além de ter os seus próprios defeitos, que já tinha.

Já li outros livros de outros autores indianos sobre  este país, mas todos se queixam do mesmo: não é a Índia autêntica, é a Índia mais estragada pela América do que foi pelos ingleses.
É, de certa forma, uma Índia descabida e ridícula. 

A personagem principal, uma meretriz hermafrodita, construiu a sua habitação num cemitério, os cemitérios indianos são muçulmanos, pois os hindus são cremados. Com o tempo, foi alargando habitação até fazer uma casa de hóspedes e mais tarde também uma espécie de agência funerária.

Esta meretriz hermafrodita é, para a autora, o próprio símbolo da Índia.

Agradeço a Arundhati Roy esta visão do mundo, em que o oriente não passa de uma fraca excrescência do ocidente.

E nem falemos dos direitos das mulheres, ou dos direitos seja de quem for...

Este país tem também os seus próprios males, as terríveis lutas religiosas, os intocáveis, que normalmente não saem da terra, por falta de capacidade económica, mas, se emigrarem, continuam ser intocáveis para os outros indianos, enfim, mundos que existem também nas nossas cidades e que ignoramos.

Mas o que salva tudo é o amor. Sempre, em todo o lado e também nos romances da autora. Neste caso o amor maternal, pois a personagem hermafrodita, mulher por opção, mas com um estatuto especial na cultura indiana, sente que foi destinada para ser mãe.

Apesar de tudo o que foi dito acima, não podemos esquecer que estes são os autores que ganham prémios ingleses. Isto, claro, vale o que vale. 





terça-feira, novembro 05, 2013

O último dia, 5º dia de Tihar - o Dia dos Irmãos (Machos)




É hoje o último dia do Festival Tihar ou Djiivali, o Festival das Luzes, que refiro no sposts anteriores.
Hoje é o dia dos irmãos. Irmãos machos, irmãos no masculino.

Nos dias anteriores veneraram-se, respetivamente, o corvo, o cão, a vaca e o boi. 

Este dia é o 'Bhai Tikka', em que as irmãs colocam o sinal vermelho (Tikka) na testa dos irmãos. O sinal que foi colocado nos cães, nas vacas e nos bois. 

No Nepal, o astrólogo real indica a ocasião apropriada para colocar a tikka, através da rádio nacional, um dia antes.  Toda a nação cumpre este horário. Até mesmo Sua Majestade, o Rei, recebe tika das suas irmãs. Quando Sua Majestade recebe tika é disparada uma salva de 31 tiros para honrar a função. Neste momento, toda a nação pratica o "bhai tika". O principal deste ritual consiste na ideia de as irmãs dirigirem orações a Yama Raj, Deus do submundo, pela longa vida do irmão.

O mais exótico e deslumbrante festival chega ao fim, após estes cinco dias magníficos de adoração e homenagem à deusa Laxmi e ao Reino do submundo.


domingo, novembro 03, 2013

O Dia das Vacas - Na índia e no Nepal - é Hoje






(Caminho para a caixa do dinheiro) (Foto da net)



(Fotos da net)

O dia mais importante do Festival Tihar ou Festival das Luzes, no Nepal, é o dia das vacas, o animal mais sagrado. O dia chama-se 'Laxmi puja'.

Logo pela manhã elas são alimentadas com comida deliciosa, antes de toda a família. É-lhes desenhado uma Tika na testa (um sinal vermelho) e são enfeitadas com grinaldas. E é venerada.

É o dia da deusa da riqueza. Com antecedência a  casa é limpa, porque a deusa da riqueza gosta de limpeza e uma parte da parede junto à entrada é pintada de vermelho, colocando-se lamparinas de óleo em todas as entradas e janelas.

É então desenhado o caminho desde esse local até à caixa do dinheiro e dos valores, que se guarda de geração em geração. Todos os anos, neste dia, acrescentam-lhe algum dinheiro. Esses valores só são gastos em casos extremos.

De noite realizam-se vários rituais para a deusa da prosperidade, Laxmi e depois disso, começam em casa os jogos a dinheiro, permitidos neste dia.

Também nesta tarde as raparigas vão de casa em casa cantando canções à deusa e são agraciadas com doces e outras guloseimas.

A festa continua pela noite fora, já que é este o dia mais importante e que não se trabalha nestes 5 dias.
Amanhã será o dia do boi castrado e depois, o dias dos irmãos (no masculino).

É também hoje que a deusa Laxmi, companheira do deus Vishnu, o que sustenta o universo, desce à terra para encher de vida a planta do arroz. A partir de amanhã, se espremer uma vagem dessa planta,  surgirá um leite branco.

E esta noite é permitido e aconselhado roubar qualquer coisa ao vizinho, de preferência uma planta de curcuma dourada, que simboliza o ouro. Contudo, se roubar algo de valor, deverá devolver.

Sei tudo isto por ter no Facebook um amigo virtual nepalês, que gosta de mostrar estas coisas ao inúmeros amigos ocidentais que tem. Pediu-me amizade através de uma amiga comum norte americana. Todos nós agradecemos, pois não deve haver nenhuma festa que nós vivamos com tanta intensidade. Até no Natal se pergunta constantemente, numa constante condenação da convenção e da ilusão: "Ainda acreditas no Pai Natal?"

(Este blogue orgulha-se de fornecer informação em português sobre este e outros temas relativos a tradições, costumes e religiões do mundo).

VER TAMBÉM NESTE OUTRO BLOG, que coloco aqui como favorito

sábado, maio 11, 2013

VIMANAS

De vez em quando, aparecem notícias sobre estranhos acontecimentos. Alguns destes episódios relacionam-se com extraterrestres.

Mais recentemente, ocorrem notícias segundo as quais, os l´deres políticos mundiais e / ou Obama estão prestes a declarar que existem seres extraterrestres e que estão em contacto connosco / com eles.

Esta notícia já inclui a Merkel, que foi recentemente e de surpresa ao Afeganistão, entre vários outros políticos que recentemente se deslocaram ao local. Onde, alegadamente, terão aparecido:


 São veículos voadores, descritos frequentemente na literatura indiana antiga e que voariam ao contrariarem as forças da gravidade, tal como muitos gurus que é suposto terem levitado, ou seja, terem-se elevado por efeito espiritual.


domingo, janeiro 06, 2013

Violações em Nova Delhi e Protestos

Ainda não falei aqui deste caso. É fácil de entender. Tenho defendido sempre a condição feminina, mas a Europa está a anos-luz desta situação. Este blogue pretende protestar de forma construtiva e intervir... aqui.

Refiro agora o caso, para dizer que a Europa, com milhões de erros cometidos no passado em relação à mulher, mas não no presente e pioneira nesse aspeto, deverá defender, ou ajudar a defender, aquelas que ainda vivem esta desoladora situação.

A Índia, lugar que nos parece mítico, por várias razões, que está a evoluir no sentido de se modernizar... 

A literatura indiana atual denuncia esta situação recorrente: uma percentagem significativa está arreigada a leis obsoletas e mesmo ridículas, enquanto outros se modernizam, talvez excessivamente. O convívio da modernidade com o arcaísmo faz-se da forma menos razoável.

Pelo que conheço, poderia dar este exemplo, para ilustrar a ideia: as vacas sagradas a comerem o lixo nas ruas, exatamente na capital, Nova Delhi. E qual é o lixo? Não há muito que seja de comer, claro. Há embalagens de shampoo Sunsilk, de sabonetes Palmolive, de tampões O.B. ... 

É impressionante. Vendem-se batatas fritas Lays, mas fora de prazo... Tampões o.b., em embalagens sujíssimas, sejam compradas nas farmácias ou nas mercearias... não menos sujas nas farmácias do que nas mercearias...

O pai da jovem violada decide divulgar a identidade da filha, embora a lei proteja os violadores e esconda as vítimas, como se vê aqui:

"A legislação indiana proíbe, regra geral, a identificação de vítimas de crimes sexuais, afirma a agência Reuters."  CLICAR para ler mais.

Foi esta uma imagem da Índia que eu não quis dar, no diário que fiz da viagem. Talvez por ser óbvia.

Que podemos fazer?: talvez muito. Talvez constatar que muito está a mudar na Índia e no mundo. Talvez por influência da nossa cultura democrática...
Talvez agir.

terça-feira, setembro 18, 2012

Os cornacas dos coelhos são muito piores do que os cornacas dos elefantes




Oh! Se todos os meus problemas fossem equilibrar-me em cima dum elefante! Como era tão bom!

E aturar o elefante e o respetivo cornaca*, que "só" pretende uma gorgeta salomónica! Para aí uns 5 dólares, ou mesmo 100 dólares, sem ter direito a coisa nenhuma, porque a viagem já está paga. A polícia indiana até pede que se denunciem os casos de aceitação de gorgetas indevidas! Corrupção, claro.

Alguns até passam recibo... e até recebem, como foi o caso deste.
Como eu estava distraída e ligeiramente enjoada, paguei 4 dólares indevidos.
Mas é pouco... É mesmo muito pouco...

Senti-me explorada e enganada, ao pagar 200 rupias quando não devia pagar nada, explorada e enganada talvez por estar num país diferente, num país demasiado tropical, demasiado a sul.

Mas quando cá cheguei... OH!!! OH REALIDADE!

É bem mais difícil aturar os coelhos e os cornacas dos coelhos.

Abençoado outono, preciso de trabalhar para descansar.

VER AQUI, por exemplo


* Cornaca: condutor de elefantes

sexta-feira, setembro 07, 2012

Índia: Deuses




A religião é, simultaneamente, o melhor e o pior que a Índia tem para oferecer. A Índia exporta religiões, misticismos e espiritualidades que são a principal ameaça à religião católica e outras cristãs.
Talvez porque leva a sério o espírito religioso, ao contrário da nossa civilização, que o submeteu às políticas, aos interesses, aos materialismos...

Chega a ser paradoxal assistir a um culto em que homens e mulheres se rojam pelo chão, às vezes chorando, na presença destas figuras, que, neste caso, têm enormes dimensões, impondo-se pela sua grandeza física. E também pela sua estranheza. 
Não, para eles, o homem não é semelhante a Deus e Deus não se assemelha ao homem.

Creio que é esta a grande novidade dum país tão velho e tão tradicionalista. Foi, pelo menos, a grande novidade para mim.

Quem quer um Deus parecido com o homem?


Estas imagens são da religião hindu, maioritária com 80 % de crentes: representam os deuses Vishnu e Hanumani. 

Também foi neste país que nasceu o Ioga e o Budismo, decorrente do Ioga, estes realmente exportados para o Ocidente.
Se, por um lado, somos surpreendidos por esta iconografia de deuses, muito teatral e mesmo muito cinéfila, por outro lado, o Budismo, o Bramanismo e o Jainismo não consideram haver necessidade de um deus como figura central. O espírito do Universo é espírito. Comum a todos os seres do universo. 

Há também Muçulmanos, Siques, e, claro, católicos. 

Tolerância religiosa? Sim, a um nível que nos é inimaginável. Mas também conflitos e crimes com motivo religioso, a um nível que podemos imaginar, porque conhecemos bem. Da nossa história.

sexta-feira, agosto 24, 2012

A Beleza da Índia




A  Beleza da Índia está na beleza das suas mulheres. Compreendemos melhor aqui que a beleza feminina não está no rosto, especificamente, está no corpo, está no gesto, está no vestuário, está na procura da beleza. está em toda a parte.

Pontuando de cor a paisagem urbana, quase sempre desconsolada e pobre, ou surgindo como flores na monotonia do verde campestre, aqui as vemos.

Segunda foto: amarram a erva cortada em panos de um colorido vivíssimo, que se impõe na paisagem e que parece ter sido combinado com o vestuário.

(A continuar)

quinta-feira, agosto 23, 2012

Taj Mahal Parte V


Taj Mahal, visto do Forte Vermelho de Agra, da parte branca do palácio.

Taj Mahal - Parte IV











Este é o Forte Vermelho de Agra (também há um com o mesmo nome em Nova Delhi), construído com pedra arenisca vermelha, como quase tudo na Índia, por ser o material mais vulgar e ainda por ser resistente e fácil de trabalhar.

Nele viveram o rei que mandou construir o Taj Mahal e também a mulher que lá foi sepultada. Já depois de ter construído o mausoléu, o imperador Shah Jahan, que adorava o mármore branco, construiu uma nova parte do palácio nesse material. Onde viveu prisioneiro os últimos 8 anos de vida, vendo ao longe o Taj Mahal. Enquanto este último está incrustrado de pedras semi-preciosas, o palácio tinha nas paredes pedras preciosas, que foram roubadas.
Na penúltima foto, uma pequena mesquita para mulheres, nesse palácio, vendo-se uma mulher no Mirabe.

(Segunda e terceira fotos: não podendo, por ser muçulmano, representar animais na decoração, mas querendo agradar à sua esposa hindu, um imperador mogol anterior mandou executar estas imagens estilizadas - são e não são animais).

Índia: Taj Mahal - Parte III





As colunas foram feitas de maneira a não caírem para cima do edifício central em caso de terramoto, sendo visível a sua inclinação.

E lá está um pássaro a cantar na réplica da mesquita, este como outros que terão ouvido o imperador Shah Jahan  e a sua amada (Mu)taj Mahal


Parte traseira, voltada para o rio


 Entrada do mausoléu. O que parece janelas é feito de mármore recortado.



Decoração com frases escritas do Alcorão e com flores

quarta-feira, agosto 22, 2012

Índia: Taj Mahal Parte II







Fotos: lado direito, frente, lado esquerdo, etc

O Taj Mahal é sempre igual, visto dos quatro lados, com a única diferença das quatro entourages. Um dos lados é voltado para um pequeno rio (que também banha Nova Delhi). O rei quis que tudo fosse simétrico, ficando como única exceção o seu próprio túmulo, que quebra a simetria. O da Mum Taj Mahal  (nome que deu à amada terceira esposa, significando a jóia ou a coroa do palácio) fica exatamente no centro da construção, o seu próprio túmulo fica um pouco à esquerda e é muito maior, por ser de homem e por serem muçulmanos.

Mas é preciso ver que este rei morreu no cativeiro, em prisão domiciliária, refém de um dos seus inúmeros filhos, aquele que conquistou o poder. tal como ele mesmo tinha assassinado dois irmãos e deixado em prisão o seu pai. Quase somos levados a dizer: ainda bem... Cala-te, boca!
Do lado esquerdo do mausoléu, mandou construir uma mesquita em pedra vermelha, do lado direito mandou construir outro edifício igual ou exatamente simétrico, mas que não podia ser considerado uma mesquita, dado que o Mirabe não estava voltado para Meca e sim para o lado oposto. Usavam-na como habitação temporária. Como se fosse um hotel. Só existe para prolongar a simetria e, portanto, a grande harmonia do conjunto.

(Os muçulmanos limitam-se a decorar as paredes com desenhos simétricos e frases escritas do Alcorão, sendo proibidas representações de seres humanos ou de animais). Quando entramos num mausoléu ou numa mesquita, estamos à espera de encontrar algo que não existe lá. Só paredes, incluindo o Mirabe. Neste caso, existem também os túmulos, mas noutros casos são apenas réplicas, pois os verdadeiros estão ocultos.



Mesquita, do lado esquerdo e o seu duplo, do lado direito, na última foto.

O conjunto foi construído no Sec XVII, durante o Império Mogol, ou seja, com imperadores descendentes de Gengis Khan . Em português antigo, esse império era designado por Grão Mogol.

Índia: Taj Mahal - Parte I





Taj Mahal, Uma lágrima na face do tempo, para parafrasear o grande poeta indiano Tagore (Ravindranat Tagore). No poema que está na terceira foto.

Ou desvanecendo-se na distância.

A segunda foto foi tirada a partir do Forte Vermelho, local onde residiu e mais tarde foi aprisionado e depois morreu, o  imperador Mogol que mandou construir este mausoléu, Shah Jahan, em homenagem à sua querida terceira esposa, a quem chamava (Mum)taz Mahal ("A jóia do palácio").

Das janelas do forte, da parte branca que mandou fazer em mármore, vê-se o Taj Mahal, mudando com as colorações da aurora, da tarde, do crepúsculo, com a presença ou ausência de nuvens, até quase desaparecer em branco, no branco incerto da manhã.

Aparentemente, Shah Jahan teria três esposas e 300 concubinas, o que torna mais espantosa esta manifestação de amor e de saudade.