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domingo, janeiro 16, 2011

Ler a Sina

Um bando de ciganas atravessa a rua dirigindo-se a mim. Uma delas, com ar mais moderno e cabelo mais curto, começa a ler-me a sina, enquanto as outras se afastam.
- Muita gente lhe tem inveja! Há duas mulheres que lhe vão fazer mal...
- Então para me ler a sina eu não tenho de mostrar a palma da mão?
- Não, filha! Eu estou-lhe a ler a sina na testa!
- Ah! E quanto leva por me ler a sina?
- As duas mulheres têm-lhe inveja e estão a preparar-se para lhe fazer mal. Mas você pode evitar. Faça uma salga com terra do cemitério e ponha-a debaixo do seu tapete na porta da entrada.
- Ah! Pois! Eu, por acaso, até já tinha pensado em fazer isso. Dá sempre jeito ter uma coisa como essa debaixo do tapete da entrada... digamos, à mão de semear... e então... como é que se faz a salga?
- As duas mulheres querem-lhe muito mal. Mas há alguém que a pode salvar.
- Deus?
- Não.
- Então quem?
- A Dona Rosa. 
- Quem?!
- Atravesse para aquele lado de lá e pergunte àquelas mulheres quem é a Dona Rosa.
- Fica para outra vez.

domingo, junho 20, 2010

O pato mudo do jardim

Antigamente, havia patos no jardim da Parada, em campo de Ourique.
Fizeram obras e desapareceram os patos, as galinhas, os garnizés e outra bicharada, tudo do reino das aves.

Até que, de repente, apareceu no lago vazio um pato velho. Sozinho e preto. Um pato mudo.
Foi logo adoptado por todos os frequentadores deste jardim, que nem parece ser de Lisboa, pois tem uma movimentação que já não se vê em lado nenhum, e muitos são os que lhe levam legumes cortados como se fosse para fazer caldo verde, talvez porque não têm milho. O pato é simpático, vem comer à mão, abana a cauda e interage com as pessoas, quase parece um cão. Só não canta, porque é mudo, mas sopra... e ninguém lhe pede mais, só lhe agradecem por ser ele o único ser vivo constante e permanente ali, onde há muitos pássaros, mas são todos demasiado voláteis.
Este pato deve ter uma história... Talvez...

Uma minha amiga contou-me que, um dia, lhe deram uma pata para fazer um arroz de pato. No momento em que me narrou esta história, já a pata tinha dez anos (talvez menos, não me lembro bem) e coxeava de uma pata, pois ninguém teve coragem para a matar. Acabou por morrer de velha e por deixar muitas saudades. O que significa que não tinha vocação nenhuma para arroz de pato.

Imagino então isto: deram a uma senhora de idade um pato mudo para fazer um arroz de patos mudos. O pato foi ficando, foi ficando, habituou-se a comer na mão, a abanar a cauda, que giro, que lindo patinho...
Até que a senhora morreu. Que fazem os herdeiros?
- Que fazemos ao pato?
- Que fazemos ao Euclides? (Devia ter nome, claro).
- Arroz de pato - afirma o primo mais materialista.
- Coitadinho do Euclides! Arroz de pato? - protesta, indignada, a prima vegetariana.
- Que horror! Tadinho! - Exclama a sua irmã, uma carnívora muito humana, que adora animais, mas que vive num pequeno apartamento com três cães, cinco gatos e uma tartaruga. - Eu é que não posso ficar com ele, que os meus cães matavam-no - o Sócras é um bicho muito agressivo e que não para quieto um minuto. A Cavaca é enorme e tem a mania de saltar para cima de tudo, atirava as patas para cima do pato... Uma pastora-alemã... porque senão eu levava o Euclides... Coitadinho!
- Mas tu não tens piscina para ele nadar - retorquiu a vegetariana, já com medo que a criatura levasse o Euclides para o minúsculo e infernal apartamento.
- Bem, eu tenho uma banheira...
- É verdade! Podíamos pô-lo no jardim de Campo de Ourique, que tem um lago! - Disse alguém.

Onde faz as delícias da criançada, dos avós, dos pais e... de toda a gente. Só pelo facto de existir. E de estar ali.

sábado, outubro 24, 2009

A casa maravilhosa


Era uma casa maravilhosa. Por fora, parecia que ia cair, de tão velha.
Antes de nós lá chegarmos, tínhamos de atravessar um lodaçal muito grande e ficávamos com os sapatos cheios de terra e de lama. Quando entrávamos na nossa casa, tínhamos que calçar pantufas porque a vizinha de baixo já era muito velha e não aguentava o barulho dos nossos passos. Lá dentro, nós tínhamos uma inclina também africana como nós, mas é claro que a gente não podíamos nunca entrar no quarto da inclina. Mas depois, quando já estávamos lá dentro, todos de pantufas, a casa era o lugar mais maravilhoso do mundo. Éramos todos pretos, lá dentro. Mesmo a inclina. E estava quentinho...

Até que um dia... a inclina chegou a casa e atirou-se para cima da mesa da cozinha, a chorar. Tinha perdido o emprego.
- Estou farta disto. Não aguento - dizia, na sua voz rouca - vou voltar para África! estou farta.
Então, a minha mãe disse:
- Se tu vais voltar para África, então nós temos de nos mudar para uma casa mais barata e mais pequena, porque, sem a tua renda, não podemos pagar esta renda.
E então assim foi. Mudámo-nos para um pequeno apartamento. Era mais moderno, não tinha lama, não tinha a vizinha velha a reclamar por causa do barulho. Mas havia um problema.
É que a inclina tinha pago uma calção quando foi morar com a gente. E quando nós nos mudámos para a casa nova, tivemos de a levar, para ela se gozar da calção que já estava paga, claro.
Como ela tinha pago uma calção por um quarto onde estava sozinha, então nós tivemos que dormir todos apinhados na sala, para ela se poder gozar da calção no único quarto da casa.
- Agora adivinhe, setôra!!
- O quê?
- Adivinhe!!!
- Não sei!
- A inclina gostou tanto da casa nova, que lhe passou a raiva. Arranjou um emprego novo e ficou na mesma a viver connosco.
- Eu sempre me dei bem com vocês. Já estou habituada... E, portanto, fico aqui.
- Não é engraçado, setôra?
- Bem, engraçado...eu... pois, é muito engraçado!

segunda-feira, agosto 03, 2009

Zu

- Olá! Como é que você se chama?
- .............
- O seu nome normal, quero dizer.
- Zu.
- Olá Zu.
- Olá. O que é que tu queres?
- Não quero nada, só estou a ver.
- Não queres nada? Para que é que vieste aqui?
- Para ver. Pode ser que escolha alguma coisa, depois.
- Essa tem uma tampa. Tira-se assim. Tem os dedos assim. Quer dizer que tem os olhos fechados assim.
- Ai sim? Pensei que era o Buda.
- Não, é uma chinesa.
- Ah! Uma deusa...
- Se ela tivesse os dedos assim, queria dizer que tinha os olhos abertos. Assim.
- Em que ano é que você anda a estudar?
- Na escola primária!
- Está a correr bem?
- A escola corre muito mal. Muito mal!
- Ai sim? Mas você fala bem português...
- Eu falo português mal.
- Porque é que a escola corre mal?
- Eu vomito a escola.
- Ai sim? E que mais?
- Dói barriga. Muiiiito! Assim. Aqui. Dói muito!
- Zu, você tem medo da sua professora?
- Eu tenho medo. Muiiiiiito! Eu tenho medo da professora. Muiiiiiito!
- Zu, então é por isso que lhe dói a barriga. E que vomita. É por ter muito medo da sua professora.
- Não!
- Sim!
- Porquê?
- Quando a gente tem muito medo, dói a barriga.
- E vomita?
- Se tiver muito medo, vomita.
- Ah!
- Zu, porque é que você tem tanto medo da sua professora?
- Ela bate. Ela levanta a saia e bate com a régua. Muito!
- Ah! Ela bate em todas as raparigas?
- Não. Só bate quando se portam mal.
- Ó Zu! Você porta-se mal?!!!
- Só às vezes.
- Às vezes o que é que você faz?
- Às vezes eu vomito a escola. E às vezes eu falo português mal.

Terra Imunda! Até enjoa andar aqui.

- Zu, qual é a sua escola?
- Alcântara.
- A sua mãe tem de ir falar com a sua professora. Tem de lhe dizer que não lhe bata. Ou mudá-la de escola. Diga-lhe isso, porque a sua mãe não percebe o que eu lhe digo. E para o ano vai correr bem, a escola.

[Escrito e postado dois anos depois, Setembro de 2011]: Não comprei nada. Procurei dar alguma coisa, mas não creio ter dado nada.
A Zu voltou para a China, foi viver com os avós. E como pode ser difícil, mesmo impossível, a educação na China! Agora a mãe já fala português e explica-me isto. Não se dava aqui em Portugal...

Qual terá sido a  avaliação desta professora, que espancava a Zu por, alegadamente, não falar corretamente português?? Imagino que boa, até deve ser mesmo a diretora! Com a tradição de autoritarismo que temos tido...

segunda-feira, julho 14, 2008

Jardim. Ah ah ah!

- Qual é a sua terra?
- Bulgária.
- Gosta de estar aqui?
- Gosta muito. Portugal gosta muito. Vou ficar aqui para sempre!
- Gosta deste calor?
- Gosta muito deste calor. Muito, muito. Que bom.
- Na Bulgária está mais frio...
- Eu vive aqui há sete anos. Não sabe falar porque não tem tempo para falar.
Fui à Bulgária. Ui que frio! Nunca mais cá venho.
- E quando veio para cá, foi fácil arranjar emprego?
- Não. Difícil. Difícil. Muito difícil... eu não sabia falar.
- Como foi?
- Eu vim só com uma mochilinha com roupa e com uma desta (aponta para os chinelos).
Só vim ver se gosta da terra.
- E depois?
- Pessoas boas ajudam imigrantes. Em Santa Apolónia dão comida e roupa. Tem comida e roupa, não precisa mais nada. Eu fiquei.
- Comida, roupa e cama...
- Cama não Ah ah!
- Cama não?
- Cama não. Ah ah ah!
- Então onde dormia?
- Jardim. Ah ah ah ah!
- Você dormia no jardim? Uma mulher sozinha a dormir no jardim? Aqui em Lisboa?!
- Sim. Senhora boa parou carro, abriu o porta e fez sinal para eu entrar, assim.
- Você entrou?
- Não. Eu aponta para eu e diz: Cheira mal. Chuja.
- E a senhora boa?
- Senhora boa abriu porta e diz: entra. E eu pensa: onde me quer levar esta mulher?
- E aonde foram?
- A casa dela. Deu-me banho. Lavou-me os dentes. Fez gesto - trabalhar. Eu apontei boca: não sabe falar. Senhora fez gesto assim (passar a ferro). Eu diz: sim.
- Ficou a viver em casa dela?
- Eu disse: não quero viver na tua casa. Senhora boa apresentou-me mulher da Bulgária. E ela disse: ficas aqui. Não tens dinheiro, não pagas. Trabalhas, passas a ferro, ganhas dinheiro. Pagas.
- Há aqui pouca gente da Bulgária.
- Cinquenta mil. Agora há menos.
- Foram-se embora.
- Agora Portugal tudo caro. Eu não. Trabalha muito. Hoje lavei restaurante. Amanhã Domingo trabalha. Ganha bem. Vive bem. Fica em Portugal para sempre. Minha terra.

sexta-feira, agosto 03, 2007

A senhora, se calhar...

A senhora, se calhar, nunca andou à porrada e se calhar até pensa que tem medo de andar à porrada.
Mas eu já andei muito à porrada. E a senhora, se andar à porrada é muito capaz de não ter medo nenhum.
Isso a senhora só sabe depois de andar à perrada. Ele dá cá uns nervos que a gente, a gente vai tudo à nossa frente.
Eu fui criada no Casal e a gente no Casal aprende muita coisa. Mas agora o Casal já não existe. Foi abaixo! Agora são só as casas modernas...
- Sabe a senhora? Isto são lutas de rua. Estas pessoas aprendem estas coisas nas lutas de rua. Começam logo quando são crianças, imagine!
- Eu já há muitos anos que não ando à porrada, mas... (sorriso extasiado)
- Confesse que tem saudades!
- Eu confesso que tenho saudades!
- Sabe, esta gente é assim. são as lutas de rua... aprendem tudo nas lutas de rua...
- Algumas mulheres são lixadas!
- Eu já andei à perrada com cinco!
- É verdade , é... é muito capaz de ser verdade!
- Eu andei à perrada com aquela gorda, chamavam-lhe a rainha do Casal. Toda a gente tinha medo dela. Foi ela e mais quatro!
Eu fui-me a ela e a mais quatro. E esfarrapei-a toda. Até lhe pus as ________ [os seios] à mostra. E depois o meu vizinho disse-me assim:
- Olha que tu és lixada! Esfarrapastes a Rainha do Casal toda. E até lhe pusestes as ________ à mostra e tudo!
- Não, sabe a senhora, algumas mulheres à perrada são lixadas! Piores do que nós, os homens. A senhora nunca andou à perrada, pois não? É que isso nota-se. Vê-se logo.
- Eu, o meu marido deu-me tanta porrada! Que eu tinha medo dele, eu tinha medo, terror, respeito, entende a senhora?
E um dia, logo pela manhã, o meu marido disse-me assim:- Olha que eu dou-te um murro! Ainda estava eu deitada na cama e ele disse-me assim: Olha que eu dou-te um murro! Ouvistes?
E eu, que já estava farta de apanhar perrada, eu disse-lhe assim:
- Então anda cá dar-me o murro!
E ele veio para mim e eu dei-lhe tanta porrada, tanta, tanta, tanta, que ele queria sair pela janela, por aquela janela ali, vê a senhora, que é onde eu moro, que é para onde eu fui morar quando saí do Casal.
Imagine a Senhora que ele até teve que ir Morgue.
- Morgue? Morreu?!
- Não, o que ela quer dizer é que o marido teve que ir ao Instituto de Medicina Legal para analisar os ferimentos. É assim que se faz, quando há agressão física, entende?
- Entende a Senhora, ele fez queixa de mim à guarda e queria-me meter na cadeia. Mas eu não fui.
- Ele há mulheres que são lixadas!
- Por exemplo, eu que lutei no boxe, eu digo-lhe a si: - Ele há mulheres que são lixadas! Por exemplo, alguns homens, se virem três, um contra três, acobardam-se. Mas algumas mulheres não, se virem três mulheres não se acobardam!
- São lixadas!
- E eu fui sozinha contra cinco, que era a rainha do Casal, mais a mãe e as duas irmãs e mais a filha! E não tive medo, saiba a senhora. Deu-me uns nervos!!!!!
- Então e depois, o seu marido nunca mais lhe bateu?
- Ele às vezes batia-me, que os homens quando têm amantes batem nas mulheres. Quer-se dezer, alguns têm amantes e batem nas mulheres. Que alguns têm amantes e não batem nas mulheres. É conforme a maneira de ser. Está a ver a senhora?
- Pois, eu, por exemplo, como fui do boxe, eu se der um murro num, mato um. Eu sou muito calmo. Quando há algum problema eu sou o mais calmo. Olhe aqui. Apalpe aqui a senhora este músculo: vê? Isto é pedra. Se me derem aqui um murro não dói nada. Ora dê-me aqui um murro! A sério! Dê! Com força! Com mais força! Eu aguento, não dói nada! Mas há mulheres que são lixadas!
- Que eu agora, sabe a senhora, com este marido, este marido que eu tenho agora, eu às vezes dou-lhe perrada!
- Ai sim?! Você a ele?
- Pois. São os nervos. E ele só me diz assim: ele agarra-me e diz-me assim:
- Está queta! És meluca!?
- Há mulheres que são lexadas!
- Eu uma vez peguei numa faca assim deste tamanho e fui para ele... E ele dizia:
- Está queta!! És meluca!?
Que é muito perigoso, sabe a Senhora? É um perigo, pegar a gente assim numa faca deste tamanho, mas a gente...´São os nervos...
- Há algumas mulheres que são lexadas! Saiba a Senhora!
- Ora ponha aqui a mão na minha barriga! eu nem tenho barriga, vê? Dê-me um murro aqui na minha barriga! Com força! Com mais força! Eu, como sou do boxe, eu a mim não me dói nada!
- Está a ver a senhora?


(Este  diálogo passou-se num café, não longe do extinto Casal Ventoso, referido como "Casal". 
São intervenientes no diálogo: a Nadinha, que quase não fala porque é uma pessoa discreta e observadora, uma senhora que gosta de andar à porrada, o senhor dono do café e um senhor que foi pugilista e que até ganhou medalhas de pugilismo. Tentar adivinhar de quem são as falas.)

quarta-feira, julho 18, 2007

Yá! Tá-se bem, meu

Tenho escrito aqui uns posts sobre a preguiça nacional, mas esses posts foram procurados e encontrados por pessoas que não procuravam nada disso. A Juanolla aconselhou-me até a escrever um post sobre pesquisa incríveis que trazem as pessoas aqui. Lá iremos.


E aqui vai:




- Ó mãe, traz-me um pedaço grande de pizza e uma coca-cola!
- Pede à mãe que também traga para mim um pedaço grande de pizza e uma coca-cola.
- Pede tu!
- Acho aborrecido falar tão alto.
- Fala baixo!
- E se falar baixo ela não ouve, porque a nossa televisão está com o som muito alto e a dela também!
- Fala no telemóvel
- Chega-me o telemóvel
- Ai eu não acredito! Tu só tens que estender o braço para pegar nele e queres que eu me levante do sofá para to chegar!
- Está, mãe? Traz-me um pedaço grande de pizza e uma coca-cola grande. Tá-se bem?
- Olha lá! Então tu chumbaste outra vez este ano e tu ainda tens a lata de mandares em mim? Traz-me um pedaço grande de pizza e uma coca-cola das grandes? Olha que porra! querias?!
- Ó mãe, eu não mandei em ti, eu disse "Tá-se?"
- "Tá-se?" E tu, que estás aí a falar no telemóvel e a gastar dinheiro? Não podes ir à cozinha, ou vir aqui ao meu quarto, ou mandar um berro como faz a tua irmã?
- É que a televisão está muito alto e os phones da música também...
- Então se estão muito alto, põe-nos mais baixo, olha que porra! Seu preguiçoso! E os vizinhos que estão fartos de resmungar que não conseguem dormir porque a música está muito alto e a televisão também!
- Tá-se...
- Tá-ser muito bem aí deitado no sofá, não é? E a moura que alombe!
- Também não exagere! A mãe também tá deitada na cama e é de dia...


etc.,


Filhos: o que diria o nosso rei Afonso Henriques, o fundador da pátria, se ouvisse ou lesse isto? Que a preguiça é hoje a característica principal dos jovens mancebos lusos? E das mães? (O pai não estava em casa).
Felizmente, creio que não sabia ler, como era normal à época. E espero bem que ainda não tenha aprendido, para não ler isto e não dar voltas no túmulo escandalizado com estes descendentes lusitanos! E com as mães! (O pai estava no futebol).

quinta-feira, setembro 28, 2006

Marqueting para pedintes

Agora os pedintes já têm técnicas de marqueting.
- Boa tarde. Eu não lhe vou pedir nada.
- Hmmm.
- Posso-lhe só fazer uma pergunta?
- Hmmm.
- Pode-me só dar uma ajudinha?
- Nnnn.
- Boa tarde e obrigado.
Não levou nada, mas também não perdeu a freguesa.