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quarta-feira, julho 24, 2019

Amores e Viagens de Pedro Manuel, de Joaquim Paço d'Arcos

Como era bela e pura, Nagasaky, por volta de 1930... Pouco antes de ser bombardeada.
O "monstro de aço" mencionado era o paquete em que viajava o narrador.

Do livro, talvez pouco conhecido, mas muito interessante Amores e Viagens de Pedro Manuel, de Joaquim Paço d'Arcos. Um belo exemplar de literatura de viagens.








terça-feira, junho 28, 2011

Manuscrito Encontrado em Saragoça

É um estranho livro. Na Linha do Decameron, de Bocaccio, Heptameron, de Margarita de Navarra, ou mesmo das Mil e Uma Noites, conta "inúmeras" histórias. A trama é aqui ainda mais intricada, porque, a certa altura, esquecemo-nos de quem conta a história de quem... 


Enfim, às vezes não percebemos nada, mas tudo bem!


Nos três livros referidos, Decameron, Heptameron  e Mil e Uma Noites, os narradores estão sentados, identificados e contam uma quantidade de histórias que tem significado numérico e talvez cabalístico. No primeiro caso, dez vezes dez (dez dias, dez pessoas), no segundo, sete vezes sete (sete dias, sete pessoas), no terceiro talvez mil e uma...
No Manuscrito Encontrado em Saragoça, trata-se de 66 jornadas, mas é tudo muito mais complicado.
As personagens narradoras não estão sentadas e identificadas, mas sim em viagem. Uma viagem muito atribulada, que as leva sempre, no seu termo, para o mesmo lugar, a estalagem de "Venta Quemada", junto da forca onde estão suspensos os dois irmãos enforcados.


Venta Quemada tanto pode ser um lugar ermo e em ruínas como uma espécie de hotel cinco estrelas de luxo asiático, variando dum extremo ao outro, sem excluir nenhum. Há só um problema estranho: depois de adormecerem numa luxuosa Venta Quemada, com sonhos ou práticas eróticas com umas mulheres que são dois diabos, os homens acordam entre os dois enforcados...
Cenas dos próximos capítulos...
Há também um filme de culto baseado no romance... Ver Aqui abaixo, dobrado em Espanhol.





Este post está em atualização, porque só agora acabei de ler o primeiro volume de dois. Volte a consultar. Compre o livro, leia-o nas férias, comente aqui, se quiser.


Manuscrito Encontrado em SaragoçaJan Potocki (1761-1815)

sábado, abril 17, 2010

100 anos


Nem de propósito, no dia do meu aniversário, descubro no Facebook uma mulher que, aos 100 anos, renovou o passaporte para o caso de lhe apetecer partir outra vez à aventura. E porque não, diremos nós?
Não é que eu tenha depressões com a idade, mas se tivesse...
É uma grande exploradora, do século XX e creio até que já li um livro dela, sobre uma viagem ao Tibete.
Desse livro guardei sobretudo a recordação da imundície que refere constantemente, dentro das casas onde dormiu e que me parece ser, hoje em dia, o principal obstáculo às viagens assim.
Conheci recentemente uma jovem francesa que fez uma viagem à Índia como todo o mundo gostaria de fazer, a não ser as dondocas que não podem viajar a não ser em hotéis de 5 estrelas, como conheço algumas. Perguntei-lhe se não teve problemas com a higiene: sim, esse era exactamente o principal problema: andou a vomitar sangue muito tempo, sobretudo enquanto andou por lá, mas acha que depois disso se tornou resistente às doenças.
Mas é claro que o livro é muito interessante, passado numa época antiga e que parece mais antiga ainda, como se estivéssemos quase no princípio dos tempos. Um exotismo que quase já não existe em lado nenhum.

e Aqui:

End of story: morreu aos 101 anos, em 1969. A esperança de vida era, então, bem inferior à de hoje.
A fotografia é interessante: não está nos olhos dela o desejo de fazer grandes e diferentes coisas? No entanto, seria talvez normal que acabasse por fazer apenas o mesmo que fazem todos...

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

"O Viajante Cego" ou o Triunfo da Vontade

Ando a ler vários livros, mas sobretudo um que é fantástico.
É a história verídica, direi mesmo biográfica, de um dos maiores viajantes de todos os tempo.
Mas este era cego, ou melhor, ficou cego a certa altura. E continuou a viajar sozinho pelo mundo inteiro, usando meios baratos, pois não era rico, usando os meios baratos dos autóctones. É espantoso como é possível ultrapassar as limitações, todas as limitações, até porque Holman, como se chamava o viajante, tinha também graves problemas de ossos e articulações.
O livro está escrito como um romance histórico / reportagem, citando muitas vezes o O Viajante Cego, que também foi escritor e investigador, no seu tempo.

Sobretudo, sendo baseado na realidade, este livro mostra-nos triunfo da vontade sobre todas as limitações, interiores ou exteriores, pois também teve muitos obstáculos postos pela sociedade da época, sendo talvez um dos primeiros o não acreditarem que um cego pudesse fazer tudo aquilo que pretendia fazer. E não era cego de nascença, era alguém que viu bem até certa altura e que cegou repentinamente, tendo de se habituar a viver sem luz.
Ah, e era marinheiro.

Fica o desejo de ler os relatos originais, que tinham ficado esquecidos... este livro deixa um certo sabor a pouco, é pouco interessante no aspecto literário. Esperava encontrar impressões inventadas / sugeridas por alguém que sabe escrever bem, melhor do que o protagonista, talvez...