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domingo, dezembro 30, 2012

"E outra vez conquistemos a Distância"

Num dos seus mais belos poemas sobre Portugal, Fernando Pessoa exprime a ideia de que, para reanimar o esforço do país, sejam necessárias a desgraça ou a ânsia. E é isso mesmo que pede a Deus, nesse poema em forma de oração, de nome "Prece".

O desconforto pode fazer-nos reagir e resolver os nossos problemas, que são muitos: desde a corrupção, ao nepotismo (também chamado compadrio), que é outra forma de corrupção, à promoção da mediocridade, ao vício do poder e equivalente desejo de ser adulado (como se todos os portugueses que têm algum poder necessitassem constantemente de ouvir dizer que são belos, bons, elegantes, simpáticos, etc., sentindo-se muito mal com todas as críticas), sem falar em todos os outros problemas, decorrentes quase todos desses vícios do poder de uns e do conformismo dos outros.

Parece-me que a única mensagem possível de bom ano novo para 2013, ano que até inclui um número pouco auspicioso e que pouco ou nada promete, seja recordar esse poema.

E fazer o mesmo voto final:

"E outra vez conquistemos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Alvarenga





Alvarenga é uma grande aldeia, freguesia do concelho de Arouca.

Tornou-se conhecida pelos bifes, muito suculentos, de vitela arouquesa com 8 meses. Tem enormes restaurantes para forasteiros, sendo o mais conhecido o Caetano, que começou como pequena tasquinha, em que se fazia fila para entrar.
A outra atração de Alvarenga é a paisagem. Parece um presépio, iluminada, aqui e ali, ao fundo das colinas, pelos reflexos das águas do rio Paiva, afluente do Douro.
Este pequeno rio, de águas selvagens, é muito procurado para um desporto chamado rafting.

(Bem, na verdade, Alvarenga já foi promovida a vila, embora pareça uma aldeia)

domingo, dezembro 23, 2012

Gare de São Bento








Tem azulejos ilustrativos da dramática e sisuda história de Portugal, aligeirados com uns mais leves sobre costumes das regiões.

Grande Hotel de Paris, no Porto









Como perdi o comboio Alfa Lisboa - Porto das 14 horas, vi-me obrigada a fazer turismo numa cidade onde já vivi.
Para não incomodar amigos e parentes e porque queria conhecer este hotel, reservei um quarto pela Internet, através do booking.com, já no Porto. 41 euros incluindo um delicioso pequeno almoço.
O Hotel fez 135 anos no mês passado, conserva vestígios do passado esplendor, para além da simpatia e informalidade da "tripulação" e dos clientes.
Tem pequenos inconvenientes decorrentes de ser um hotel antigo, mas um grande charme por isso mesmo. É o chamado "hotel de charme".

Fez-me lembrar um belo hotel, em Veneza, onde fiquei: Hotel São Moisés, que tinha até um cais  porta, onde se podia apanhar táxis aquáticos e gôndolas.

O entusiasmo, a carinho e até mesmo a gratidão dos hóspedes, pode ver-se no livro de visitas.

sexta-feira, setembro 28, 2012

Portugal e o mar

""Olhamos para Portugal e dizemos: é um país pequeno, pobre e periférico. É verdade, se retirarmos o mar. Mas se olharmos Portugal com mar, estamos a falar de um dos maiores países do mundo. Não da Europa. Do mundo. Temos quase quatro milhões de quilómetros quadrados em água, com riquezas fabulosas, à superfície e no fundo." É a visão de Poças Esteves."

VER AQUI

sexta-feira, junho 22, 2012

domingo, março 04, 2012

Portugal visto de fora



"Se hoje, três homens, os da troika, têm mais força que o Parlamento português, é porque uma maioria de cidadãos portugueses assim o permitiu. Nesses países do Sul europeu, de raiz católica, onde as pessoas parecem ter medo do poder. Onde o poder está associado à ideia do divino, do bem, do inquestionável. É assim que pensa Luis Sepúlveda."


OU 


"Patagónia, feita de gente não resignada, de gente que nunca se declara vencida, de gente que nunca se sente derrotada. Diferente das gentes da Europa que, habituadas a uma riqueza súbita e pouco questionada, caem agora, estupefactas, e resignadas." 


VER AQUI


Aqui está um texto bom para refletirmos.

segunda-feira, outubro 17, 2011

Mafra - tudo em grande, como agora





Quando D. João V encomendou um daqueles enormes carrilhões, os mensageiros vieram contar que os fabricantes tinham dito: "o vosso rei não tem dinheiro e portanto, não tem prestígio". Como resposta a esta afronta, o monarca decidiu então encomendar, não um, como tinha previsto inicialmente, mas dois carrilhões. 
Não havia dinheiro, mas tudo bem... o povo que pagasse... e depois apareceu o ouro do Brasil... pode ser que nos apareça petróleo...

quarta-feira, julho 06, 2011

Viva a Maria da Fonte



Contra as agências de rating


"É avante portugueses
É avante sem Temer
Pela Santa Liberdade
triunfar ou perecer"

sábado, abril 09, 2011

Abstenção não, por favor!

E se os políticos fizessem o que têm a fazer e nos deixassem a nós a fazermos o que temos a fazer?
Por mim, tenho lutado por aquilo em que acredito, sem ligação a nenhum partido, mas gostaria de ter paz e sossego.
Vantagens dos 6 anos de governação de José Sócrates Pinto ( Sousa não, que eu ainda sou Sousa, não por ser chique, mas por causa do Rio Sousa - Nadinha Sousa):
- A legalização do aborto e do casamento homossexual - duas inovações da esquerda e da modernidade, que aprovo pois sou mesmo de esquerda, duas inovações sem as quais todos nós passávamos muito bem.
Desvantagens dos 6 anos de governação de José Sócrates Pinto ( Sousa não, que eu ainda sou Sousa, não por ser chique, mas por causa do Rio Sousa - Nadinha Sousa):
- *.* (Asterisco ponto asterisco: em linguagem informática quer dizer: tudo. Tudo mesmo). A título de exemplo:
- Gastou / Estourou o que temos e mais o que não temos.
- As políticas de direita ( com as quais os de direita não concordam, ao que parece).
- A submissão aos interesses económicos e financeiros dos bancos e quejandos.
- A legalização da corrupção ( o Boy da PT ganhou legalmente 4 milhões de Euros; um meu amigo estrangeiro pergunta-me no Facebook se a criatura está em liberdade. Qual é a resposta? Sim. Porquê? Ou melhor: porque não? Existe alguma lei que me proíba de ganhar balúrdios?)
- A ideia de que os outros políticos são tão incompetentes e tão corruptos como a criatura, o que leva muitas pessoas a absterem-se nas eleições.
- O inaudito descaramento, que leva jornalistas e adversários a calarem-se por pudor e por boa educação, 
em vez de acusarem a criatura de estar a mentir.
- A vergonha que fez corar ao rubro muitos portugas, que se consideravam até então orgulhosos de serem portugueses.
- Até mesmo aqueles que exageravam e que se consideravam superiores por serem brancos e que estão, talvez, sujeitos ao espírito de denegação: os brasileiros, maioritariamente escuros e os timorenses, maioritariamente pardos, estão a pensar ajudar-nos. E a verdade é que nós nunca fomos assim tão brancos...


Aguardamos o próximo prémio Nobel da Literatura (ganho por uma só pessoa) ou a vitória no próximo campeonato mundial de futebol (talvez do Porto ou do Benfica) para recuperarmos a ideia de que somos...
Somos o quê?
Não ouvi:
Somos o quê?
Somos, talvez, aqueles que elegem as criaturas que nos lixam ( a começar por um F)...
Somos demasiado "bem educados": afinal, todos nós desejamos ser tios e tias de Cascais, não é? E os tios são tão bem educados...


Sugestão / Proposta: e se votássemos nos outros partidos? 
Abstenção é que não, por favor!

quinta-feira, março 03, 2011

O Estado da Nação: O Passado e o Presente

Lembro-me de que, quando eu era católica praticante (até aos 18 anos), costumávamos rezar para que os pobres fossem menos pobres. Pedíamos também que fossem para o Céu a almas que estavam no Purgatório. Nunca pedíamos que fossem para o Céu as almas que estavam no Inferno, porque isso era considerado impossível. Mesmo que fossem nossos parentes muito amados ou nossos amigos próximos (nessa época ainda não havia o Facebook, nem os amigos virtuais). Não nos passava pela cabeça que Deus, que tudo podia, pudesse alterar a ordem das coisas.
Tentávamos que os muito pobre(zinhos) jantassem com alguma abundância na noite de Natal. Desde que tudo voltasse à normalidade no dia 26 de Dezembro, em que os ricos se destacavam pela riqueza, nós comeríamos com abundância (quero dizer: de comida) e os pobres sonhavam com o próximo jantar de Natal, em que voltariam a comer, se Deus quisesse, e nesse caso, graças à Sra. Dona Fulana de tal, que é tão boa pessoa, muitas batatas e uma lasquinha de bacalhau, regados com um fiozinho de azeite da terra...


Tenho a impressão de que agora os pobrezinhos somos nós e que o festim do azeite e da terra passou para outras andanças: políticos e outra gentalha pouco recomendável. Todos ligados à política e todos a comer à nossa custa.


Nessa época nós costumávamos desejar uns aos outros um bom Natal, uma boa consoada, uma boa Páscoa e até mesmo um Feliz ano Novo. Isto era o máximo que desejávamos: um ano inteiro de grande felicidade. Reservar-nos-íamos o direito de nos inconciliarmos com a criatura, a certa altura, e de lhe reservarmos um tempo péssimo a partir de Janeiro do ano seguinte.


Fiquei banzada por uma muçulmana que conheci em Marrocos me ter desejado uma vida longa e feliz. Longa e Feliz?!!! Não é só por uma dia, por um mês, por um ano? E se eu desiludir? Mesmo assim? Porquê? Alguém me ama assim tanto, alguém ama assim tanto a humanidade? Posso desejar uma longa e feliz vida a quem me trama a vida?


Agora sou budista. Os meus votos são assim:
May all living creatures be free and happy.
Tradução: possam todas as criaturas vivas serem livres e felizes.
Mas hesitei ao escrever a frase em inglês. A que li foi: May all beings be free and happy. 
Tradução: possam todos os seres serem livres e felizes!


Pergunta: para sempre? É que esse pormenor não é referido. E depois, há outros pormenores. Se peço ou desejo que todos os seres vivos sejam livres e felizes, estou a esquecer os mortos. Não desejo que os mortos sejam livres e felizes? 
Mas se escrevo todos os  seres vivos: não estou a esquecer o mar, por exemplo? Não quero que o mar seja livre e feliz?


Então, talvez seja assim: como os budistas são normalmente pobres, podem dar-se ao luxo de desejar o mesmo para todos e para sempre:


Possam todos os seres serem livres e felizes para sempre!



terça-feira, dezembro 28, 2010

Coisas que nunca deverão mudar em Portugal

Para variar das críticas e lamentações, aqui vai uma crónica do Expresso, feita pelo embaixador de Inglaterra. 

Coisas que nunca deverão mudar em Portugal: http://aeiou.expresso.pt/um-bife-mal-passado=s24971 CLICAR

1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.  
 
2. O lugar central da comida na vida diária.  O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família. 
 
3. A variedade da paisagem.  Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies  do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior. 
 
4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX. 
 
5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente. 
 
6. A inocência.   É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência. 
 
7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista. 
 
8.  As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa. 
 
9.  A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado,  e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.       
    
10.  Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho. 
 
Então,  terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Retrato de Portugal por Eça de Queirós

  "- Pois eu tenho estudado muito o nosso amigo Gonçalo Mondes. E sabem vocês, sabe o senhor Padre Soeiro quem ele me lembra?
     - Quem?

    - Talvez se riam. Mas eu sustento a semelhança. Aquele todo de Gonçalo, a franqueza, a doçura, a bondade, a imensa bondade, que notou o senhor Padre Soeiro... Os fogachos e entusiasmos, que acabam logo em fumo, e juntamente muita persistência, muito aferro quando se fila à sua idéia. A generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios, sentimentos de muita honra, uns escrúpulos quase pueris, não verdade?... A imaginação que o leva sempre a exagerar até à mentira, e ao mesmo tempo um espírito prático, sempre atento à realidade útil. A viveza, a facilidade em compreender, em apanhar... A esperança constante nalgum milagre, no velho milagre de Ourique, que sanará todas as dificuldades... A vaidade, o gosto de se arrebicar, de luzir, e uma simplicidade tão grande, que dá na rua o braço a um mendigo... Um fundo de melancolia, apesar de tão palrador, tão sociável. A desconfiança terrível de si mesmo que o acobarda, o encolhe, até que um dia se decide, e aparece um herói, que tudo arrasa... Até aquela antigüidade de raça, aqui pegada à sua velha torre, há mil anos... Até agora aquele arranque para a África... Assim todo completo, com o bem, com o mal, sabem vocês quem ele me lembra?
    -  Quem?...
    -  Portugal."

                                                                 in A Ilustre Casa de Ramires, Eça de Queirós

quarta-feira, outubro 06, 2010

República Escaçumelada

Não tenho muita paciência para comemorações históricas, mas ainda bem que vi esta na televisão, para ouvir a feroz crítica que fez o Presidente da Comissão das Comemorações  do Centenário da República
aos actuais políticos, considerando que está em causa a democracia e a dignidade de Portugal.
Mas ninguém comentou este comentário, ao contrário das banalidades ditas pelo PR e que se comentam à exaustão. Areia para os olhos. Imagino que fosse coincidência mas, no melhor da festa, o meu televisor ficou com a imagem preta e não ouvi uma parte do discurso do Presidente da Comissão das Comemorações  do Centenário da República. Foi um não acontecimento, ao que parece. Ninguém o ouviu. Comparou os conturbados tempos da República ao tempo actual, de clientelismo político, falta de transparência democrática, corrupção, etc. E pediu ao PR que acabasse com isso, o qual fez ouvidos moucos.


O discurso do Primeiro-Ministro, depois deste, teve um tom perfeitamente retórico e ridículo, até porque ele e o Presidente da República  ficaram escaçumelados * ao ouvir as críticas, numa ocasião em que só se esperam elogios de uma criatura domesticada, que é suposto estar muito feliz e orgulhosa por estar rodeada de gente tão importante.


Gostei da opinião do Louçã, mais ou menos assim (cito de cor): 
Não precisamos de consensos porque foram os consensos que destruíram o país
Não devemos ser fortes contra os fracos e fracos contra os fortes como temos sido
Não se enriquece Portugal empobrecendo os portugueses.


Ao ver a solenidade dos discursos, ocorreu-me uma situação em que não pude deixar de rir à gargalhada: recentemente entrei num café para tomar um café e estava uma personagem do chamado "povão" a dizer:
"Amanhã, o Presidente da República vai receber, no Palácio de S. Bento, o Primeiro-Ministro e o Líder da Oposição. Por mim, haviam de estar os três presos na cadeia".
Dias depois, um taxista disse-me o mesmo.


Dá-me vontade de rir este contraste: estão a exibir-se para o Povo Português com grande solenidade e o Povo Português vê-os como o "Inimigo Público Número Um". Ou Dois e Três. Ou Quatro e Cinco.


Para quando uma nova revolução Republicana?
Não sou monárquica, mas República quer dizer Res Publica, em latim, ou seja, Coisa Pública em português.


A Coisa Pública está a ser abocanhada pelas figuras públicas
Precisamos de implantar outra vez a Res Pública


* Escaçumelado: expressão nortenha muito gira para dizer triste, atarantado, chateado, desorientado, tudo isto junto.
Por exemplo: República Escaçumelada

terça-feira, outubro 05, 2010

100 Anos de República e alguns de Farinha Amparo


Partilho aqui um vídeo do Farinha Amparo, um dos Blogues preferidos deste.

Uma visão iconoclasta da República, mais de acordo com o que todos pensamos, se calhar... a respeito de diversos passos da nossa história.