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segunda-feira, novembro 29, 2021

Praias de vidro, ou o lixo transformado em beleza pelo mar


 


A primeira destas praias (duas primeiras fotos) fica na Sibéria, perto de Vladivostok, a segunda (terceira foto) fica na California.

Ambas resultam da transformação que o mar fez a resíduos de vidro e cerâmica que as fábricas lançaram nas imediações.

Nem tudo se perde, afinal.


Estas praias são designadas em ingles por Glass Beach e há mais aqui. Há muitas.

Clicar neste link


quarta-feira, dezembro 30, 2015

Um poema de Baudelaire

L'Homme et la mer
Homme libre, toujours tu chériras la mer!
La mer est ton miroir; tu contemples ton âme
Dans le déroulement infini de sa lame,
Et ton esprit n'est pas un gouffre moins amer.
Tu te plais à plonger au sein de ton image;
Tu l'embrasses des yeux et des bras, et ton coeur
Se distrait quelquefois de sa propre rumeur
Au bruit de cette plainte indomptable et sauvage.
Vous êtes tous les deux ténébreux et discrets:
Homme, nul n'a sondé le fond de tes abîmes;
Ô mer, nul ne connaît tes richesses intimes,
Tant vous êtes jaloux de garder vos secrets!
Et cependant voilà des siècles innombrables
Que vous vous combattez sans pitié ni remords,
Tellement vous aimez le carnage et la mort,
Ô lutteurs éternels, ô frères implacables!
— Charles Baudelaire

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Sorolla: o mar e a cor branca












Pintor espanhol de inícios do Sec. XX, a sua obra reflete o mar, os pescadores, a natureza, incluindo a humana, visualizada em termos plásticos e a cor branca, que domina todas as outras.

É conhecido como "O Pintor da Luz"

VER AQUI: Joaquimn SOROLLA

sábado, setembro 20, 2014

Boa noite de sábado na terra



Boa noite de sábado para os meus amigos e amigas: é fácil, basta saber que não estamos a afundar-nos
que debaixo da nossa cama não há tubarões... 
só não entende isto quem nunca navegou pelos mares.


quarta-feira, setembro 03, 2014

Cinema americano sobre emigrantes portugueses na América

Cinema americano sobre emigrantes portugueses (sobretudo açorianos) na América: por que razão não o conhecemos?

Baseiam-se na aventura marítima destes destemidos portugueses, que impressionaram América.

Sobre os emigrantes açorianos com Spencer Tracy, o filme Captain Courageous.







Filme completo AQUI

Ou este, intitulado Tiger Shark, baseado na vida de Mark Mascarenhas.





sexta-feira, agosto 16, 2013

Navegar, claro.





Porto de Eminonu, no Corno de Ouro, dentro do Estreito de Bósforo. Tem grande agitação por causa dos pequenos cruzeiros e por ser um sítio de comércio, junto do Mercado das Especiarias.

Ao lado, a ponte de Galata, muito frequentada e vivida, tendo por baixo vários restaurantes.

Tal como na Índia, as atrações turísticas da Turquia não são para "inglês ver", salvo raras exceções, mas sim autênticas peculiaridades, decorrentes de uma cultura diferente e misteriosa. A descobrir.

quinta-feira, agosto 15, 2013

A Torre de Galata






Como a visita acabava cedo, o Sinar, (ou será Sinai ?) aconselhou-me a ir depois disso à torre de Galata, por mim, e uma vez que eu não quis que me trouxessem ao hotel, desde o Grande Mercado, à torre de Galata, para ter uma visão panorâmica e pra ver, pelo caminho, o Corno de Ouro, a parte do mar que se vê na foto.
Aqui há uns elétricos muito bons e muito rápidos, outra coisa que deveríamos imitar e ele fez-me uma lista pormenorizada das paragens onde devia entrar e sair, hoje e amanhã. Muito simpático. Aconselha-mea  evitar os taxistas, porque tentam explorar os turistas. O condutor da carrinha, em quem eu confesso que não tinha reparado, ofereceu-me um objeto, a chaminé das fadas da Capadócia, que é a terra dele. Pareceu-me uma maneira simpática de se fazer a uma boa gorjeta, mas fiquei envergonhada de ter pensado isso: não aceitou nada.


O que o Sinar não me disse foi que para chegar até à torre tinha de subir  a pé muitas ruas a pique, algumas com escadas e ainda muitas escadas dentro da torre (para além do elevador). Lá em cima tem só uma varandinha estreita a toda  a volta da torre redonda, imprópria para quem tiver vertigens, pois ficamos quase em cima do abismo. Ah, e um café.

À ida para baixo, perdi-me de tal maneira que tive de voltar a subir imenso. É que há um bairro inteiro com lojas de ferragens e maquinarias. Deve ser o paraíso de qualquer mecânico, mas, quando me parecia que já tinha passado naquela rua, havia mais cinco ou seis ruas iguais àquela, todas a vender apenas torneiras, ou peças, ou alicates... também nunca vi nada assim.

O nome Torre de Galata é fácil de fixar, por causa do clube de futebol Galata Zarai, que tem bandeiras por tudo quanto é sítio.




Imagens da Torre de Gálata, ao por do sol, do porto de Eminou e da ponte de Gálata.
O porto e a ponte são dos lugares mais bonitos de Istambul.


sábado, agosto 03, 2013

O pirata Long John Silver




Há dois anos por esta altura, li em Cabo Verde, ilha e cidade de São Vicente, um livro intitulado História Geral dos Piratas, que chegou  a ser erradamente atribuído a Daniel Defoe, autor de Robinson Crusoe. Para ver o que escrevi neste blogue sobre essa obra, clicar por cima.

O livro, que li com grande prazer e entusiasmo, até por estar numa ilha onde esses piratas terão aportado várias vezes, é assinado por um alegado pirata arrependido, chamado Johnson.

Leio agora com igual prazer o livro Long John Silver, que frequentemente se refere ao anterior, sendo uma das personagens o próprio Daniel Defoe, como autor da História Geral dos Piratas.

É um romance razoavelmente bem escrito, com  a vantagem de o seu autor Bjorn Larsson, ter passado vários anos a navegar, pelo que todo o percurso marítimo não soa a falso, nem a cenário de cinema.

Não sendo nenhum must read, a não ser para quem gosta do tema (mar, marinheiros, piratas), tem também a vantagem de estar em saldo, com aqueles descontos especiais de fim de coleção, daquelas que não se venderam muito.

Conta a história fictícia do terrível pirata Long John Silver, amigo do escritor Daniel Defoe, escrita pelo próprio (pirata).
Este Long John Silver é também protagonisa do famosíssimo romance A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson.


(Algumas das informações que aqui forneço, não as tinha quando comecei a ler, pelo que você partirá em vantagem. Pode optar por ler primeiro, ou depois, qualquer um dos outros.) Com a particularidade de que todos os três representam ótimas leituras para férias, por apelarem ao espírito de aventura, ao mar, às viagens.  


Mas não a viagens como turistas...

sexta-feira, setembro 28, 2012

Portugal e o mar

""Olhamos para Portugal e dizemos: é um país pequeno, pobre e periférico. É verdade, se retirarmos o mar. Mas se olharmos Portugal com mar, estamos a falar de um dos maiores países do mundo. Não da Europa. Do mundo. Temos quase quatro milhões de quilómetros quadrados em água, com riquezas fabulosas, à superfície e no fundo." É a visão de Poças Esteves."

VER AQUI

sábado, abril 14, 2012

Titanic: e depois? Uma herdeira da companhia de navegação, uma freira clarissa...









Não poderia este blogue, que tanto ama os mares, deixar passar, sem o referir, o centenário do naufrágio do Titanic.

O Titanic, que naufragou faz hoje cem anos, pertencia à companhia de navegação White Star Lines.

A herdeira dessa companhia, filha adotiva do principal proprietário, chamava-se Amy Pollard (Amy Elizabeth Rosalie Imrie), e era oriunda da Guiana Inglesa.

Apesar da fortuna que herdou, entrou para a irmandade católica das Clarissas descalças, uma ordem contemplativa que faz voto de pobreza. Morreu em 1944, após uma vida de abnegação, tendo doado o dinheiro para a construção de igrejas e capelas, como a de Santa Maria dos anjos, em Liverpool, cidade que hoje a venera. Para além de muitas obras de caridade que financiou e da doação da mansão familiar para ser transformada em convento (franciscano) das Clarissas, o primeiro nos Estados Unidos.


sábado, janeiro 14, 2012

Naufrágio do Costa Concórdia


Imagem: Costa Victoria (o navio grande) fundeado ao largo da ilha grega de Santorini


Viajei no Costa Victoria, navio da Costa Cruzeiros, com partida de Veneza. Vi na televisão de Veneza, na véspera da viagem, que tinha havido uma tentativa da Al Qaeda para colocar uma bomba num desses navios, fundeados no porto, notícia que não circulou, talvez por motivos de segurança *.

Nunca tive tanto medo de navegar, nos vários cruzeiros que fiz, quando nos pediam que não aceitássemos presentes de estranhos, podia ser uma bomba, nunca aceitássemos embrulhos fechados, ao comprar qq coisa, deveríamos pedir que embrulhassem à nossa frente, etc. Há sempre um certo receio, claro,  num chão que bamboleia, mas sem motivo aparente.

Creio que nunca contei isso aqui, até porque ainda não tinha blogues, só há algumas fotos dessas viagens nos primeiros posts. E não haveria, ou eu não tinha, máquinas fotográficas digitais.



Como a viagem foi muito bela, beleza acentuada pelo sentido da aventura, de que o medo é o ingrediente e a especiaria principal, hei-de digitalizar e colocar aqui algumas fotos "analógicas". Não sendo saudosista, e muito menos saudosista de acontecimentos nefastos, creio não ter guardado os jornais de bordo, que faziam os referidos avisos. Hei-de contactar uma amiga que viajou comigo.



* - Soube, mais tarde, que várias tentativas da Al Kaeda de concretizar os muitos atentados bombistas ameaçados pela organização para serem levados a cabo em Itália, foram gorados pela colaboração da Máfia napolitana com a polícia. Atacar Itália? Só passando sobre o cadáver da Máfia.



VER AQUI imagens  do naufrágio.
VER AQUI a notícia no Jornal Público
Neste blogue, tenho um post sobre um naufrágio ocorrido há 100 anos, com um navio indo de Itália para o Brasil, o Sírius. VER AQUI



domingo, agosto 07, 2011

Porto Novo



Rochedo de Santa Rita, Porto Novo.
Sabem a história de Santa Rita de Cássia? É mais uma santa medieval, com uma história estranha.
Era de Cássia, cidadezinha italiana. Essa terra situa-se na região do mundo que tem mais santos por metro quadrado. Assis (S. Francisco de Assis e Santa Clara de Assis) Pádua, Santo António de Lisboa e de Pádua, etc.
Santa Rita rezava num rochedo, que em italiano se diz Scoglio. Deve ser por isso que este escolho se chama Rochedo de Santa Rita. O seu corpo está incorrupto em Cássia, desde a Idade Média.
É das principais santas da religião católica, ou melhor, dos principais santos, juntamente com santa Bárbara e os dois referidos. A prova disso é que há muitas mulheres em Portugal que se chamam Rita de Cássia e que a maior estátua do continente americano é a sua, no Brasil.
Uma das realizações desta mulher como santa, foi pedir a morte dos dois filhos que tinha, porque queriam matar um homem. Adoeceram e morreram, mas não assassinaram ninguém.
Como já era viúva, ficou livre de entrar para o convento, o seu sonho desde a juventude. Muitas das santas foram, a seu modo, feministas.

sábado, agosto 06, 2011

Porto Novo





Esta terra é Porto Novo. Tem um rio que não chega ao mar, por pouco, como se vê na foto.
Foi aqui que desembarcaram os ingleses para combater os franceses das Invasões Francesas.
Antes disso, também andaram por aqui os dinossauros. Tem rochas esquisitas. A da terceira foto faz lembrar ossos: de dinossauro?
Passando a mão por aquela pedra, ficou assim e depois muito macia.
Não acho graça nenhuma aos dinossauros. Já aqui disse que só me interesso pelas realizações humanas. E pela beleza, que é sempre uma realização  divina.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

O Mar e Tu


Enviaram-me este vídeo por email, não sei quais são as referências.
Fez-me lembrar o que diz a americana Lori a respeito deste blogue, que está nos seus preferidos:
Nádia's Blog (Mysterious photographer who reminds us Portugal is an ocean-singing land)

Às vezes a Lori e os amigos vêm até aqui e lêem textos com tradução do Google.
HY LORI!

Do Blogue chatoyance

chatoyance é o termo que designa os desenhos que existem na superfície de certas pedras (como se alguém os tivesse desenhado, como se houvesse alguma intenção na representação simbólica, como se fosse apenas um acaso que gera beleza.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Navegações



Acabada de chegar a Lisboa, doem-me as pernas, as ancas, as costas... apanhámos vários dias de muita ondulação, ao ponto de ninguém ter dormido uma ou duas noites. A cama dá solavancos, projecta-nos contra a cabeceira ou contra a parede, acorda-se. Nunca ouvi ninguém queixar-se de lhe ter acontecido, mas deve acontecer atirar-nos ao chão.

De pé, estamos sempre a colocar o peso do corpo numa perna, depois na outra, depois na mesma, para nos equilibrarmos, contrabalançando o balanço constante e isto, mesmo quando o mar está manso. Agora aqui, vejo o chão de Lisboa a oscilar perigosamente, porque continuo a centrar a força numa perna e na outra, automaticamente.

Estendida na minha pobre e enorme cama, de braços abertos, dormi a noite dum sono.

Já tenho esta cama há cerca de dez anos, mas nunca se mexeu, nunca me atirou contra coisa nenhuma e nunca me aconteceu adormecer nela em Lisboa e acordar noutro país. Digamos que não tem vontade própria...

Também me agrada pensar que por baixo dela não há tubarões, nem esqueletos de marinheiros nem fantasmas de navegantes. Nem mesmo água.

A minha vocação marítima não é exclusiva, afinal. É muito mais fácil ficar na terra.

domingo, julho 04, 2010

"Tão Longe do Mundo"

Acabo de ler, com entusiasmo e alegria, o relato de um naufrágio no Pacífico, o livro "Tão Longe do Mundo". Quase não consegui parar de ler, o que é estranho, dada a aparente monotonia do tema: um homem à deriva no Pacífico durante quatro meses, 180 dias. Mesmo contando com a minha paixão pelo mar (que não pela praia, de que não gosto) e pelas navegações, o mérito da narrativa deve-se, em grande parte, ao jornalista que ouviu este pescador e que escreveu o livro, como se fosse ele o autor e o protagonista.
Estes pescadores do Thaiti eram considerados os "Senhores do Mar" e estão agora em extinção absoluta pela globalização que, neste caso, se deve sobretudo às experiências nucleares em Samoa, a pior de todas as globalizações. Onde esperávamos encontrar o Paraíso, surge-nos o pesadelo, num lugar escolhido de propósito por ser remoto e longínquo.
Devido a uma avaria no motor, Tavae vê-se arrastado pela corrente marítima para longe da ilha onde vive e onde tem filhos e netos, tendo sobrevivido miraculosamente por efeito de dois ou três factores: a sua extraordinária experiência do mar e a invulgar perícia de navegação, que lhe permitem enfrentar uma tremenda tempestade, durante a qual partiu as costelas, (mas não o pequeníssimo e desprovido barco, ficando também com as pernas paralisadas), alguma sorte, se assim lhe podemos chamar, por ter chovido torrencialmente quando estava a morrer de sede, (não de fome que conseguiu sempre pescar), mas sobretudo à sua incrível e indestrutível fé em Deus. Este é um dos aspectos mais interessantes do livro, pois o protagonista interpreta todos os acontecimentos invulgares que presencia, como o aparecimento dos pássaros, das orcas, da tempestade, pensando que se trata de sinais que Deus lhe quer transmitir.
Tal como pensam outros invejáveis crentes, talvez de entre os mais simples, dir-se-ia que Deus nem tem mais em que pensar senão no modo de pôr à prova este seu fervoroso seguidor, num diálogo íntimo que "mantêm". As narrativas míticas, politeistas, são um lenitivo para os momentos em que nada acontece e isto deve-se ao jornalista co-autor. Aqui, Tavae recorda a origem da ilha e outros pormenores, em que os deuses são as personagens principais. Mas talvez seja desta religião primitiva que o protagonista retira a intimidade com Deus, mais improvável na austeridade do catolicismo... em que fomos criados... Tal é a crença nos desígnios divinos, que Tavae decide ir viver para a ilha onde acabou por aportar, vivo devido à sua perícia, a mil quilómetros da sua terra, mas só depois de casar a filha que faz anos no dia da sua "aterragem". Também porque os habitantes da ilha, que tão bem o acolheram, incluindo a "família real", achariam estranho se ele se fosse embora para sempre... até porque reencarna um dos seus mitos/deuses.

Fez-me lembrar um livro que foi marcante na minha primeira juventude:
"Náufrago Voluntário", com a vantagem de tudo ser natural e espontâneo neste livro que agora acabo de ler, reservando a intenção de reler com frequência algumas passagens.

O mar, a última fronteira, pode colocar-nos em contacto com o mundo, com a nossa essência e com o milagre quotidiano da existência.
(Pormenor curioso, o livro custa 2,50 Euros, Editora Bizâncio.)
Comprado no novo e muito interessante "Espaço Docas", nas Docas de Alcântara.