terça-feira, setembro 18, 2012

Maria Teresa Horta: com uma cajadada mata dois, ou mesmo três, coelhos






A escritora Maria Teresa Horta acaba de se recusar a receber o prémio D. Dinis, das mãos do Primeiro Ministro Português, Passos Coelho.
É caso para dizer que com uma cajadada mata dois, ou até mesmo três, coelhos: 
1º coelho - Todo o mundo fica a saber que ganhou um prémio;
2º coelho - conquista a simpatia do povo português;
3º coelho- o Passos Coelho;


VER AQUI, NO EXPRESSO

A escritora conquistou, pela primeira vez, a simpatia e a admiração dos leitores e principalmente das leitoras portuguesas, ao publicar, durante a ditadura de Marcelo Caetano, o livro Novas Cartas Portuguesas, de que foi co-autora. Nessa altura foi julgada, pois o livro não foi considerado conveniente, pelo regime. A editora era Natália Correia.


segunda-feira, setembro 17, 2012

"Temos fantasmas tão educados que adormecemos no seu ombro"

Muitos muito se orgulham pela manif do dia 15.
Por terem sido muitos. Por ter sido muito pacífica. Porque a a polícia se portou bem.

Aliás, portámo-nos todos tão bem, que até a imprensa francesa afirma que nos comportámos como "bons enfants" - em francês, no original, isto será o oposto de "enfants terribles"

Mas não é como meninos bem comportados que lá chegaremos.

Esta demonstração ainda foi só o princípio, quando ainda não há desespero e parece haver esperança.

Quanto à polícia, é óbvio que teve instruções para não mexer um dedo. Se não tiver servido para mais nada, serviu para constatar isso o desafio e a provocação que alguns jovens lhe fizeram em são Bento.

Tão mal visto e em maus lençóis que parece estar o governo, só lhe faltava reagir de forma violenta.

Os polícias fazem o que lhes mandam. Ou irá repetir-se o romantismo dos cravos de Abril?
O romantismo é giro, mas devemos ser perspicazes. 


Poesia de Natália Correia - Queixa das almas jovens censuradas

Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte



Natália Correia (Poetisa portuguesa, 1923-1993)


domingo, setembro 16, 2012

Manifestação: que se lixe a Troika, queremos as nossas vidas - Continuação II



Intervenção final dos organizadores da Manifestação: "que se lixe a Troika, queremos as nossas vidas".
Ninguém ouviu o que disseram, nem sequer foram vistos, no meio de tanta gente e sem espaço logístico para protagonismos.

Muitos prosseguiram a pé e em manifestação para São Bento, embora poucos tenham chegado, por ser longe, porque não se ouviu isto.

VER A PARTIR DE 7 MINUTOS.


Manifestação: que se lixe a Troika, queremos as nossas vidas - Continuação






Muitas pessoas não levaram o material necessário para bater tachos e panelas, tampas e colheres. Os poucos que levavam eram fotografados.
Mesmo assim, havia demasiado barulho e algumas vuvuzelas.
Helicópero sobrevoando a  Manif, momentaneamente em sintonia de cores com a grua, o cartaz outdoor e o céu. Lisboa é sempre bela!

A propósito, o Expresso tem uma galeria de fotos para os leitores, tem a que tirei ao cão e que está no post anterior.
AQUI

Também se viam pessoas gorduchinhas e simpáticas, daquelas que só sabem sociabilizar de forma ingénua e doce. Apostaríamos que nunca souberam o que era estar numa MANIF!

sábado, setembro 15, 2012

Manifestação: que se lixe a Troika, queremos as nossas vidas








A manifestação em Lisboa realizou-se com uma multidão. Algumas pessoas tocavam panelas e colheres.
Houve mesmo quem levasse os cães, vários, incluindo este grande Grand Danois, de cravo ao pescoço.
E quem estava em casa também se manifestou.

Alguns manifestantes prosseguiram a pé para São Bento, pelo meio das ruas, que não estavam cortadas ao trânsito. Não muita gente: é longe.  Também fui, mas pareceu-me que estava pouca gente e vim para casa. Neste momento, prossegue a manifestação em são Bento, com pessoas que se dirigem para lá. Está muitíssimo mais gente do que quando eu saí.
Ainda não acabou, vamos ver como acaba.

(Últimas duas fotos: ocupando as ruas, que não estavam cortadas ao trânsito, incluindo a Rotunda do Marquês, na manifestação espontânea que foi da Praça de Espanha até São Bento. A polícia tentou impedir, mas acabou por deixar passar.)

22 horas: A night lisboeta transferiu-se para a Assembleia da República. está todo o mundo lá, ou a caminho.

Coloquei no Expresso, na galeria de fotos dos leitores, as fotografias do cão e da senhora da varanda ClicarCom os números 101 e 102. 


sexta-feira, setembro 14, 2012

Não deu um tiro no pé, deu um tiro nos... legumes redondos. Ou assim...

Será que  a criatura enlouqueceu de vez?

VER AQUI:


Passos Coelho garante que pensões mais altas não vão acumular cortes


Ainda bem, todos estávamos em pânico: será que os ricos vão ficar pobres? Será que os pobres e os ricos já nem se distinguem pelo seu vestir? E pelo seu comer? 
Será que os de Massamá já mal se distinguem da Escumalha?
Cenas dos próximos capítulos:
É claro que não. O Super Coelho repõe a legalidade. E a moral.



Depois de ler este texto, só podemos supôr ou imaginar esta hipótese: será que o nosso primeiro ministro, passos coelho, enlouqueceu de vez? Tadinho, é interná-lo.

Que se lixe a Troika: Queremos as nossas vidas



Sr. primeiro ministro:

Eu não tenho filhos e não ando aqui a trabalhar para os seus.
Quero ter dinheiro para viver a minha vida da maneira como escolhi vivê-la e não como o sr. acha que a devo viver.
Se ganho muito, ou mesmo demasiado, na sua modesta opinião, é porque lutei por isso.
O muito que ganho é pouquíssimo, comparado com o que ganham, por debaixo do pano, os políticos como o sr. e os seus amigos. Incluindo aqueles que compraram um diploma, como o seu amigo Sócrates e o vosso amigo Relvas. E outros de que não ouvimos falar, porque ainda não se tornaram famosos. Aguardamos notícias.
Vão todos pentear macacões e respetivos filhos, que não fazem falta nenhuma nesta terra.
Emigrem. De preferência, para outro planeta. Parece que há vida em Marte. Se não houver, paciência...





É claro que vou à manifestação, amanhã.

Locais e horários, no país

(Lista atualizada às 19:37, 13 de Setembro



Lisboa: Praça José Fontana às 17h

Porto : Avenida dos Aliados às 17h

Portimão: em frente à Câmara Municipal às 16h

Viseu: Rossio às 17h
Aveiro: Rua Carlos Aleluia às 17h
Guarda: Praça Luís de Camões às 17h
Braga: Avenida Central às 15h
Coimbra: Praça da República às 17h
Loulé: Mercado de Loulé às 17h
Vila Real : junto à Câmara Municipal às 17h
Covilhã: Pelourinho às 17h
Marinha Grande: Parque da Cerca às 17h
Moncorvo: Torre de Moncorvo - Largo da Corredoura às 17h
Leiria : Fonte Luminosa às 15h
Caldas da Rainha: Largo da Câmara (em frente ao tribunal) às 15h
Faro: Largo da Pontinha às 17h
Portalegre: Praça da República às 17h
Castelo Branco: em frente à Câmara Municipal às 17h
Beja: Praça da República às 17h
Figueira da Foz: em frente à Câmara Municipal às 15h
Santarém: em frente ao W Shopping às 17h
Évora: Praça do Giraldo às 17h
Cascais: Baia de Cascais 17 h
Lamego: Monumento ao Soldado Desconhecido "Chico do Pinto"às 17h
Mogadouro: Parque da Vila às 17h
Peniche: Praça Jacob Rodrigues Pereira às 17h
Santa Maria da Feira: em frente à Câmara Municipal às 17h
Setúbal : Praça do Bocage (em frente ao município) às 17h
Sines : Rossio às 17h
Nisa: Praça da República (junto à Biblioteca) às 17h
Ponta Delgada: Portas da Cidade às 16h
Funchal : Praceta do Infante às 17h
Berlim (Alemanha): Zimmerstrasse, número 56
Fortaleza (Brasil): Rua Desembargador Leite Albuquerque, 635 Sala 402
Londres (Inglaterra): Embaixada Portuguesa (11 Belgrave Square London)
Paris (França): Embaixada de Portugal (3 Rue de Noisiel)
Nos EUA e Canadá não haverá uma manifestação presencial, mas cada um é convidado no evento a fazer cartazes de indignação e fotografias e colocar durante o dia de amanhã no Facebook.

VER NO PÚBLICO

Bem, apareceu-me aqui, também, este link (LOL):
Fuck Troika! Wir wollen unser Leben! Que se ...

terça-feira, setembro 11, 2012

Como gastaram o dinheiro que nos falta e porquê?

PETITION: Responsabilização civil e criminal para os politicos portugueses (Criminal and civil responsabilisation for portuguese politicians)





Como vêem por aqui, há uma petição para responsabilizar os causadores da crise, como fizeram na Islândia
ASSINAR AQUI

segunda-feira, setembro 10, 2012

A crise e as medidas do PM


Entramos num dos restaurantes bons de Lisboa. Há uns meses, digamos 20 meses, estaria cheio de clientes, sem lugares vagos. Hoje, porém, encontramo-lo às moscas. 
Um cartaz, colocado em local central por relação com o olhar, apresenta esta surpreendente declaração: "Pedimos desculpa pelos nossos preços, mas você paga 23% de impostos (IVA). "

Quase me espanto. Há uns meses, quando eu protestava contra a política de Sócrates, que iniciou esta crise, proprietário e empregados discordavam, até ao ponto de me enfadarem. Estava tudo bem, no melhor dos mundos possíveis...

Até recentemente, ou até agora, os portugueses tinham o hábito de ir regularmente ao restaurante, ao contrário de quase todos os outros europeus. 
Deve-se esta situação, sobretudo ao facto de os empregados de restaurante ganharem pouco.

Imaginemos os seguinte: funcionários públicos e trabalhadores do setor privado vão perder um ou dois meses de salário, pagar mais impostos, etc... como foi anunciado pelo mais recente primeiro ministro (e que não deve aquecer o lugar).

Quem vai gastar dinheiro em restaurantes? 

Os empregados informam-me, desolados, que não vão perder muito, nos salários: ganham tão pouco, que ficam excluídos dos aumentos de imposto e das supressões de subsídios.

Só correm o risco de perder o emprego.

domingo, setembro 09, 2012

Islândia defende investigação ao Governo português




"Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu País eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro", diz o responsável.

Ou ainda



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sábado, setembro 08, 2012

Mais austeridade para o povo, mais impunidade, mais descaramento, etc...




Cavaco Silva deu a entender o que parece óbvio: as medidas da Troika não deram grande resultado, portanto, ela que assuma os erros e os corrija.
Pelo contrário, o primeiro ministro vem afirmar que está tudo a correr bem, no melhor dos mundos possíveis e oferece mais do mesmo. Prossegue uma estratégia que não deu frutos, a não ser para o grande capital, que se safa sempre lindamente.
No aspeto político também falhou: os trabalhadores do setor privado estavam contra os do estado, achando muito bem que fossem sacrificados, agora também o foram e o governo tem todos contra ele.

Quando vamos aprender com esta gente e eleger um governo que não tenha ninguém do PSD, muito menos do PS e também não do CDS? Nunca? Então, não nos queixemos. Estes 3 partidos protegem-se entre si, ou melhor, os partidários do topo têm interesses em comum.

Como diz José Gomes Ferreira neste vídeo, assistimos a "uma transferência de capital das famílias para as empresas"

sexta-feira, setembro 07, 2012

Mais austeridade para os pobres



Mais austeridade para os pobres, a mesma imunidade para os corruptos. As mesmas parcerias público-privadas, que já esgotaram o orçamento para o ano inteiro.


Ainda a Índia

Acrescentei aos Favoritos deste blogue um de fotos de viagens a preto e branco.
Fiquei a conhecê-lo por ter sido contactada pelo seu autor. Tem belas fotografias da Índia, de viagens mais demoradas e menos turísticas, como espero vir  a fazer um dia.
A primeira viagem que fazemos à Índia, convém que seja guiada, pois não podemos imaginar o que vamos encontrar. Especialmente se somos muito brancos, muito diferentes e chamamos logo a atenção por esse motivo.

Fotografías en branco e negro

Índia: Deuses




A religião é, simultaneamente, o melhor e o pior que a Índia tem para oferecer. A Índia exporta religiões, misticismos e espiritualidades que são a principal ameaça à religião católica e outras cristãs.
Talvez porque leva a sério o espírito religioso, ao contrário da nossa civilização, que o submeteu às políticas, aos interesses, aos materialismos...

Chega a ser paradoxal assistir a um culto em que homens e mulheres se rojam pelo chão, às vezes chorando, na presença destas figuras, que, neste caso, têm enormes dimensões, impondo-se pela sua grandeza física. E também pela sua estranheza. 
Não, para eles, o homem não é semelhante a Deus e Deus não se assemelha ao homem.

Creio que é esta a grande novidade dum país tão velho e tão tradicionalista. Foi, pelo menos, a grande novidade para mim.

Quem quer um Deus parecido com o homem?


Estas imagens são da religião hindu, maioritária com 80 % de crentes: representam os deuses Vishnu e Hanumani. 

Também foi neste país que nasceu o Ioga e o Budismo, decorrente do Ioga, estes realmente exportados para o Ocidente.
Se, por um lado, somos surpreendidos por esta iconografia de deuses, muito teatral e mesmo muito cinéfila, por outro lado, o Budismo, o Bramanismo e o Jainismo não consideram haver necessidade de um deus como figura central. O espírito do Universo é espírito. Comum a todos os seres do universo. 

Há também Muçulmanos, Siques, e, claro, católicos. 

Tolerância religiosa? Sim, a um nível que nos é inimaginável. Mas também conflitos e crimes com motivo religioso, a um nível que podemos imaginar, porque conhecemos bem. Da nossa história.

terça-feira, agosto 28, 2012

A Beleza da Índia




Temos sempre a impressão de que as mulheres estão overdressed, como se tivessem envergado um vestido de noite para cortar erva. Por exemplo, nos jardins do Taj Mahal, como esta rapariga. Também lá vi um cortador de relva, mas havia esta e outras mulheres.

Num monumento em Jaipur, havia muitas cabras. Perguntei se tinham dono. Sim. Há muitas cabras sem dono, como há muitas vacas deambulando por aqui e ali, até porque há muitos espaços verdes.
Mas aquelas estavam a trabalhar: a cortar a erva que crescia por toda a parte, nalguns casos sobre rochedos.

Também se vêem animais a comer o lixo, ou digamos, a reciclar o lixo. Papéis, embalagens, etc.

segunda-feira, agosto 27, 2012

A Beleza da Índia - Parte II



 

A beleza da Índia é a beleza das mulheres e das suas coisas.
São elas que tratam da agricultura.
Foto 1 - erva embrulhada em panos.
Fotos 2 e 4: a recolher lixo nos jardins do Taj Mahal.

sexta-feira, agosto 24, 2012

A Beleza da Índia




A  Beleza da Índia está na beleza das suas mulheres. Compreendemos melhor aqui que a beleza feminina não está no rosto, especificamente, está no corpo, está no gesto, está no vestuário, está na procura da beleza. está em toda a parte.

Pontuando de cor a paisagem urbana, quase sempre desconsolada e pobre, ou surgindo como flores na monotonia do verde campestre, aqui as vemos.

Segunda foto: amarram a erva cortada em panos de um colorido vivíssimo, que se impõe na paisagem e que parece ter sido combinado com o vestuário.

(A continuar)

quinta-feira, agosto 23, 2012

Taj Mahal Parte V


Taj Mahal, visto do Forte Vermelho de Agra, da parte branca do palácio.

Taj Mahal - Parte IV











Este é o Forte Vermelho de Agra (também há um com o mesmo nome em Nova Delhi), construído com pedra arenisca vermelha, como quase tudo na Índia, por ser o material mais vulgar e ainda por ser resistente e fácil de trabalhar.

Nele viveram o rei que mandou construir o Taj Mahal e também a mulher que lá foi sepultada. Já depois de ter construído o mausoléu, o imperador Shah Jahan, que adorava o mármore branco, construiu uma nova parte do palácio nesse material. Onde viveu prisioneiro os últimos 8 anos de vida, vendo ao longe o Taj Mahal. Enquanto este último está incrustrado de pedras semi-preciosas, o palácio tinha nas paredes pedras preciosas, que foram roubadas.
Na penúltima foto, uma pequena mesquita para mulheres, nesse palácio, vendo-se uma mulher no Mirabe.

(Segunda e terceira fotos: não podendo, por ser muçulmano, representar animais na decoração, mas querendo agradar à sua esposa hindu, um imperador mogol anterior mandou executar estas imagens estilizadas - são e não são animais).

Índia: Taj Mahal - Parte III





As colunas foram feitas de maneira a não caírem para cima do edifício central em caso de terramoto, sendo visível a sua inclinação.

E lá está um pássaro a cantar na réplica da mesquita, este como outros que terão ouvido o imperador Shah Jahan  e a sua amada (Mu)taj Mahal


Parte traseira, voltada para o rio


 Entrada do mausoléu. O que parece janelas é feito de mármore recortado.



Decoração com frases escritas do Alcorão e com flores

quarta-feira, agosto 22, 2012

Índia: Taj Mahal Parte II







Fotos: lado direito, frente, lado esquerdo, etc

O Taj Mahal é sempre igual, visto dos quatro lados, com a única diferença das quatro entourages. Um dos lados é voltado para um pequeno rio (que também banha Nova Delhi). O rei quis que tudo fosse simétrico, ficando como única exceção o seu próprio túmulo, que quebra a simetria. O da Mum Taj Mahal  (nome que deu à amada terceira esposa, significando a jóia ou a coroa do palácio) fica exatamente no centro da construção, o seu próprio túmulo fica um pouco à esquerda e é muito maior, por ser de homem e por serem muçulmanos.

Mas é preciso ver que este rei morreu no cativeiro, em prisão domiciliária, refém de um dos seus inúmeros filhos, aquele que conquistou o poder. tal como ele mesmo tinha assassinado dois irmãos e deixado em prisão o seu pai. Quase somos levados a dizer: ainda bem... Cala-te, boca!
Do lado esquerdo do mausoléu, mandou construir uma mesquita em pedra vermelha, do lado direito mandou construir outro edifício igual ou exatamente simétrico, mas que não podia ser considerado uma mesquita, dado que o Mirabe não estava voltado para Meca e sim para o lado oposto. Usavam-na como habitação temporária. Como se fosse um hotel. Só existe para prolongar a simetria e, portanto, a grande harmonia do conjunto.

(Os muçulmanos limitam-se a decorar as paredes com desenhos simétricos e frases escritas do Alcorão, sendo proibidas representações de seres humanos ou de animais). Quando entramos num mausoléu ou numa mesquita, estamos à espera de encontrar algo que não existe lá. Só paredes, incluindo o Mirabe. Neste caso, existem também os túmulos, mas noutros casos são apenas réplicas, pois os verdadeiros estão ocultos.



Mesquita, do lado esquerdo e o seu duplo, do lado direito, na última foto.

O conjunto foi construído no Sec XVII, durante o Império Mogol, ou seja, com imperadores descendentes de Gengis Khan . Em português antigo, esse império era designado por Grão Mogol.