quarta-feira, janeiro 21, 2009

Discurso de Obama

"O que os cínicos não compreendem é que o chão se mexeu debaixo dos seus pés – que os imutáveis argumentos políticos que há tanto tempo nos consomem já não se aplicam."

Que diferença entre este idealismo, esta aposta no futuro e o estilo do nosso galinheiro nacional! Mas nada será como dantes (nem mesmo no quartel general de Abrantes)

domingo, janeiro 18, 2009

Sopa de pardais

Depenem-se, tirem-se-lhe as vísceras, chamusquem-se e ponham-se a cozer em água e sal e um pouco de toucinho; retirem-se do caldo quando já meio cozidos, para se aproveitarem para guisar, e deite-se no caldo alguns bagos de arroz.

in 100 maneiras de cozinhar sôpas, Rosa Maria, Porto: Livraria Civilização, 1988. - 32 pp.

Notar o pormenor: 100 receitas em 32 páginas.

sábado, janeiro 17, 2009

Não, Senhor Ministro

"Se os portugueses elegerem Sócrates primeiro-ministro, primeiro vai ser muito complicado, aqui, aturá-lo até 2013 e, por outro lado, se os portugueses o elegerem primeiro-ministro é sinal que o País perdeu o juízo".
Esta maravilhosa frase de Alberto João Jardim explica a razão por que às vezes gosto dele: tem a coragem de dizer o que toda a gente pensa e ninguém diz. e até mesmo o que ninguém pensa. E ainda por cima, diverte-se.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Mais uma

A ministra da educação contratou por uma fortuna os serviços de um advogado do Ps para tratar assuntos para ministério e pagou-lhe antecipadamente metade de um balúrdio.

Como o dito advogado não fez nada até agora, vai ter de devolver a prestações (e sem juros) o "empréstimo" que o ministério lhe fez.

Não se arranjaria um advogado mais barato e mais trabalhador?

terça-feira, janeiro 13, 2009

O país está a saque

O primeiro-ministro resolveu a crise dos presidentes das câmaras e dos seus amigos empreiteiros. Também resolveu a crise do seu amigo Jorge Coelho e da sua empresa de construção.

Fez uma lei segundo a qual as Câmaras podem encomendar obras sem concurso até um limite impensável.

- Ó pá, não queres fazer obras para a Câmara?
- Achas que não querro, pá?
- Maneira de dizer. Faz tu o preço e dá-me metade. Tá bem?
- Isto vai resolver a crise, pá. A minha mulher anda-me a chatear que quer um Ferrari igual àquele do jogador de futebol (nome do jogador de futebol, que eu não sei).
- Ah, boa ideia, também quero um desses. Carrega-lhe no orçamento! Isso vai resolver a crise.

O país está a saque. O que diria Camões destes portugueses, ele que morreu na miséria?

sábado, janeiro 10, 2009

É muito bem feito!

- É muito bem feito! Seus bandidos. Andam a roubar aos pobres para encherem os vossos bolsos!Ladrões!
Quem fazia estas afirmações era uma senhora de idade com muito bom aspecto, bem vestida e simpática, à porta das Amoreiras, dirigido-se às fotografias de políticos que estavam na primeira página dos jornais, na tabacaria que tem a simpatia de os expor a todos, de forma legível. Apesar do frio cortante, tive curiosidade de lhe fazer uma pergunta.
- Porque é que toda a gente diz isso e toda a gente diz que eles vão ganhar?
- Não ganham não!- disse a senhora, batendo o pé no chão com veemência.
- Dizem que sim...
- Não ganham não! Pensa que o povo não sabe o que se passa? Está tudo na miséria e andam estes a encher-se. Acha que o povo não percebe?
Disse-me, depois, que está do lado dos profesores e que até vai a uma concentração que os profesores vão fazer (eu não sabia nada disso).
- Porque é que vai à manifestação dos professores?
- Porque acho que eles têm razão e porque a tia do meu marido, que já morreu, era professora. E médica. Era professora e médica.
Fiquei a saber que pode haver várias razões para alguém ir às manifs dos professores.
A propósito: o que era muito bem feito era uma notícia que ela me deu e que não vinha no jornal: que o escritório de um político, no prédio dela, tinha sido assaltado.
- Levaram-lhe tudo! Foi muito bem feito! A menina sabe qual é o único canal da televisão que diz a verdade? - Respondemos as duas ao mesmo tempo:
- A TVI (disse ela).
- A quatro (disse eu).
- Pois é. - Dissemos ambas.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Debate no parlamento sobre Educação


Parlamento
PS chumba projectos do PSD, BE e PEV para suspender avaliação docente

Vocês podem clicar acima e ver que coloquei este blogue a comentar a notícia do Público. Porque é que fazem sempre estas figuras, desde que prestemos atenção?

PS.: Durante as férias de Natal aproveitei para tirar várias fotografias a galinhas, garnizés machos e fémeas, galos e galinheiros para ilustrar de forma adequada notícias como esta.
Tenho um stock para vários meses.

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terça-feira, janeiro 06, 2009

Passarinhos pestinhas



Embora não sejam nítidas, gosto de ter tiado estas fotografias a uns pássaros que nunca tinha visto antes.
São umas pestinhas minúsculas, andam em bando e caem em bando sobre um talhão das hortas, comendo tudo o que podem.
Depois levantam voo todos ao mesmo tempo ou uma parte do bando de cada vez, cantando alegremente. e vão pousar noutro talhão ou noutro sítio. São muito bonitos, Às riscas amarelas e pretas. eu mesma não os consegui ver bem, por serem muito pequenos e rápidos e por fugirem das pessoas. Peruntei que pássaros seriam. Ninguém me soube dizer.
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segunda-feira, janeiro 05, 2009

Faianças Bordalo Pinheiro

Interrompendo este ciclo, nem é para falar da guerra na Faixa de Gaza, dado que nós pouco podemos fazer por isso.
É para falar da próxima falência da Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro. Que, a meu ver, se deve a falta de informação e de publicidade.
Com peças belíssimas, concebidas pelo próprio Bordalo Pinheiro e actualmente reproduzidas, são realmente muito baratas, sobretudo se comparadas com o original, que vale hoje muito dinheiro.
As pessoas que percebem do assunto, compram-nas como alternativa de algo bom, bonito, barato e talvez mesmo (agora de certeza) com tendência a valorizar.
Vai fechar por falta de clientes portugueses e porque perdeu os americanos que tinha, por causa da crise. Como muitíssimas outras que vão fechar e que deveriam ser sustentadas por um governo que sustenta bancos fraudulentos.
Sugestão: comprar o mais possível, não só para sustentar a empresa, mas também para ter peças bonitas com tendência a valorizarem-se. Pode ser comprado nas Caldas da Rainha e nas principais cidades, em lojas próprias.
Creio que um dos erros desta empresa foi publicitar peças que são hoje demasiado populares no mau sentido da palavra, como umas folhas de couve, muito conhecidas mas pouco apreciadas... Tem outras muito mais belas e sem concorrência.
VER AQUI

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Austrália


Hoje, em Lisboa, o dia Um de Janeiro nasceu moribundo e assim mesmo se extinguiu.
"Negro como um tição", sem "pinga de sol", chovia continuamente e havia uma névoa inusual nesta terra.
Gosto de dias assim, sobretudo porque aqui são raros.
Não havia nada aberto, nem mesmo os chineses que vendem terra, para eu plantar esta plantinha selvagem (só uma) que trouxe e que está provisoriamente num vaso emprestado.
Nada mais me restou, a não ser ir ver o filme Austrália.
É um dos melhores filmes que vi na vida, dentro do estilo cinema americano, ou seja, de acção, de romance, de suspense e com uma estrutura narrativa própria do romance do Sec. XIX e dos actuais romances, que, à americana, se escrevem para vender. Embora o filme seja australiano, ou pelo menos é-o o seu realizador.
Curiosamente, a actriz principal pareceu-me demasiado magra, o que me teria agradado muito quando eu própria era demasiado magra, mas que agora me pareceu inverosímil. Tão fraca, tão pálida, onde foi buscar tanta força, pergunto, sendo verdade que eu também tinha uma saúde de ferro, mas força física, nem vê-la.
Penso que o cinema, se quer ser uma arte, deve evoluir e não copiar o que vende bem. Penso que não devemos imitar o cimema americano, nem confundir arte com entretenimento.

O problema actual é entreter milhões de pessoas que não são capazes de ler um livro, nem de se sentarem à lareira a conversar com os filhos e netos, nem de inventarem um modo de se sentirem bem sem se aturdirem. O Know how existe, mas não se transmite de geração em geração: os avós ou bisavós não viam televisão nem eram mais infelizes por isso; talvez sofressem menos de tédio. Mas não podem transmitir essa capacidade, sob pena de serem considerados arcaicos.
Mas, dentro do estilo americano, este é dos melhores filmes que já vi.

Também fala do saber que se transmite de geração em geração e que é considerado ignorância. É um filme épico, romanesco, idealista, de acção e muito belo. Só não percebi se a personagem principal existiu mesmo, ou se é inventada.

Fazlembrar o "África Minha", de que é digno sucessor.Posted by Picasa

Que 2009?



Festejo hoje, não apenas o 1º dia do ano de 2009, mas também o 3º aniversário deste blogue e de mim como blogger.

Escrevo ainda sob a maravilhosa impressão que me causaram alguns dias passados à beira-mar, uns com chuva torrencial, outros com sol, mas sempre com temperatura amena, para esta época.
Este meu novo projecto, completamente despretensioso, é o de fotografar pássaros. Nasceu quando comprei uma máquina apropriada para isso, há um mês. Há-as muito melhores, mas são muito grandes. Como gosto de fazer viagens de aventura, não desejo ser degolada para me tirarem a máquina. Esta serve, para já e pode ser discretamente levada.
As minhas primeiras experiências não foram nada más.
Mostro, para já, muitos patos bravos no Rio das Maçãs, rio ou riacho que deve o nome a passar por pomares e a, antigamente, chegar carregado de maçãs à Praia das Maçãs, que também lhes deve o nome, mas onde chega agora como um fio de água que só não atravessei a pé e no Inverno porque não me apeteceu tirar as pequenas botas que levava. E sem maçãs.
Tem uma prodigiosa fauna em seu redor. Também vi uma cegonha e um pássaro do tamanho de uma pequena galinha e muito colorido, com patas altas, não percebi se voava ou corria. Não pude fotografar esses, o que fica para a próxima.
E mais estes patinhos e outros pássaros que vos mostrarei depois.
E até mesmo este coelho bravo. Eram dois, mas o outro fugiu.

Como não tinha a intenção de fotografar coelhos, considero este como um bom augúrio.

É assim que devemos encarar 2009. Se acreditarmos que vai ser bom, já começou a ter sido bom!

Que vos saiam também inesperados coelhos!

terça-feira, dezembro 30, 2008

Praia Grande


O mar outra vez




Felizmente, as pessoas ainda não entenderam que é muito mais belo estar à beira-mar no Inverno, sem referir que é muito mais barato e muito inspirador para escrever.


Estou aqui na Praia Grande, que ainda não conhecia e que é maravilhosa por si e pela fauna e flora envolvestes. É realmente fantástico.


Estou num hotel Arribas, onde vários alemães vêm todos os anos passar o Natal. Alemães tão latinos e tão simpáticos, como só alguém que ama o sol de Inverno sobre ujm mar invernal. Não tenho conseguido postar fotos, mas vou tentar outra vez.


segunda-feira, dezembro 22, 2008

Três anos


Em breve, no dia um de Janeiro de 2009, este blogue fará três anos, tendo atingido cerca de vinte mil visitas.
Não é pouco.
Não é muitíssimo.
Parece-me que está bem assim.
O Escrevedoiros tem apenas cerca de cinco mil, embora toda a gente goste mais dele. Tem visitantes fiéis. Não me incluo nessa toda a gente. O Terra Imunda corresponde a uma minha faceta que não quero perder, embora oposta à do Escrevedoiros. A de protestar e de reclamar e de ser rebelde.
Agradeço a todos os que me leram e que comigo fizeram estes dois blogues.
Alguns abandonaram o percurso, outros apareceram, todos poderão regressar, pois ainda tenho muito para dizer.
A maioria dos bloggers desiste ao fim de poucos meses, por ter esgotado o assunto.
Curiosamente, há temas que são cíclicos e é suposto ir acrescentando sempre algo de novo.
É como o Verão e o Inverno. Esta é a minha imagem do Inverno. Ainda não o Inverno da vida, só o do ano.
Feliz Natal para todos!
Bom ano para todos nós!

Baixa Lisboeta




Na mesma rua da loja da sorte e do santeiro, para todos os gostos e fregueses: inhame (sabem o que é?), Mandioca, etc.

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