quinta-feira, setembro 17, 2009

Espectáculo Inédito na Casa Fernando Pessoa

Por estes dias, que têm sido para mim muito preenchidos (não falo de tudo nestes blogues, ainda que possa parecer) fui assistir a um espectáculo inédito na Casa Fernando Pessoa.
Esta casa tem tido vários curadores, todos fracos para não dizer péssimos, mas agora tem uma muito boa. A Inês Pedrosa é, de facto, uma presidente sem precedentes e sem semelhança com os anteriores. Não quer isto dizer que a aprecie noutros aspectos: cada um de nós tem um dom. O da maioria é talvez o de procriar. E também o sabem fazer bem. O de outros é outra coisa.
A Inês Pedrosa é polémica, também num aspecto de que me sinto mais participante, uma estranha reportagem que fez sobre Natália Correia, há uns tempos largos. Talvez demasiado cedo, tendo em conta as mentalidades...


Vem isto a propósito desta última iniciativa: pintar o exterior e o interior da casa Fernando Pessoa com palavras, mais exactamente com um único e pequeno poema de Ricardo Reis. Esse poema tem emendas e correcções. Então foram aproveitadas essas emendas e correcções, como se todas as hipóteses fossem válidas e o conjunto das várias possibilidades fosse enriquecedor. Nunca vi nada assim. Raramente fico agradavelmente surpreendida, mas fiquei.
Vou tentar pôr neste blogue ou no outro, o poema e as suas variantes.
Oh!!! Nem levei a máquina fotográfica.
Houve um espectáculo óptimo na rua (Coelho da Rocha) um espectáculo de rua. Os actores estavam à janela da casa e os espectadores estavam sentados em cadeiras na rua ( a rua do poema "A Tabacaria"). Mas de repente ficou muito frio e vento. Havia uma boutique mesmo em frente e algumas pessoas foram lá comprar umas camisolas de lã. Giras. Eu ia de casaco de algodão, mas morri de frio. Mesmo assim, não arredei pé e achei a representação de um bom gosto invulgar.
Que me desculpem os meus amigos e amigas de não os ter convidado para isto, mas pensei que talvez fosse uma seca. Como moro perto...
E vou lá tirar fotografias para pôr aqui.

Boas Notícias

Vem hoje no Diário de Notícias e deve estar online só amanhã, um artigo intitulado "Os mistérios da gripe A".
Diz que em Portugal e na Alemanha não há nenhum caso de morte por Gripe A, quando seria normal que houvesse uns dez ou vinte.
Não percebem porquê, mas esta gripe, nestes países, está a a ser menos grave do que as outras.

Vejam esta notícia

Empresa portuguesa lança em Milão sapatos de pele de pata de galinha

Quem é que quer um produto com pele de vison, ou mesmo de crocodilo ou de cobra?
Como vocês muito bem têm visto nos meus posts deste blogue, a galinha é que está a dar. E os portugueses é que sabem!

domingo, setembro 13, 2009

Mulheres sob os muçulmanos e...




E, recuando no tempo, prosseguimos o Diário de Bordo: Casablanca (Marrocos):
Fotografias 2 e 3 - As alegrias do comércio, como eu lhes chamo
E Fotografia 1 - As mulheres demasiado tapadas como se os homens ficassem loucos só de lhes verem a cabelo, os braços, as pernas...
Felizmente esse facto é hoje notícia em todo o mundo. E mesmo objecto de uma reportagem no Público.

Uma entrevista muitíssimo interessante com a iraniana que é Prémio Nobel da Paz

LER AQUI
Shirin Ebadi
"O Governo do Irão não foi derrubado, mas seguramente que ficou enfraquecido"

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sexta-feira, setembro 11, 2009

Exposição Encompassing the Globe: Portugal e o Mundo nos Séculos XVI e XVII


Quando, há uns meses, foi noticiada uma exposição nos Estados Unidos sobre o papel dos Descobrimentos Portugueses, vistos como os pioneiros da globalização, acho que toda a gente gostaria de ter ido lá ver. Ou pelo menos, como diria o meu avô, ia lá se pudesse vir dormir a casa...

Agora que ela está no Museu Nacional de Arte Antiga, às Janelas Verdes, parece que já ninguém se interessa muito. Talvez por ter sido pouco noticada.

Tem objectos muito raros pertencentes às antigas Câmaras de Maravilhas, colecções de objectos exóticos ou feitos de materiais exóticos, tem muitas pinturas e muitos mapas, até porque foi enriquecida com o valioso espólio do próprio museu.
Defeito: os objectos não são explicados no seu enquadramento, quem quiser que adivinhe a sua relação com o tema, ou que assista a uma visita guiada, mas o catálogo é muito bom, vale a pena comprá-lo. Custa 40 Euros e estava esgotado quando lá fui.
Boa reportagem na Revista L+Arte.
Imagem retirado da New York Times, que tem slideshow e inclui na reportagem o tipo de coisa que os portugueses ficam babados por ler (ouvir).
Imagem: "The Drowning of Bahadur Shah La'l Agra" from India (circa 1603-04)
Já agora, é facil usar o Google Translator: é só clicar no lado direito e escolher Google Translate.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Sudão: mulher condenada por usar calças foi libertada

Sudão: mulher condenada por usar calças foi libertada.

Clicar por cima


Isto vem muito a propósito daquilo que observei e referi ter visto em Marrocos. No entanto, nota-se uma grande diferença, pois já é raro, pelo menos nas cidades, ver mulheres com o véu que tapa a cara. Há uns anos vi várias em Casablanca, este ano não vi nenhuma.É uma grande pequena diferença, pois as outras não mostram o cabelo nem os braços...

Direita? Qual direita?


Vocês não acham que soa mal quando o PS afirma que quer combater a direita?
Qual direita? Nenhum partido, desde Mário Soares, se atreveu a tomar atitudes tão à direita como o PS.
Contratos a prazo (Soares) atitudes ditatoriais de toda a espécie (actual governo). Pobre direita!
Os eleitores deram a maioria absoluta a José Sócrates porque não o conheciam e porque nessa época tudo parecia melhor que o Santana Lopes.
Agora que todos o conhecem, tudo parece melhor que o José Sócrates, incluindo o Santana Lopes.
O único problema da Ferreira Leite é não ser uma ilustre desconhecida.
(Isto é para responder ao comentário da Lúcia de Montemor (ou de Lammermor?), uns posts atrás.Posted by Picasa

terça-feira, setembro 08, 2009

Áraba


Mulher áraba, demasiado muçulmana.
Em italiano, árabe no feminino é araba, masculino arabo.
Foto tirada pela Maria
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segunda-feira, setembro 07, 2009

Mulheres e Navio Fantasma - Agadir



Estas são as fotos que faltam nos posts anteriores: mulheres, a 1ª e Navio Fantasma, a 2ª. Será que este navio ainda vai ao mar?
Quantas mulheres vêem na 1ª foto, num dia normal da semana, numa rua normal?
Quando eu estava a fotografar a mesquita, apareceu-me um taxista a propôr os seus serviços e, ao contrário do habitual, não insistiu nem chateou quando eu lhe disse que me apetecia ficar por ali. Perguntei se era perigoso, disse que não. Se ficavam zangados por eu os fotografar, também não.
No regresso vi duas mulheres separadas: ambas muito embrulhadas em panos coloridos, exactamente iguais e sempre a olhar para todos os lados; por mim, fui seguida por um motociclista que me chateava a cabeça em árabe, mas eu gritava com ele em português:

- Vai-te embora! Cala-te!
Depois encontrei a Maria, que tinha ficado no navio, mas resolveu andar a cirandar por ali.

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domingo, setembro 06, 2009

Novos seguidores

É com surpresa e alegria que descubro hoje mais dois novos seguidores. Mas quem é a Maria Ferreira? Será a minha muito jovem amiga V. P.? Poderá responder-me para o mail do blog, que está no perfil.
Não conheço pessoalmente nenhum dos outros seis, embora me sinta muito honrada com a sua presença, que agradeço.

sábado, setembro 05, 2009

Pescadores de Agadir a calçar os sapatos












Estes homens serão pescadores na sua maioria e nas fotos de cima estão na mesquita, a calçar os sapatos.
Gosto de fotografar pescadores.




Agadir é sobretudo um destino de praia, mas não nesta parte. Não acho interessante ver praias, que são todas iguais, sobretudo se tiverem gente.




Esta é a vida normal num país em (grande) desenvolvimento. E onde estão as mulheres?




Quantas mulheres vêem na foto? Resposta certa: uma, a fotógrafa. Mas é chato andar numa terra como esta: são uns espantadinhos que nem sequer estão habituados a ver o cabelo duma mulher... a imagem que dão é de serem muito parolos. Enfim, outras culturas, mas eu não queria ser mulher nessas "culturas" e espero que elas mudem rapidamente. Não queria ser mulher e muito menos queria ser um destes.




Falta aqui uma foto que não consigo colocar, uma rua com muitas pessoas, excepto mulheres.




arte: queda do muro

Como é hoje o aniversário da queda do muro de Berlim, o canal de televisão europeu, franco-alemão arte (68 da "cabo") está a transmitir a vida quotidiana na Alemanha. São nove horas seguidas de vida quotidiana, numa das cidades mais modernas, mais cosmopolitas e mais democráticas do mundo, além de ser uma das mais antigas. Uma minha amiga recentemente falecida soltar-me-ia os cães se me ouvisse dizer isto, pois para ela os alemães seriam sempre nazis. Todos.
A nao perder. Hoje, até ser dia.

Navegar


Já agora, querem ver como é a sala de jantar dum paquete? Curiosamente, é assim. Ao fundo, pela janela, vê-se o mar. A fotografia está tremida porque foi um dia de grande oscilação.
Alguns de vocês devem estar banzados por eu ainda não falar da política, mas este diário de bordo a bordo dum navio está a acabar. Quanto à política, ela fala por si. O PSD acha que lhe saiu a sorte grande com a estupidez do caso Manuela Moura Guedes, mas eu acho que ainda lhe vão sair outras sortes grandes, pois as pessoas qiue adoram o poder enlouquecem quando receiam perdê-lo. "Escreva o que eu tou te dizendo", como dizem os brasileiros. E bem.Posted by Picasa

sexta-feira, setembro 04, 2009

Agadir





Devo confessar que, neste diário de bordo, estou a ir ao contrário: fui a Agadir, depois a Lanzarote, depois à Madeira... comecei pelo que mais me agradou, até porque já conhecia quase tudo, que não Agadir.
E este é um agadir nada turístico, mas mais parecido com o país real, com bons e maus momentos e elementos: Marrocos. Quero dizer com isto que era suposto fazer um passeio turístico por Agadir, que pouco tem para ver e para ficar banzada, tal como não fiquei nada banzada em Lanzarote com os camelos (idos de Marrocos).
Mas vi isto e o que mostrarei depois: estaleiros de bons barcos de pesca, um porto de pesca com bons navios e navios-fantasma, grandes redes de pesca... o que não teria visto nem vi há uns dez anos atrás, neste país...
No meio do meu périplo, encontrei a Maria que também não tinha embarcado no circuito turístico, mas que também não tinha sido desviada por mim. Éramos as duas únicas mulheres nas redondezas, pois as marroquinas não se fazem ver com frequência.
Enfim, "Amigo não empata amigo"...
Empatar é das coisas que não faço mesmo. Tenho mais que fazer...
Quando não tenho nada para fazer, fico a pensar... e não me mexo, como boa budista que sou.

Que gostaria de ser. Que gostaria de ter sido.

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quarta-feira, setembro 02, 2009

Lanzarote: Montanhas de Fogo







Regressando ao diário de bordo, também vi em Lanzarote uns vulcões... entendi que este se chamava Hilário, mas talvez tenha percebido mal... o guia não se calava um segundo, dizia mal da Internet, da modernidade, do turismo e estava tudo a dormir quando dizia coisas interessantes, se é que as dizia. Como no ano passado perdi o avião de Tenerife por culpa de uma guia turística que deveria ter-me ido buscar ao hotel e não foi, a minha experiência sobre os guias canários é péssima, embora não me amarre em guias nenhuns, pois não gosto de excursões.

Seja ou não seja Hipólito, ou Hilário, aquela lenha é deitada num buraco e imediatamente pega fogo, um lume com um cheiro sulfuroso. O próprio chão escalda e no restaurante assam frangos sem nada...

Pensávamos que íamos comer lá, com aquele cheirinho bom, mas essa foi uma das partes do guia que não entendemos. Fomos almoçar ao navio às três horas, com grande atraso e sem podermos ver a cidade de Arrecife, que eu gostaria de ter revisitado.

Enfim, chamam a isto as Montanhas de Fogo e eu isso vi: fogo.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Moinho de linho







Interrompo o diário de bordo para mostrar uma coisa que vi agora e achei interessante: o fabrico artesanal de linho.
Isto é uma associação de preservação do património e tem um antigo moinho de linho. Que funciona.
Dentro desta roda fica uma matéria que depois será transformada em linho, o resto da erva é triturada e antigamente era aproveitada como tudo, então. É uma massa que está no chão.
Situa-se no Douro Litoral, em Castelo de Paiva.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Concurso: o enigma dos camelos

Concurso: quantos camelos ou camelas se vêem nesta foto:
A - Nenhum (a)
B - Dez ou mais
C - Um (a)

Solução: Ganha a maioria

Ilha de Lanzarote: quem não tem cão... II










Outro exemplo de omelette quase sem ovos é a maneira como os lavradores de Lanzarote, considerados "magos" conseguem criar vinha e extrair vinho deste solo inóspito. E ainda por cima, este dispositivo que inventaram para proteger a videira do vento e conservar a água, é muito bonito.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Ilha de Lanzarote: quem não tem cão...





Quem não tem cão, caça com gato. Ou com camelo. Ou melhor, com dromedário.
As ilhas Canárias ( em particular a ilha de Lanzarote) são um exemplo de como se podem fazer omelettes quase sem ovos, para usar logo dois provérbios seguidos.
Que fazer nesta paisagem seca e inóspita em que não cresce nem uma folha? Como ganhar dinheiro aqui? Fácil: fazer um passeio de camelo para os patetas dos turistas. Ou melhor, dromedário. Provenientes de Marrocos, disse o guia que eram normalmente utilizados para os trabalhos agrícolas, por exemplo, para transportar "esterco".
- Ah! Obrigada.

terça-feira, agosto 25, 2009

Funchal








O que primeiro me impressionou na Ilha da Madeira, vinda de onde vim, foi o peso obsidiante da história, que está presente em todo o Portugal: muralhas, fortes, palácios antigos... da história e também do dinheiro ou do poder económico de antigos habitantes, neste caso provenientes de diferentes lugares da Europa. Não vi nada disto nos lugares por onde passei nesta viagem: Marrocos, Ilha de Lanzarote - em Marrocos é antes o peso duma cultura que nos é estranha e quase adversa, ou quase sentida como tal, mas isso vê-se mais nos pormenores do dia-a-dia do que na arquitectura.
A segunda coisa que me impressionou muito é a perfeita simbiose da arquitectura com a natureza: terra, ar, mar, as nuvens que se sentem presentes visíveis em todo o lado...