quarta-feira, janeiro 02, 2013

Subsídios, coelhos, cavacos, portas, cristas, limas de limar, ou o que quiserdes

Filhos: se nos devolverem os subsídios de férias e de Natal, o coelhão vai ter de fugir para bem mais longe do que Paris. Ele que dizia que nunca mais iríamos receber os subsídios, a bem da Nação, poderá governar depois disto?

Se eu o vir, digo logo assim:
- Ó seu filho duma coelha degenerada! Querias-me (erro ortográfico muito expressivo) a minha grana para a dares ao Duarte Lima * e aos outros delinquentes que andam por aí?

Eu estava à espera que o Cavaco (Silva) dissesse que a supressão dos subsídios era dura, mas que era inevitável, que não havia alternativa.

Se até o Cavaco Silva, que não é conhecido por ser corajoso, até é mais conhecido por ser um homem sem qualidades, como quase todos os nossos políticos, põe em causa este orçamento...

Quanto a ser muito honesto, as opiniões variam... não será dos piores.
Quanto a mim, é apenas mais um cavaco para acender um lume já difícil de controlar. Salve-se quem puder.

* VER AQUI :

Estado assume dívidas de Duarte Lima e Baía ao BPN


(Para quem não sabe / para quem não é português, este Duarte Lima está preso por ser suspeito de crimes de fraude e branqueamento de dinheiro em Portugal e de um crime de homicídio no Brasil.)

terça-feira, janeiro 01, 2013

Faço hoje 7 anos - Diz, gabando-se, o blogue Terra Imunda






Fotos: Povinho


Faz hoje sete anos o blogue Terra Imunda, pois constituiu uma maneira auspiciosa de começar o ano de 2006. A maioria dos blogues dura três meses por falta de assunto, este continua e, até agora, tem corrido bem.

Foi considerada a hipótese de mudar o nome, pela carga de crítica social que este apresenta, embora esta expressão também apareça muito na Bíblia, o que não se sabia na ocasião. Vai manter o nome, porque a sociedade em que vivemos cada vez precisa mais de quem a  critique, no geral e no particular, sem medo.

A corrupção política e económica em Portugal é um facto por demais conhecido, a sua permanência é algo que poderíamos considerar uma ditadura fraudulenta, mas também resulta da passividade do povo.

Não só da passividade, mas da cumplicidade de muitos e da ingenuidade de muitos mais, talvez a maioria.

Vemos pessoas que faltam ao trabalho com falsos atestados médicos: quando regressam, um pouco mais bronzeadas e muito felizes, toda a gente tem pena delas, tão doentinhas que são, e toda a gente as admira porque, apesar das graves doenças de que são vítimas, são pessoas que andam sempre alegres e bem dispostas. Ai de quem levantar a mais vaga suspeita sobre a autenticidade da doença: coitadinhos! Bronzeados? Foi do tratamento.

Todos sabemos que muitos trabalhadores e talvez a maior parte dos pequenos empreiteiros que fazem consertos nas casas, não pagam impostos. E até concordamos quando nos perguntam se queremos fatura, pois nesse caso é mais caro. Consultas médicas caras? É mais barato sem fatura. Pagamos menos sem fatura ou mais com fatura e nem nos passa pela cabeça protestar. Em parte por pensarmos que não vale a pena. 

Claro que não vale a pena: enquanto uns tiverem uma lata descomunal e outros uma complacência descomunal, chamando "mazinhas" às pessoas que nem são corruptas nem parvas, realmente não vale a pena.

Tudo isto começa na escola: a camaradagem exige não denunciar o colega que copia. Nem o que se porta mal. Mesmo que os que estudam, se portam bem e não copiam tenham de mudar de escola, pois não conseguem concentrar-se ou têm notas piores. - "Mas copiar é bom, a copiar aprende-se"- diz todos o mundo. - E é bom ser rebelde! - (Entendendo rebeldia como falta de educação e preguiça).

Caros conterrâneos: continuemos assim, em direção ao abismo. É de boa camaradagem não denunciar nada nem ninguém e ficarmos cada vez mais pobres enquanto os não denunciados cada vez enriquecem mais, numa sociedade em que os culpados são os que não concordam. 

Termino com mais uma citação do pobre Frenando Pessoa, ele que tanto sofreu com tudo isto. Diz que Portugal é um país (ou era, no seu tempo) sem "rei nem lei". Já dizia, nesse tempo que "é a hora" de agir e de mudar, mas, até agora, ainda não foi. Nem mudou.

Vejamos:

"Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora! "

segunda-feira, dezembro 31, 2012

Feliz 2013, com sonhos novos





Em 2012 e apesar dos pesares, realizei (pelo menos) um dos meus sonhos: visitar a Índia. E inventei um novo sonho: regressar à Índia.

Fui lá para procurar, citando Fernando Pessoa:
 "Um Oriente a Oriente do Oriente".

A palavra orientar-se significa, na sua origem, seguir em direção ao Oriente. O altar das igrejas e grandes catedrais católicas ficava a oriente e ao entrar nelas, o crente "orienta-se"

Também podemos desorientar-nos, ou seja, seguir noutra qualquer direção.

Desejo a todos um Feliz Ano de 2013, orientado ou desorientado, mas sempre indo no sentido da realização dos sonhos e da invenção de sonhos novos.

FELIZ 2013!


domingo, dezembro 30, 2012

"E outra vez conquistemos a Distância"

Num dos seus mais belos poemas sobre Portugal, Fernando Pessoa exprime a ideia de que, para reanimar o esforço do país, sejam necessárias a desgraça ou a ânsia. E é isso mesmo que pede a Deus, nesse poema em forma de oração, de nome "Prece".

O desconforto pode fazer-nos reagir e resolver os nossos problemas, que são muitos: desde a corrupção, ao nepotismo (também chamado compadrio), que é outra forma de corrupção, à promoção da mediocridade, ao vício do poder e equivalente desejo de ser adulado (como se todos os portugueses que têm algum poder necessitassem constantemente de ouvir dizer que são belos, bons, elegantes, simpáticos, etc., sentindo-se muito mal com todas as críticas), sem falar em todos os outros problemas, decorrentes quase todos desses vícios do poder de uns e do conformismo dos outros.

Parece-me que a única mensagem possível de bom ano novo para 2013, ano que até inclui um número pouco auspicioso e que pouco ou nada promete, seja recordar esse poema.

E fazer o mesmo voto final:

"E outra vez conquistemos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

Mensagem de Natal do Primeiro Ministro

A mensagem de Natal que o Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, deixou na sua página do Facebook, chama a atenção por vários motivos.
O primeiro é nunca se ter visto tantas mensagens de Natal tão agressivas e desejando tanto mal ao destinatário, como se vê nas respostas que lhe deram.
Não deixam de ser curiosos os argumentos daqueles que o defendem, tão mal, que é caso para perguntar se não haverá defesa possível.
É, no mínimo, divertido e, no máximo, dramático.
Muitos queixam-se de que os filhos tiveram de emigrar. De facto, uma das brilhantes ideias do brilhante político que, infelizmente nos governa, é a desculpa de que os "vossos filhos e netos" se orgulharão dos sacrifícios que o povo está a fazer. Mas, por este andar, os "vossos filhos e netos" serão estrangeiros.
Até ao momento, há 17 057 comentários e 7 756 pessoas que fizeram like.
 

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Alvarenga





Alvarenga é uma grande aldeia, freguesia do concelho de Arouca.

Tornou-se conhecida pelos bifes, muito suculentos, de vitela arouquesa com 8 meses. Tem enormes restaurantes para forasteiros, sendo o mais conhecido o Caetano, que começou como pequena tasquinha, em que se fazia fila para entrar.
A outra atração de Alvarenga é a paisagem. Parece um presépio, iluminada, aqui e ali, ao fundo das colinas, pelos reflexos das águas do rio Paiva, afluente do Douro.
Este pequeno rio, de águas selvagens, é muito procurado para um desporto chamado rafting.

(Bem, na verdade, Alvarenga já foi promovida a vila, embora pareça uma aldeia)

(Só um) político e economista burlão

Recentemente, apareceu um tipo recém saído da cadeia por burla, que se fez passar por alto dirigente da Onu, chegando ao ponto de dar conferêcias em ("importantes") forums e de participar em debates televisivos.
Estranho? Talvez não. Estamos habituados a políticos que se fazem passar por engenheiros e por "doutores", recentemente o ex Bispo de Setúbal afirmou que muitos dos nossos políticos, incluindo os do governo, não têm conhecimento nem experiência...

Cheguei a considerar a hipótese de partilhar aqui ou no Facebook um debate que encontrei na net, em que dizia cobras e lagartos do governo e da Merkel, mas ocorreu-me que era estranho um alto dirigente da Onu criticar abertamente governos, como a criatura fazia. Parece, no entanto, que tal raciocínio lógico não ocorreu a quem de direito.
Este episódio burlesco mostra bem a desorientação a que chegaram políticos, economistas e jornalistas. O único que se saiu bem, no meio de tudo isto, foi o burlão. Muito bem, mesmo.

quarta-feira, dezembro 26, 2012

Presepinho

 


Este presepinho, cabado de comprar, não tem os reis Magos, que ainda não chegaram. Só chegam no dia de Reis, não é? Não tem os pastores, que andam a trabalhar, mas tem o menino, que já nasceu.

Presepinho




Este presepinho tem entre 40 e 50 anos, uns bonecos são mais antigos e outros menos.
Vêem-se figuras que eram usuais nessa época, como o campino e os bonecos vestidos com palhoças (capas feitas de palha). Noutros sítios chamavam-se croças.
Antigas, mas não do tempo de Jesus.

(Um dos reis Magos ainda não chegou e a vaquinha anda a pastar.)




Dona Canô



Delicioso vídeo, pela antiga e melancólica melodia, pela ingenuidade da letra, pela intimidade e pelos muitos lençóis a secar.

Esta senhora, vivíssima, que ontem morreu com 105 anos, recorda-nos que vale a pena viver.

A música, tão bonita, é esta, no original.

 

segunda-feira, dezembro 24, 2012

Feliz Natal!




A Nadinha deseja Feliz Natal a todos os seguidores, fãs e demais visitantes deste blogue.
Com imagens natalícias, à venda numa tendinha de jornais.

domingo, dezembro 23, 2012

Gare de São Bento








Tem azulejos ilustrativos da dramática e sisuda história de Portugal, aligeirados com uns mais leves sobre costumes das regiões.

Café Majestic









O Café Majestic, na cidade do Porto, é seguramente um dos mais belos cafés do mundo, há quem o considere mesmo um dos três mais belos.
O café tem direito a dois pires, chávena bonita, chocolatinho e custa 2 Euros e cinquenta cêntimos, como se vê na imagem. Para quem não conhece Portugal, o preço normal do café anda pelos 50 ou 60 cêntimos.

Grande Hotel de Paris, no Porto









Como perdi o comboio Alfa Lisboa - Porto das 14 horas, vi-me obrigada a fazer turismo numa cidade onde já vivi.
Para não incomodar amigos e parentes e porque queria conhecer este hotel, reservei um quarto pela Internet, através do booking.com, já no Porto. 41 euros incluindo um delicioso pequeno almoço.
O Hotel fez 135 anos no mês passado, conserva vestígios do passado esplendor, para além da simpatia e informalidade da "tripulação" e dos clientes.
Tem pequenos inconvenientes decorrentes de ser um hotel antigo, mas um grande charme por isso mesmo. É o chamado "hotel de charme".

Fez-me lembrar um belo hotel, em Veneza, onde fiquei: Hotel São Moisés, que tinha até um cais  porta, onde se podia apanhar táxis aquáticos e gôndolas.

O entusiasmo, a carinho e até mesmo a gratidão dos hóspedes, pode ver-se no livro de visitas.

sexta-feira, dezembro 21, 2012

Começou a Era do Aquário?



Começou a Era do Aquário?
Temos mas um motivo para comemorar ?! O mundo não se acabou, como já dizia a Elis Regina.
Outros dizem que começou hoje a Era do Aquário.
Feliz Solstício, Feliz Hoje, Feliz Era do Aquário.

Ver mais aqui, sobre o assunto

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Mudar o título do blogue


Perguntei, aos visitantes do blogue, uma opinião sobre o título possível que pode vir  a ter, mantendo a  palavra Terra, para não ser difícil de encontrar.

Até agora, houve apenas uma opinião aqui e outra no Facebook (apesar de haver muitos visitantes assíduos) : uma, para mudar para Terra e Mar, (mas deve haver muitos links com essa designação), e outra, para manter o título Terra Imunda.
Sim, gosto dele, mas, ao fazer sete anos em 1 de Janeiro de 2013, será que continua a manter a ideia de que a terra é o lugar do mal, do enjoo, da realidade enjoativa e suja, sendo o mar impoluto, em parte porque não tem gente? Não tenho navegado... 

Na Índia, tentei ignorar a parte hedionda, só agora me dou conta disso, a imensa quantidade de corvos pairando sobre a carne corrupta, por um lado, e a fome, por outro lado. A Índia impressionou-me muito. Não encontrei lá nada do que estava à espera de encontrar, mas encontrei outras coisas que não estava à  espera de encontrar. 

Por isso não fui sincera no que escrevi. Por isso ninguém gostou desse meu diário de viagem, mesmo os que muito gostaram dos outros. Fui condescendente e a extraordinária Índia não merece isso. Tenho de lá voltar. Para ver melhor. Dei-me conta disso ao falar, hoje, com uma amiga goesa, portuguesa. Se me senti muito  estranha por ter aspeto de  europeia, ela sente-se estranha por ter aspeto de indiana, mas com passaporte europeu. A Índia é uma espécie de mundo. Um mundo, de certa forma, imundo, como todos os outros. E também magnífico, como todos os outros.

Mantenho, ou mudo, o nome do blogue? Não soa demasiado anarquista? E se sim...
(Ainda vou presa) LOL

Um blogue é de todos os que o lêem, que o procuram, que, de certa forma, participam nele. Aguardo mais respostas.

domingo, dezembro 16, 2012

"Cenas da Natividade"







Presente na exposição "DO MAR E DA TERRA. Presépios Naturalistas - Estudo e Reabilitação".

É um pequeno presépio, (um torrão), intitulado, na exposição, "Cenas da Natividade" e pertencente ao Museu nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Faltam-lhe o Menino Jesus e a Virgem, mas é lindíssimo.

As folhas das palmeiras foram feitas com carapaças de escaravelho (aquelas palmeiras na 1º e na 2ª fotos), muito bonitas, (da terra), tem muitas conchinhas, antenas de lagosta, que também são bonitas, e corais (matérias do mar).

Tudo isto para ser um louvor ao esplendor da criação, que é bela mesmo nos detalhes, ou pelo menos foi o que disse o comissário da exposição, Anísio Franco.

(Para ver mais presépios, clicar, ao fundo desta mensagem, na palavra Presépios. Aparecem todos seguidos, mas só depois deste)

Alterar o título deste blogue?

Queridos leitores do Terra Imunda:

Estou a considerar a hipótese de mudar o nome do blogue. Talvez para Terra das Marés, As Marés da Terra, Terra de Névoa, Terra Jocunda (o mais parecido como som), etc...
Mais provavelmente Terra e Mundo, que é quase igual no som.

A ideia é não alterar no essencial e anular a carga, talvez negativa, do nome, embora ele apareça frequentemente na Bíblia, como podem ver, pesquisando no Google.

Já fiz a experiência para As Marés da Terra, mas não é tão forte como Terra Imunda.

Aceitam-se sugestões para alterar ou manter e sugestões de títulos.

Neste momento, o blogue está a ser muito partilhado por causa

DESTE POST

Que foi partilhado na página de Facebook do Museu de Arte Antiga

quinta-feira, dezembro 13, 2012

"Eu roubei, é meu"





Vocês vão ver neste vídeo o caso curioso de um ladrão brasileiro, o Bagolinho: roubou um automóvel e estacionou-o para roubar uma farmácia. Um outro ladrão roubou-lhe o automóvel "novinho" e um terceiro roubou-lhe o saco com o dinheiro roubado na farmácia.

Inconformado, Bagolinho foi apresentar queixa na polícia, onde se cruzou com o farmacêutico, que ia apresentar queixa contra ele. Foi preso. E ficou muito aborrecido. Ver a partir de 1 minuto.

Conclusões:
- "Já não se pode ser ladrão."
- "Eu roubei, é meu."
- A única solução para Bagolinho é vir para Portugal, dedicar-se à política. "Eu roubei, é meu" é a cartilha do político português.