quarta-feira, dezembro 27, 2023

Cidade da Praia










A cidade da Praia, ilha de Santiago e capital de Cabo Verde é linda e para já só conheço a parte nova.
Paisagens, mercados, ruas… abundância: de beleza e de frutos da terra.

terça-feira, dezembro 26, 2023

Ao longe ainda Cabo Verde








2 / 12 / 2023

Assim que o sol se levanta, avista-se a ilha de Santiago, cidade da Praia, capital de Cabo Verde, nosso próximo e imediato destino.
Bom dia!
“Logo que o sol se levanta
Vai Vilante ver seu gado
Mas não vê sol levantado
Quem vê primeiro a Vilante”
Camões










 

Navegação









1 / 12 / 2023 Alto-mar

Estes dias de navegação são os melhores. Acordar a deslizar pelas águas, parecendo que não temos corpo e só espírito, é o espírito que flutua, se não tivermos dores, físicas ou mentais, porque as dores ficaram em casa…

Ouve-se um leve som contínuo da fricção do navio nas águas, para além de leve ranger das estruturas do navio: esse sim, parece um queixume, mas não é o nosso queixume.

Até agora o mar esteve sempre muito calmo e os ventos sossegados.



 

Alto-Mar










30 / 11 / 2023 Alto-Mar

Estes paquetes têm um convés que permite caminhar a toda a volta do navio, o que é importante em dias como hoje e amanhã, em que não vamos à terra, navegando entre as Canárias e Cabo Verde.
O que se vê por cima são os barcos salva-vidas ou baleeiras, que não servem só para salvar vidas e muito menos para caçar baleias: o nome vem dos antigos navios de caça à baleia que transportavam muitos barquinhos para perseguir os bichos, numa luta quase corpo a corpo.
As baleeiras, neste caso também servem para transportar as pessoas quando o navio está “fundeado ao largo”, ou seja, parado no mar perto de terra, ou porque o Porto é muito pequeno, ou porque é demasiado caro, como o de Lisboa, ou porque não há porto, ou por outros motivos. Diz-se que está fundeado ao largo de Cascais, por exemplo.
(Quando falo nas baleeiras não me refiro ao pequeno bote.)


Alto-mar - reflexão sobre abundância



 



30 / 11 / 2023

Hoje recordo uma antiga colega de trabalho: como teve muita pena de uma sua grande amiga que estava a perder capacidades mentais e físicas, pediu a Deus que lhe tirasse algo a ela, que tinha tudo, para dar à amiga. Pouco tempo depois ficou cega e a amiga morreu.
Penso muitas vezes neste caso porque a espiritualidade New Age o explica com a lei da atração: nós atraímos o que pedimos e o que desejamos, por isso devemos agradecer a abundância do que temos e pedir ou desejar ou desejar e pedir igual abundância para todos, ou mais. Abundância de saúde, de felicidade, de paz para todos, não só para o ser humano, mas para todos os seres.
A abundância nasce do desejo de abundância. Mas nem todos conseguem pensar assim, recentemente li no Facebook muitos comentários de ódio contra o povo de Gaza… quando é tão fácil a compaixão por esse povo. Por outro lado, há umas décadas eram todos muito mais pobres em todo o mundo, podemos todos ser mais abundantes no futuro.






Navios - Navegar no mar e nas redes sociais

 

Muita gente critica as redes sociais dizendo que nós aqui contamos a nossa vida toda apesar de ninguém se interessar por ela, pois não somos a Madona. Na verdade, nunca vi alguém dizer nas redes sociais que deve dinheiro a toda a gente e não paga, embora eu conheça pessoas que fazem isso e seja fácil obter essa informação a respeito delas.

O que se passa nas redes sociais é que somos nós que controlamos a nossa narrativa, quando antes eram os outros. Nem sabíamos o que contavam a nosso respeito, que muitas vezes era boato.
É um avanço e não uma falha, isto de partilharmos o que nos apetece. Quanto a não sermos a Madona, as pessoas sempre se interessaram muito mais pela vida dos vizinhos do que pela vida da Madona e só não compram revistas sobre a vida dos parentes e conhecidos, porque não há 🙂
( o navio da imagem não é o meu, é o Aída Cosma, que neste momento está a fazer o mesmo percurso, E um rebocador do Porto de Santa Cruz.

Tenerife - Santa Cruz

 





29 / 11 / 2023
Passei uns dias nesta ilha de Tenerife, na terra de Puerto de la Cruz. É uma terra pequena e muito bonita. Esta cidade capital, Santa Cruz, não parece valer grande coisa. Uma e outra têm muitas, muitíssimas lojas de produtos informáticos e fotográficos. Nunca vi tantas seguidas em lado nenhum.
A Cruz é a que o conquistador espanhol espetou aqui, em Santa Cruz, para marcar território, pois já havia aqui uns nativos, a viver em cavernas. As Canárias são muito agradáveis, tempo ameno, gente muito simpática. Mas tem muitos insetos que picam. O repelente que comprei ontem realmente não tem cheiro e até agora os mosquitos não gostaram.
Gostei da Igreja da Conception, barroca, sobretudo da imagem da Senhora da Assunção. Não parece ter nada de especial em termos artísticos, mas é muito bela e não tem aquele ar subalterno das Nossas Senhoras, parece mais uma deusa, a Grande Mãe. Só posso admirar a Virgem nesta acepção, a mentalidade patriarcal reduziu-a a uma criatura subserviente, nas imagens, mostrando compaixão e servilismo, na expressão corporal. Parece uma empregada doméstica daquelas antigas, muito humilhada pelos patrões mas sempre amável, por isso mesmo. Esta virgem, pelo contrário, domina os elementos, é segura, é mágica, é moderna. Tem um crescente de prata muito bonito.
É uma igreja cheia de ouro e de prata. O ouro não veio do Brasil, deve ter sido dos Incas, a prata talvez tenha vindo da Argentina. Do Rio de la Plata. Tem também uma imagem engraçada do anjo anunciando a São José a vinda de Jesus e o púlpito é muito bonito. Aqui, nas fotos.

Gran Canaria - Jardim da Marquesa de Arucas



Os catos têm um parasita, um inseto chamado cochonilha, que reduzido a pó dá o corante carmesim- cochonila, produzido aqui em grande quantidade. Na época em que inventaram as anilinas, houve uma grande crise nas Canárias, mas o carmesim continua a vender-se para corantes de alimentos, de roupas, etc.. Em suma, já todos comemos várias vezes este insetozinho reduzido a pó vermelho. Sem saber que ele existe.
Bem, insetos é comigo. Tenho um pé com uma picada que me dói muito, mal dormi, vespa, mosquito, cochonilha, sei lá, e um braço com outra que dói menos, já comprei um repelente de insetos, mas… o odor que repele insetos não agrada demasiado às pessoas… a mim…

Gran Canaria: Jardim da Marquesa de Arucas.

 








28 / 11 /2023

Jardim da Marquesa de Arucas. A natureza é muito exuberante nas Canárias e com a ajuda de marqueses e quejandos, linda. É para isso que servem os marqueses, para deixarem coisas bonitas e árvores estranhas. Este lugar tem agora um grande hotel, no que era o palácio dos marqueses.
Imagens: jaca aquela coisa redonda e jaqueira; dragoeiro e pavão. Fiquei a saber que há um dragoeiro famoso no jardim da Estrela, um dos mais antigos. Da Europa, provavelmente.

Gran Canária

 







28 /11 / 2023

Gosto muito das Canárias, dos seus acidentes de terreno e da diversidade das suas culturas agrícolas, assim como do clima, mas ainda não conhecia esta Gran Canária. Então, fui numa excursão do navio, com japoneses. Falada em inglês e em japonês. Embora eu fosse a única portuguesa, os guias fartaram-se de falar das heranças portuguesas, a começar pelas bananas, que produzem em quantidades astronómicas, trazidas do Oriente, instaladas aqui, de onde partiram para as Américas. Arquitetura manuelina da igreja e mais isto é mais aquilo… de facto, deveria alguém escrever sobre como os portugueses foram buscar plantas, comestíveis e outras, a certos locais para as levarem para outro, o milho, por exemplo, que aqui se diz milhio embora em espanhol se diga maïs, pois a língua espanhola canarina tem muitas palavras emprestadas do português, como mojo de molho, de alimentos e de modos de os cozinhar. E mais isto e mais aquilo…

No Navio Norwegian Star







27 /11 / 2023
Nestas viagens as pessoas não costumam conviver umas com as outras, mas, como vamos ficar aqui muito tempo e como este navio não é dos maiores, convive-se muito e já conheço muita gente. Há um grupo de portugueses formado no Facebook antes do embarque e tenho o grupo dos que viajam sozinhos, todos estrangeiros, muitos americanos. O navio organiza jantares para nós, só fui a um porque realmente gosto de estar sozinha, mas já nos conhecemos e encontramo-nos por todo o lado.
um português que vinha sozinho, mas foi a um encontro, viu toda a gente a beber álcool e ficou horrorizado, nunca mais vai aparecer. Também não se junta aos portugueses, pelo mesmo motivo.
Ao falar com os estrangeiros, vejo que tudo mudou em relação a Portugal. Há uns anos, talvez vinte, quando me perguntavam de onde era e eu respondia Portugal, algumas pessoas ficavam a pensar e não diziam mais nada. Um perguntou: o que é isso? É um país. Em que continente fica? Europeus que já cá tinham vindo, achavam que tinham estado em Espanha. Agora, quando digo que sou portuguesa e que moro em Lisboa, dizem todos: oh que maravilha! Wonderfull! Viver em Lisboa! Que sorte! Todos conhecem Lisboa, exceto os que a gostariam de conhecer.
Leio agora na CNN que uns apresentadores televisivos russos até dizem que gostariam de anexar Portugal à Rússia, mencionando Lisboa por tudo e por nada. Claro! E vinham todos viver para cá. Aliás, para aí. Falar-se de Lisboa é bom, “mesmo que seja para dizer bem”, citando Salvador Dali.
Imagens: aquilo que brilha são os elevadores do quarto para o 13º andar, o corredor infinito e labiríntico é onde ficam os camarotes (quartos) e onde nos perdemos muito. Mesmo sem sair daqui, andamos quilómetros

Arrecife, Ilha de Lanzarote




Hoje disseram que a entrada no navio era às seis, depois às seis e meia. As cinco andava em em terra, muito sossegada e ouço uma sereia de navio. Como não tinha visto mais nenhum, achei que era este e lembrei-me que estava em Espanha, portanto, uma hora mais tarde. Então vou perder o navio! Vou de ferry ou de avião até Las Palmas, ou Arrecife, mas não tenho passaporte porque o passaporte foi-nos apreendido e só no-lo dão no Brasil. Mas em Espanha basta o cartão de cidadão. Ah, mas eles disseram seis e meia. Enfim, ao entrar perguntei as horas a um tripulante, eram cinco e dez. O que tocou a sereia era outro navio, que atracou depois deste e zarpou antes. Eles tocam quando vão partir… Que susto! Em Espanha é uma hora mais tarde, mas nas Ilhas Canárias é a hora de Portugal.
Mesmo assim, à partida chamam insistentemente por duas pessoas que aparentemente não entraram. Espanholas. Será que também se baralharam com as horas?
Entretanto, segundo o contador do telemóvel, bati meu próprio recorde de passos e de quilómetros, que já era altíssimo. Nem digo quantos. Muitos.

Arrecife, Ilha de Lanzarote





 

Esta é a parte bonita de Arrecife, na ilha de Lanzarote. Também há uns vulcõezitos, mas já os vi e já vi vulcoes que cheguem para tida a vida, pois nao gosto de vulcões. Só do que é humano, incluindo paisagens agricolas. E do mar, claro.

Ilha da Madeira






26 / 11 / 2023

 Nós, portugueses, inventamos esta moda de construir cidades e povoações em colinas e o resultado é isto. Esta beleza.