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terça-feira, março 23, 2021

“O meu telhado é o céu”

 Uma senhora da aldeia de Covide, no telejornal sobre o vírus COVID:

- Não penso nele sem ele bir. Estou aqui no meu lugar.  Não penso nele sem ele bir. Se bier, beu. Não é? Se bier, beu!

Sábias e engraçadas palavras!

Também disse que não gosta de estar dentro de casa:

- O meu telhado é o céu!

quarta-feira, julho 22, 2020

Diário do confinamento e do desconfinamento: PETS, "tutores" e etc.


Qualquer dia, por haver tanta exigência no tratamento dos animais de estimação, um pobre vai preso, ou é trucidado pelo povo, por ter um cão ou um gato.
Por não o alimentar melhor do que se alimenta a si, por não lhe dar proteção médica e medicamentosa, tal como na as dá a ele mesmo...
- Onde é que estão as vacinas?
- As do gato, ou as minhas? Não tenho.
- E a alimentação adequada?
- Só comemos pão sem nada e sopa do Pingo Doce fria.
- Quer matar o cão? !!!
Curiosamente, o pet gosta tanto deste dono, como gostaria se ele fosse dono de um palácio.
Com a diferença de que os donos dos palácios não gostam muito de cães e gatos vadios... e que teria morrido de fome se estivesse à espera de donos milionários.
Aliás, "tutores".

sexta-feira, julho 10, 2020

Diário do confinamento e do desconfinamento: Será que nos podemos passar dos carretos por causa do Covid?

Hoje numa frutaria de nepaleses, as frutarias em Lisboa são quase todas de indianos e de nepaleses, depois de terem pertencido a chineses, uma senhora portuguesa com ar de tia (de Cascais) perguntou-me por que razão uma cartela que dizia abacate estava no sítio das ameixas. Fiz-lhe ver que a cartela estava no sítio dos abacates e que havia outra no sítio das ameixas, que dizia: Ameixas.

Logo a seguir, ao balcão, estava mesma senhora atirar uma manga de mão para mão, como fazem os malabaristas. Ri-me, não apenas porque a senhora ainda não tinha pago e portanto estava a correr o risco de atirar para o chão a fruta sem a pagar, mas sobretudo porque descobri hoje que há uma palavra inglesa para dizer isso, sem tradução para português: joggling, ou to joggle. Nós temos os substantivos: malabarismo e "jogos malabares". Gosto destas diferenças entre as línguas, que têm, necessariamente, uma história.
Respondi, portanto, a rir, que a senhora poderia sempre encontrar emprego no circo, se não conseguisse noutra parte.
Qual não foi o meu espanto, ao ouvir a senhora diz que não quer levar aquela manga, porque está pisada. A nepalesa que, como os seus conterrâneos, costuma ter uma calma oriental, esotérica, começou a protestar, dizendo que tinha sido senhora a pisar a fruta. A senhora encolheu-se, mas não respondeu nem voltou atrás. Por mim, julguei ter ouvido mal, por causa da máscara.

Concluo, talvez, isto: dizem que o Covid 19 também ataca o cérebro e então, talvez tenhamos de nos habituar a situações insólitas, disparatadas e absurdas, como esta, que até parece uma anedota de loiras ou de "tias de Cascais" ...

terça-feira, julho 07, 2020

Diário do confinamento e do desconfinamento: abraços não, turistas, sim. Aos molhos!

Clandestinamente já se dão e sempre se deram abraços não virtuais. Abraços reais: de carne e de músculos e de suor e de odores. e de corpos gelados ou febris.
Não me venham com conversas de que queremos cá os ingleses aos molhos, mas que eu não posso abraçar um aluno que vi há bocado e que me queria abraçar e eu a ele. Só pudemos falar a 2 metros de distância e de máscara.
Mas a distância entre os alunos é de um metro... os professores mais velhos, ainda que diabéticos e hipertensos, podem trabalhar, etc.
Vocês não veem isto? Não me ouviram protestar mil vezes? Mas diziam que eu não tinha razão.

segunda-feira, julho 06, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: Os Doentes Imaginários (de Molière, por exemplo)

Estou em crer que, embora tenham morrido mais algumas pessoas por Covid ( até agora, em Portugal, só 1600, o que é cerca de metade das que morrem com gripe em Portugal todos os anos), embora morram mais pessoas por outras doenças porque têm medo de ir ao hospital, embora morram muitas pessoas por medo e por tédio, estou em crer que Estou em crer que, embora tenham morrido mais algumas pessoas por Covid ( até agora só 1500, que é metade das que morrem com gripe em Portugal todos os anos), embora morram mais pessoas por outras doenças porque têm medo de ir ao hospital, embora morram muitas pessoas por medo e por tédio, estou em crer que se vão safar muitas outras pessoas porque, em vez tomarem de remédios da farmácia, vão tomar chazinhos, ou não tomar nada.Como nas peças de Molière em que são os médicos que põem as pessoas doentes.


Que me desculpem os farmacêuticos e farmacêuticas, mas os que são bons já perceberam isto. E já vendem chazinhos e quejandos.se vão safar muitas outras pessoas porque, em vez tomarem de remédios da farmácia, vão tomar chazinhos, ou não tomar nada.
Como nas peças de Moliere em que são os médicos que põem as pessoas doentes.
Que me desculpem os farmacêuticos e farmacêuticas, mas os que são bons já perceberam isto. E já vendem chazinhos e quejandos.

quinta-feira, julho 02, 2020

Diário do confinamento e do desconfinamento: a formação no trabalho e as outras formatações

Munindo-me de uma paciência de Job, dei-me ao trabalho de me inscrever em duas ações de formação sobre novas tecnologias e ensino a distância, este último conhecido como E@D.
Nas duas vezes, não percebi absolutamente nada. Depois, sozinha e com o auxílio do Google, descobri o que necessitava de saber.
Falando com outras pessoas e vendo os comentários no site, constatei que ninguém percebeu coisa alguma dessas explicações.
Não fiquei demasiado surpreendida, pois já me aconteceu muitas vezes, sobretudo com temas de informática e de pedagogia.
Assim vai este país... quem sabe ensinar não tem estes tachos que rendem muito dinheiro, apenas faz o seu trabalho muito bem e sem recompensas, que também não pede. A recompensa é só a gratidão dos alunos.
Talvez até... infelizmente.


Diário do confinamento e do desconfinamento: só um printscreen em vez de uma festa

Até mesmo o último dia de aulas não foi tão giro como costuma ser... uma festa...
Só fizemos um printscreen, para mais tarde recordar.


segunda-feira, junho 29, 2020

Diário do confinamento e do desconfinamento: o amor à vida






Quando eu comecei a trabalhar, há muitos anos, já nesse tempo como professora, partilhei uma casa alugada com várias amigas, algumas delas médicas. Umas iam saindo e outras entrando, pelo que foram várias.
Uma delas era muito sensível e muito preocupada. Um dia chegou a casa debulhada em lágrimas e deixou-mea mim ainda mais de rastos. O caso não era para menos.
Um dos seus doente, ela era boa e trabalhava com um cirurgião apesar de estar a começar, já não tinha pernas nem braços, mas, para poder sobreviver, deveria ainda ser submetido a uma intervençãp em que lhe tirariam mais um bocado do pouco que tinha nos membros inferiores. 
O pior foi que ela, médica, tinha desatado a chorar na frente do doente,, com pena dele. Choramos as duas abraçadas, muitas vezes, com pena do homem...
Mais tarde, tive de lhe confessar: não aguentava mais aquelas confidência: eu já não dormia, já não conseguia pensar noutra coisa, eu não estava preparada para ouvir aqueles casos, nunca me teria passado pela cabeça escolher ser médica, o meu trabalho como professora estava longe de ser fácil eu detestava-o, pensava mesmo em desistir do ensino, etc... 
Enfim, deixamos de falar sobre esse assunto, claro.
Um dia, ela veio ter comigo e sentou-se na minha cama, mais abismada ainda do que antes e fez questão de me contar tudo o resto...
Embora a Maria tenha rezado para que o doente morresse durante a operação, a que ela tinha assistido como ajudante do ortopedista, quando o homem acordou, mostrou-se muito feliz por estar vivo e anunciou que se ia casar! 
O médico cirurgião, mais velho, explicou-lhe que só um imenso desejo de viver tinha permitido que aquele homem sobrevivesse. E que aquela situação não era assim tão rara.
Se compararmos esta história com outras, de pessoas aparaentemente felizes, saudáveis, belas e ricas que se suicidam, devemos constatar que não somos todos iguais. 
E, sobretudo, que não importam nada os detalhes.... 
Será que aquela pessoa se suicidou porque tinha problemas económicos? Será que ninguém a amava? Estaria muito doente? 

Enfim... A vida chama por nós. Talvez mais por uns do que pelos outros. Uns respondem, outros não.

sábado, junho 27, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: perseguir bandidos ou confinar entre 4 paredes?




Numa pequena terra do Norte (de Portugal), um homem de idade com Covide foi mandado para casa, ou quis ir , devendo ficar em confinamento.

Como vivia sozinho numa casa isolada, rodeada de campos e de bosques que lhe pertenciam, andava pelos campos e pelos bosques, muito longe dos habitantes mais próximos. Estes últimos, armados em Big Brother, telefonaram à guarda, muito indignados.
A guarda, naturalmente, ligou as sirenes e as luzes e foi a grande velocidade, como se andasse a perseguir traficantes em Manhattan, assarapantando a pacata população. Para obrigar um senhor de 93 anos a ficar confinado entre paredes. Emparedado até à morte, pois morreu pouco depois.

quarta-feira, junho 17, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: quebrar estátuas






A primeira vez que vi a estátua do Padre António Vieira foi na notícia de que tinha sido vandalizada, pouco depois de ter sido inaugurada (em 2017), já na altura pelo mesmo motivo.
Fiquei chocada ao vê-la, como depois quando a vi em presença.
Quem é que tem o mau gosto de fazer uma escultura de homenagem, representando um padre com crianças nuas, nesta altura em que tanto se fala da pedofilia de padres católicos? 
Como é que se escolhem os artistas e que liberdade é esta de fazerem o que lhes dá na bolha? O artista não se lembrou disso? Ou teve alguma intenção esquisita? Estará a gozar connosco? Não dá vontade de a deitar abaixo?
Isto, para nem mencionar a mensagem arrogante da grande superioridade católica sobre a cultura dos índios, aqui infantilizados, estando os índios simbolizados por crianças e nós, portugueses, por um ser muito superior.

Vieira realizou muitos projetos, trabalhou intensamente e viveu muito tempo, não apenas como missionário nos confins do Brasil de então, mas também na política portuguesa, como embaixador de Portugal na Holanda, para negociar a parte do Brasil que os Holandeses tinham conquistado a Portugal durante a ocupação espanhola. 
Nessas época, torna-se confessor da rainha Cristina da Suécia, em Roma e dizem mesmo que houve uma paixão amorosa entre eles.
Houvesse ou não, Vieira recusou essa vida "regalada" e voltou para Portugal, regressando mais tarde para o meio dos índios.
Em Roma, tinha sido muito apreciado como intelectual, como pensador, como escritor e poderia nunca de lá ter saído.
Talvez o escultor para uma estátua de Vieira devesse ser alguém com experiência de vida. E com juízo.


P.S.: Quando está tudo metido em casa, não é difícil quebrar estátuas...

(Imagens retiradas da Internet)

terça-feira, junho 09, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: continuem a espalhar o terror, please!




Agora, que muitas pessoas passam horas frente  o televisor a ver e ouvir notícias de terror sobre o coronavírus, surge também uma curiosa notícia: no rio Douro, em Espanha, está um crocodilo do Nilo, perigosíssimo e pesando 250 Kgs. Enorme!!!!
Querem ir para as praias fluviais? Olhem que o crocodilo rapidamente vem de Espanha para Portugal! 
Lá fora, fora de casa, é um lugar perigoso.
Embora os jornalistas, os jornais, as televisões, as rádios onde trabalham adorem veicular estas notícias, há sempre um basta!
"Basta Pum! Basta!" - no dizer de Almada Negreiros.
Então, parece que afinal, em vez do crocodilo horrendo, era só uma lontrinha querida. Com um peso  que oscila entre os 8 e os 18 Kgs... e com um arzinho doce... 
Só têm uma coisa em comum: o homem tira-lhes pele, para a usar.

Continuem a espalhar o terror, please! We love that!!!!
(Fotos retiradas da Internet) 

Diário da quarentena e do desconfinamento: alguém espera ficar cá para sempre?



Existe a ideia de fazer um passaporte para quem já teve o Covid 19, ou para quem passou num teste de imunidade. essas pessoas poderiam ir a todo o lado, mesmo em caso de nova quarentena.
Vem logo alguém dizer que nada disso conta, quem já teve pode voltar a ter, etc…
A OMS afirma que os assintomáticos não constituem perigo, pois não contagiam, vem logo uma criatura, médico, investigador, jornalista dizer que os assintomáticos são perigosíssimos. 
Alguém aguenta isto? 
A culpa é dos confinados por vocação, que dão ouvidos a esta gente e que permitem todo o tipo de lavagem ao cérebro. A eles e a todos.
Vamos tentar vivera nossa vida sem o terror das doenças? 
Todos podemos morrer. De susto, de medo, de tédio, de gripe, de coronavirus, de acidente, afogados na praia, de terramoto com o telhado em cima da cabeça…
Alguém espera ficar cá para sempre? Não? 

Então, coragem!

domingo, junho 07, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: a eficácia que se avaria

Fúrias

Escorraçadas do pecado e do sagrado 
Habitam agora a mais íntima humildade 
Do quotidiano. São 
Torneira que se estraga atraso de autocarro 
Sopa que transborda na panela 
Caneta que se perde aspirador que não aspira 
Táxi que não há recibo estraviado 
Empurrão cotovelada espera 
Burocrático desvario 

Sem clamor sem olhar 
Sem cabelos eriçados de serpentes 
Com as meticulosas mãos do dia-a-dia 
Elas nos desfiam 

Elas são a peculiar maravilha do mundo moderno 
Sem rosto e sem máscara 
Sem nome e sem sopro 
São as hidras de mil cabeças da eficácia que se avaria

Já não perseguem sacrílegos e parricidas 
Preferem vítimas inocentes 
Que de forma nenhuma as provocaram 
Por elas o dia perde seus longos planos lisos 
Seu sumo de fruta 
Sua fragrância de flor 
Seu marinho alvoroço 
E o tempo é transformado 
Em tarefa e pressa 

A contratempo. 

Sophia de Mello Breyner

domingo, maio 31, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: E assim chega ao fim o mês de maio, sem glória




Maio cai hoje de maduro. "Maio, Maduro Maio"...

Tendo tido, este ano, muito confinamento e poucas cerejas.
Desejo-vos, desejo-nos um junho mais feliz!

Diário da quarentena e do desconfinamento: os escravos e o donos de escravos

O ensino está a criar uma elite e os escravos para essa elite. É por isso que os melhores deixam copiar os piores e lhes fazem sozinhos os trabalhos de grupo. Sabem o que estão a fazer. São como os antigos esclavagistas que engravidavam as escravas para aumentarem a mão-de-obra. Os pais dos melhores colaboram com eles e os dos piores também colaboram com os piores, ajudando a transformá-los em pequenos vigaristas. Não confundir com grandes vigaristas, porque para isso é preciso ser bom.
Antigamente os escravos não sabiam ler, agora têm o mestrado, que fazem com trabalhos emprestados ou comprados.
Isto nota-se melhor com o Ensino à Distância.
É claro que alguns da elite serão escravos nesta sociedade de tios e tias, mas podem sempre emigrar.

quinta-feira, maio 28, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: Um Jardim Zoológico a ver outro Jardim Zoológico

Um tal Soá foi expulso do Big Brother e parece que isso é algo de muito importante, estou farta de ler este nome sem antes saber quem era e até o diretor de programas faz declaracoes muito sérias . 

Que mundo paralelo é este? As pessoas estao trancadas em casa a ver pessoas trancadas em casa? 
Um Jardim Zoológico a ver outro Jardim Zoológico?

terça-feira, maio 26, 2020

Diário da quarentena e do desconfinamento: ensino a distância

Aula virtual síncrona: 
Professora: - Manuel, você disse que fez o trabalho, mas quando lhe peço para ler uma qualquer resposta, não lê, por isso vou considerar que não fez. E se não deixa imediatamente de filmar a aula com o telemóvel, marco-lhe falta disciplinar e excluo-o da aula.
Manuel: - A setôra está sempre a embirrar comigo. Ai há faltas disciplinares nestas aulas?!
Pai do Manuel: - Quem é essa professora que está a mandar vir contigo? 
Manuel: - É fulana de tal!
Pai do Manuel: - É professora de quê?
Manuel: - De português!
Rita: - É a tal!
Risos de toda a turma

Cenas dos próximos capítulos... Outra turma... Alunos mais velhos...

(Vozes muito iradas, já para lá de um ataque de nervos)
- E tu cala- te, ouvistes?
- Cala-te tu. Cala-te tu! Estou farta!
Tomás: - Ó pá, desliguem o som! Nós também temos pais! Não são só vocês! Farto disto tudo, que horror! Não se aguenta!
(Todos desligam o som).